CRIOULO
Ele sempre tinha sido diferente dos outros, sempre lhe chamavam de crioulo, isso ficou como seu nome, já que não tinha nenhum, vivia num orfanato caindo aos pedaços, já tinha passado da idade que os garotos são adotados, quando o olhavam, mulato, cabelos sarara amarelos, olhos azuis, deviam pensar que diabo de mistura é essa. Tinha uma fome eterna, seria assim para sempre, mas magro como ele só, tinha músculos, pois ajudava as freiras em tudo que era possível. A torcer os lençóis, ajudar a colocá-los no varal, ao contrário dos outros garotos, estava agradecido sempre, pelo fato de ter um teto em sua cabeça, inclusive se chovia muito forte, todos reclamavam das goteiras, ele levava seu colchão para perto da janela, para sentir o cheiro da chuva, se pudesse iria para fora, tomar um banho. A água no orfanato sempre era meio amarela, segundo a irmã Theresa, er...