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PASSADO

                               Sempre se dizia que o passado sempre volta, ou condena, parecia que o meu sempre queria me pegar uma peça. Depois de toda a confusão que tinha passado por causa de uma casa que cuidava em Fire Island, a do maldito Issac Stern, ou como poderia se chamar hoje em dia, pois no final de tudo descobrimos que o mesmo estava vivo, mas claro com outra cara. Graças a minha intuição ou sentido de observação, tinha ajudado primeiro o xerife da vila, depois o FBI e por último a CIA.    Inclusive tinha feito a tradução de um livreto que contava a história do pai do mesmo, um cigano que tinha se feito passar por judeu, para poder sobreviver depois da segunda guerra. Poderia ter publicado a história do mesmo, pois como escrevi tudo, para nunca me esquecer do que tinha passado, poderia ter ganho algum dinheiro. Pela primeira vez, tinha optado, nos largos invernos pintar, primeiro em minha pequena casa, para reclamação do meu companheiro, o Frank, dizia que o c

JORGE NEPOMUCENO DA SILVA

                                   Segundo seus amigos, o final do seu sobrenome acabava com sua pose, pois da Silva, era o nome de muitos, que tinham antepassados africanos. Ele ao contrário, era loiro, olhos verdes, moreno sim, com o nariz que parecia cortado a faca, mas bastava um ou dois dias na praia, ficava quase um mulato. Sua mãe era uma mulata, ele era filho do seu segundo companheiro, que ela botou para fora, no dia que quis se encostar na boa vida, ali na favela da Rocinha.    Como diziam as amigas era um bonitão, que tinha acabado como porteiro de um edifício em Copacabana, ele na verdade nem se lembrava da cara do pai. Tinha duas irmãs filhas do casamento de sua mãe, o marido morreu, ela seguiu mantendo a família, trabalhando de costureira em São Cristóvão, numa empresa que fabricava calça jeans, por isso ele desde criança tinha calças com algum defeito de fabricação.   A casa tinha sido construída aos poucos, no andar de baixo, que tinha uma sala, um quarto, o