ROUGHT

 

                                                   ROUGHT

 

Seu verdadeiro nome era Marcus Rocher, mas era mais conhecido como Marc Rought, porque era duro na queda.

Depois de quase um ano e meio fora de circulação voltava, os antigos companheiros não o reconheciam, tinham feito tantas operações na sua cara, bem como tudo isso tinha alterado sua voz.

De uma certa maneira a culpa era dele, tinha estado infiltrado um ano e meio numa gang que assaltava caminhões de entregas de eletrodomésticos, bem como a bancos, o duro foi verificar quem era o chefe, bem como quem passava a informação.

Isso levou seu tempo, a operação já estava quase no final, quando foi avisado por sua mulher através do seu contato que seu filho estava no hospital, esse tempo todo não os tinha visto.

Quando conseguiu ir até lá, descobriu que seu filho precisava de um transplante de medula, sua mulher o acusava de abandono.  Ele era compatível, ao mesmo tempo ela lhe disse que sua mãe, também estava ali no hospital, tinha sofrido um enfarte, a coisa estava feia, o jeito foi visitar a mãe, antes de fazer o transplante.   Ela nos seus últimos momento de lucidez, lhe contou finalmente quem era seu pai, um juiz muito famoso em Paris, tudo que tinha feito fora dar um apartamento aonde a mãe vivia.

Segurou suas mãos, até ela morrer, em seguida, foi para a sala de cirurgia, fazer o transplante para seu filho.

Saiu completamente frágil disso, o médico disse que devia ficar uns dois dias na cama.

Mas ele tinha que voltar, pois já desconfiavam dele.  Mal saiu do hospital, dois do grupo o meteram num furgão, o levando para o local aonde se escondiam, ele só teve tempo, pois sabia que nesse velho armazém, guardavam o furgão dentro, o jeito, foi ativar o geolocalizador, com uma chamada de emergência.

Mas para seu azar, seu contato estava em uma festa, não viu a chamada, só a veria no dia seguinte.

Levou uma surra danada, mas o chefe disse a um dos homens, que era conhecido como carniceiro, pois fazia desaparecer todas as pessoas que lhe diziam para cuidar.

Os levava dali em seu carro, desaparecia dois ou três dias, conforme aguentava a vítima, segundo se dizia.

Este o colocou no porta-malas, depois de lhe ter dado um murro com sua mão que mais parecia uma pá.  Quando tomou consciência disso, sabia que tinha que fazer tudo para sobreviver, esperar uma chance para se livrar do homem.   O mesmo tinha dois metros de altura, a gozação era que o chamavam de armário, pela largura de seu tórax.

Quando o fez entrar na cabana no meio do nada, sabia que suas chances era mínimas, se escutava ao longe o ruido de uma estrada, mas não tinha ideia de aonde estava.

O outro o amarrou em uma cadeira muito forte, com sua mão imensa, acariciou sua cara, riu lhe dizendo, essa cara bonita sempre me excitou.

Começou a fazer um interrogatório com ele, queria saber que ele era, lhe dava socos, mas nunca na cara, dizendo, quero essa cara bonita, chupando meu caralho.

A primeira vez que o penetrou, doeu muito, mas se lembrou de um colega que era gay, que um dia estando bêbado, os outros lhe perguntaram se não doía dar o cu.

Ele ria muito dizendo, se relaxas, sentes prazer.

Foi o que ele procurou fazer, afinal o sujeito pelo seu tamanho todo, não tinha nada tão grande assim, era sim meio desajeitado.

Se deitou por cima dele, dizendo, não sabes quantas vezes segui essa tua bunda deliciosa, pelo armazém, pensavam, um dia tenho que fazer algo com esse sujeito.

Seu corpo doía muito, mas aguentava.  Esperava que o geolocalizador, alertasse seus companheiros, viu que o seu torturador falava com o chefe, dizendo que ele não tinha confessado nada ainda.

O que iam fazer um assalto, este reclamou que ficava de fora, soltou um palavrão, sinal que ia ficar sem sua parte, o torturou mais, finalmente lhe deu um soco no nariz de raiva, a dor foi fantástica, lá se foi meu nariz bonito, foi tudo que pensou.

Ver sangue excitava o outro, que o prendeu de novo na mesa, começou enfiando seus dedos imensos no seu cu, enquanto se masturbava, ele tentou de todos os meios se relaxar, colocou sua cabeça em outro lugar, quando o penetrou, apesar da brutalidade, até sentiu prazer, mas não podia demonstrar, quase ficou sem respiração, com o peso do outro em cima dele.

Depois o deixou jogado no chão, preso por uma algemas, bem como com tiras de fita isolante grande nos pés.

Caiu num sono profundo, exausto como estava, esperava que tudo tivesse funcionado bem com seu filho.   Seu casamento era uma merda, nunca devia ter-se casado.  Na época adorava a mulher, era alta funcionária do ministério de exteriores, mas casada, com um filho, sua carreira tinha estacionado.  Isso fazia com que tivesse raiva dele.

De uma certa maneira, estar infiltrado, lhe livrava de ter que conviver com ela, era uma pessoa que quando agressiva ofendia.  Dizia as vezes que ele era um banana na cama.  Que apesar de ser alto, forte, bonito, era uma merda na cama.

Sabia que muitas mulheres esperavam mais dele, pelo seu porte, mas algumas coisas as vezes não funcionava na sua cabeça.

O fato de ter sentido prazer, quando o outro o penetrou com tanta violência, agora o fazia se questionar, tinha tido alguns relacionamentos com homens na sua juventude, inclusive na época da universidade, mas nunca tinha dado importância, pois ele fazia o papel de macho alfa.

Despertou no dia seguinte, morto de sede, com o maltratador furioso, pois a gang tinha sido presa por causa do seu geolocalizador.  Agora estavam buscando os dois.

Filho da puta, o tirou do chão o jogando justo em cima da mesa de carpintaria que tinha ali, vais ver com quantos paus se faz uma canoa.

Começou a cortar sua cara toda, de bonito, nem vão te reconhecer, inclusive as ratas daqui vão se deliciar de comer tua cara.

Com uma navalha, começou a cortar sua cara, antes lhe deu uns murros bem dados nela, sentiu que dois dentes voavam de sua boca, bem como a mandíbula se desencaixava, seguiu lhe aporreando, desmaiou, voltou a si, quando o outro imaginou que ele devia estar morto, tinha lhe tirado a algemas, para não deixar impressões digitais, sua navalha estava ao alcance de sua mão, mas mal conseguia se mover.

Mesmo morto esse cuzinho é uma delícia, o outro levantou sua pernas, o sangue todo como sempre o excitava, se relaxou o máximo possível, quando o outro lhe penetrou, com toda a dor que sentia, isso até lhe deu prazer.

Quando o outro estava perto do orgasmo, num gesto rápido, embora lhe doesse o corpo inteiro, cortou sua jugular de um golpe só, esse levou um susto, caiu no chão.  Em seguida estava morto.

Quase sem força, com a navalha na mão, foi até o outro, procurou seu celular, ligou para seu contato, não tenho forças, deixarei o celular ativado, não sei aonde estou.

Depois de duas horas chegaram até ele, mas estava como morto.

Então começaram os problemas, esteve em coma dia, segundo o médico isso o livrou de sentir as dores das costelas fraturadas, tinha um cinturão ao redor do corpo.  Teve vários problemas internos, limparam sua cara, ai começou o tormento, no momento que recuperou a lucidez, a primeira operação, foram as mandíbulas, tiveram que colocar uma prótese de aço, substituindo os ossos partidos, isso o faria ficar com uma cicatriz em toda parte debaixo da cara, depois foi o nariz, bem como uma abertura que ia da testa até a parte de baixo da cara, outra cicatriz.

Durante a operação de reconstrução do nariz, que nunca mais seria o mesmo, quase morre na mesa de operação, pois tinha uma hemorragia no abdômen.  Enquanto um operava o nariz, lhe abriram o abdômen, para resolver o problema.

Quando despertou, tudo lhe doía, tinham lhe dado morfina, ele pediu que não o fizessem, tinha medo de ficar adito a mesma.

Nesse meio tempo, a mulher nunca lhe veio visitar.  Conseguiu com seu contato, que lhe pediu desculpas, não tinha visto o geolocalizador, por estar na primeira comunhão de sua filha.

Pediu que fosse conseguir notícias de sua mulher.

Ele mal podia falar, com a mandíbula presa por fios de aço, o que lhe devia deixar com uma cara espantosa, inclusive a voz nem ele se reconhecia falando.

Quando essa apareceu com o filho, o menino, ficou com medo dele, fazia tempo que não o via, no dia do transplante o garoto estava dormido.

Se negava a chegar perto do pai, os fios de aço, as cicatrizes, a cara inchada, tudo o assustava, principalmente voltar ao hospital.

A mulher não foi de muitas palavras, disse que tinha conseguido um posto em Vancouver, que iria para lá com o garoto, pediu o divorcio ao mesmo tempo, fez entrar um advogado, que lhe deu os papeis para assinar.

O fez muito consciente, sabia que nada ali tinha salvação.

Todo o processo seguinte, levou muito tempo, primeiro teve que aprender a andar outra vez, tinha uma das pernas quebradas em vários lugares, como foi a ultimas operações, tiveram que rompe-las outras vez, pois tinha se consolidado como estavam.

Agora finalmente podia passar uma parte do dia, olhando pela janela, soube de todo o processo, o juiz veio para escutar todo seu depoimento, aonde contou o que faziam, como agiam, aonde escondiam o dinheiro, só não falou de um dos esconderijos, pois tinha pensado, tudo que passei, tenho que merecer algo.  A ele quando muito diriam obrigado, se não se recuperasse, o aposentavam, talvez uma medalha nada mais.    

Ainda pensou essas medalhas nem de ouro são, não valem nada, não consertaram minha vida.

No fundo estava quase o dia inteiro ocupado, fisioterapia, terapia da fala, pois teve que aprender a falar outra vez, sua voz jamais seria a mesma.

Sua cara quando desinchou, lhe deixaram ver como tinha ficado, era uma outra pessoa, a não ser seus olhos azuis quase cinzas, nada o fazia se lembrar como era.

Depois de um ano, já se movia por conta própria, tinha alugado um apartamento pequeno, mas foi esperto, tinha duas saídas, uma em cada rua, era um edifício baixo em Montmartre, um dava para a Rue des Abbesses, a outra para a Rue de Veron, quando já estava melhor, uma noite saiu pela rua que sabia que não estava vigiada, como tinha aprendido no grupo, sempre andava vestido de negro.  Foi até aonde sabia que estava o dinheiro, eram quatro bolsas desses de ir ao ginásio, cheias de notas grandes de euro.  Levou as duas, ali ficaram mais duas, que voltaria para buscar, chegou em casa exausto pelo exercício.

No dia seguinte se matriculou numa academia ali perto, disse ao treinador, seus problemas, agora fazia largos passeios, nos primeiros dias apoiado numa bengala, mas depois já conseguia caminhar melhor.  Ficou conhecido no bairro, pois percorria todas as ruas do mesmo.  Inclusive as subidas para a parte alta, isso era um bom exercício para as pernas.

Tinha o salário, congelado, do ano que estivera fora, sua mulher tinha aberto mão de qualquer dinheiro da parte dele, inclusive de pensão para o filho.

Tinha um bom dinheiro.  Depois de um tempo, foi ver o advogado da mãe, que apesar de o ter visitado no hospital, não o reconheceu no momento.  Este lhe entregou uma chave de um banco, aonde estavam os documentos do apartamento dela, bem como uma conta que agora seria dele.

Lá encontrou de surpresa uma certidão de nascimento com o nome do pai.  O Juiz Joseph Stein.

Marcou uma audiência com o mesmo, a qual foi uma merda, o homem ficou olhando para ele, no final disse que tinha aceitado a certidão de nascimento, bem como pagado sua mãe pelo seu silencio, com o apartamento que tinha no Rive Gauche.  Uma pensão enquanto ele fosse menor de idade, sequer lhe estendeu a mão.

Ele foi embora, resolveu tirar documentos com esse nome, mas foi faze-lo, aonde não o conheciam.

Todos os documentos tinham a sua cara nova.   Abriu uma conta no mesmo banco da mãe, aonde transferiu o dinheiro dela, bem como foi depositando o dinheiro dos ladrões, voltou pelas outras duas bolsas, mas essas guardou numa caixa forte.

O que estava depositado na conta ele colocou para render, uma parte ia para um fideicomisso, para o filho fazer universidade, não comentou nada com a ex-mulher.

Quando finalmente esteve perfeito, teve que fazer uma série de testes para voltar a ocupar seu posto, agora era um investigador chefe.

Quando lhe disseram que havia uma vaga numa delegacia de polícia, que funcionava diferente.

Foi para a entrevista, todo de negro, com um casaco de couro.  Quando chegou na direção, não viu nenhuma indicação, de polícia, apenas uma porta com um homem vestido como ele, lhe perguntou, esse riu, todo mundo se confunde, estendeu a mão, Charles. 

Tu deves ser Marcus Stein não, agora usava esse nome, assim se fossem buscar por ele nos arquivos, o que encontrariam seria uma folha de serviço perfeita.

Dentro sim pareciam uma delegacia de polícia, mas todos pareciam usar um uniforme diferente, a não ser alguns que usavam traje com gravata, mas mesmo assim a roupa era negra.

Charles o levou a falar com o chefe, era um homem tão alto como ele, tinha coincidido em algum lugar, mas o outro não o reconheceu.  Disse que ele vinha muito bem recomendado, lhe perguntou apenas se ele tinha uma moto, se sabia andar.

Disse que sim, no momento não tenho, mas posso comprar uma, foi com ele até a garagem, lhe deu as chaves de uma, pediu que desse uma volta ali pelo estacionamento no subterrâneo, ele o fez tranquilamente.  Tinha tido uma quase igual a essa, mas um modelo antigo, tinha deixado de usar por causa da sua mulher, pois essa tinha medo.

Essa é minha, amanhã, chega uma nova para ti, foi requisitada de uns bandidos, que estarão na prisão por muito tempo.

Lhe explicou o serviço deles, os que trabalhavam internos, todos tinham experiencias de hackers, eles era especializados em resolver problemas que os outros policiais não podia.

O chefe ainda riu dizendo que tinham feito um trabalho quase perfeito na sua cara, as cicatrizes agora eram finas marcas na cara, a não ser uma das sobrancelhas, que havia uma falha.

O nariz já não era fino, mas sim como o nariz de um lutador de boxe.  Tinha cara de homem mal, lhe disse que ia trabalhar de parceria com o Charles.

Perguntou aonde morava, se tinha aonde deixar sua moto.

Só respondeu que estava para se mudar ao apartamento da mãe, de uma certa maneira ali perto, no Rive Gauche.

Dali foi ao apartamento, todas as despesas do mesmo, iam para a conta em nome dela no banco, que ele fazia questão de colocar dinheiro.  Assim nunca teria nada em nome dele.

O porteiro não o reconheceu, sabia do que tinha acontecido com ele, mas não que o veria assim tão diferente, apresentou seus documentos, para que ficasse tranquilo.

A lembrança que tinha do apartamento da mãe, era que estava lotado de coisas que ela ia juntando, mas tinha piorado nos últimos anos.    Perguntou ao porteiro como podia resolver isso.

Ele disse, diga o que queres daqui, o resto dou um jeito.

Por mim, pode se livrar de tudo.

O homem seguiu ao pé da letra, inclusive deu um sumiço no carro velho que estava na garagem, que estava em mal estado, sua mãe sempre tinha sido uma péssima motorista, disse ao homem quando ele lhe trouxe o dinheiro do que tinha ganho com tudo isso, fique para ti, não preciso de dinheiro, me fizeste um grande favor.  Agora vem o pior, perguntou se conhecia alguém que lhe podia reformar o apartamento, era velho, cheio de papel de paredes. Uma cozinha escura, velha.

Este lhe trouxe uns homens que faziam serviço ali no edifício.  Disse que queria que trocassem tudo, encanamento, fiação, tirassem todo o papel de parede, a cozinha ia encomendar uma nova, mais simples.

Manuel, o português encarregado desse grupo, trouxe um homem que disse que lhe podia fazer a cozinha como ele queria.  Sugeriu fazer uma cozinha americana, ganhar mais espaço na sala que era pequena.   Tirariam a parede, mostrou o que queria de cozinha, o pouco que ia usar, tinha o hábito de comer na rua.  Precisava de uma coisa simples, ter uma tostadora, um maquina de café, pouco mais.

Levaram três meses para fazer tudo, ele seguiu aonde estava, numa batida que fizeram nesse meio tempo, deram com um lugar de sadomasoquismo, eles eram quatro homens, atrás de um homem que estava lesando as pessoas, as filmava, depois chantageava.

Notou que o Charles, ficava excitado, se notava em sua calça.

Um dia que jantavam juntos, tocou no assunto com ele, a cara do Charles foi fantástica, soltou um filho da puta, estas olhando para o meu pau.

Como voto de confiança, contarei que sou gay, gosto de sexo forte, duro.

Ele contou mais ou menos o que tinha acontecido com ele, o filho da puta abusou de mim, a sorte que me lembrei de uma conversa entre amigos, um dele era gay, contou que havia que relaxar, foi o que eu fiz.

Nessa noite acabaram na cama, Charles quando viu todas suas cicatrizes, no tronco, a da operação na perna.

Ele acabou contando que por isso tinha ficado tanto tempo fora.

Mas se encontraram no sexo.  Não havia carinho, quando muito um beijo, Charles confessou que não gostava de ter relacionamentos, mas sim variar.

O levou um dia, para comprar roupa de couro negro, depois nessa noite o levou a uma parte de Paris, a um bar que todos estavam assim, alguns como nos filmes americanos, com tudo de fora.

Um confiava no outro, saiam com homens distintos, tomavam cuidado, mas todos queriam o mesmo, sexo duro.   Ele gostava, lhe davam orgasmos fantásticos, um prazer que nunca tinha disfrutado antes, gostava de penetrar, que lhe fizessem o mesmo.

Finalmente ficou pronto seu apartamento, Charles ainda lhe ajudou a montar o mesmo, era como um novo.

Comprou uns cadeirões de couro de orelha, que o Charles conseguiu para ele, no salão o que sobrava de paredes, tinham estantes, algumas vazia, pois não tinha ainda os livros suficiente para preencher, mas um dia estaria cheio, nos dias que não saia, ficava lendo.

Nada de televisão, tudo que tinha era um celular.

Um dos quartos deixou vazio, quem sabe um dia o filho viesse, compraria moveis.  Conseguiu finalmente saber aonde estava a mulher, lhe telefonou, pediu para falar com o filho.  Lhe explicou que entendia que ele tivesse se assustado, eu mesmo quando me olhei, me assustei, a minha voz nunca mais será a de antes.  Gostaria de fazer uma coisa antiga contigo, te escrever.

Começou uma larga correspondência com o garoto, agora estava com doze anos.

Foi contando para ele, como tinha sido sua vida, uma infância sem pai, não sabia quem era, que só tinha descoberto, justo no dia que fazia a doação de medula óssea para ele.

Depois o que tinha acontecido com ele, omitiu o sexo, mas sim falou porque tinha ficado daquele jeito.

O garoto lhe perguntou se tinha se vingado, escreveu essa parte em inglês, que sim tinha matado o outro.

Que sentia falta dele, se escreviam a cada quinze dias, com o tempo o garoto começou a falar do que sentia com ele.   Perguntou se nas próximas férias ele podia vir ficar com ele uns dias.

Disse que sim, que lhe mandaria o bilhete de avião, tirarei férias se me diz as datas, assim podemos fazer alguma coisa juntos.

Mandava fotos da sua cara para ele ir se acostumando, ele retribuía com fotos dele, estava grande.      Falou com a ex-mulher, está reclamou que o garoto a estava levando a loucura, de tanto pedir.

Só quero que me digas a data, para conseguir férias.  Falou com o Charles, bem como o chefe, explicou a situação, normalmente os que tinham família ali, era os que tiravam férias na época da férias escolares, mas concordou.

Foi buscar o filho no aeroporto, ele quis voltar de metro, assim aprenderia a andar se fosse o caso.

No primeiro dia estava receoso, mas o garoto, gostou do quarto, disse que na casa da mãe, o quarto era como ela queria.  Agora o seu era todo muito simples, disse que ele ia poder ir colocando as coisas como gostava, cartazes, o que ele quisesse.

Foram com o tempo construindo uma amizade.

Quando conheceu o Charles, soltou que esse olhava o pai com uma maneira diferente.

No momento o Charles estava saindo de uma complicação, tinha se apaixonado de um maltratador, que esse tinha feito de sua vida um inferno.

Fizeram alguns passeios juntos, ele ria com Charles  porque fazia brincadeiras com ele, achava seu nome divertido, Louis Paul, coisas da sua mãe, pois tinham vivido em Saint Paul, ele tinha sido batizado na igreja de Sain Paul and Sain Louis.  Foram um dia até lá, ele quando viu um Saint Louis pintado no teto, disse que ia usar os cabelos como o mesmo, caíram as gargalhadas dentro da igreja.

Se lembrava inclusive do apartamento aonde tinha vivido.  Contou ao Charles que antes do pai desaparecer, como fazia quando o colocava na cama, falava comigo, me contava histórias que ele mesmo inventava, eu sabia que não estava em nenhum livro, pois o Louis que ele falava sempre era um herói.

Quando seu filho foi embora, sentiu um vazio imenso, seguiram se correspondendo, justo uma semana depois conheceu o Raoul Dasher, num bar, estava vestido como ele, todo de couro, tinha ido mais por causa do Charles.  Mas esse desapareceu.

Sentou-se na sua mesa, mas educadamente perguntou se podia.  Mais tarde saíram dali, falando de livros, encontrava alguém que gostava de falar em livros.  Riram muito, pois vivia literalmente perto, mas não se tinham visto nunca.   O apartamento do Raoul era estreito, num corredor imenso, cheio de livros até o teto.

O que lhe tinha impressionado era o físico dele, pois era um pouco mais alto que ele, mas com um tórax imenso.  Quando comentou isso, soltou imaginas a dificuldade para comprar roupa, tenho que mandar fazer.  Lhe explicou que desde criança tinha trabalhado no campo, talvez isso tivesse feito seu tronco desenvolver tanto.

Quando tirou a camisa, viu que era imensamente peludo, o que o excitou muito, na cama era um embate de dois homens fortes.

Fizeram um sexo, com uma certa violência, mas cheio de carinhos, o que ele estranhava as duas coisas misturadas.

Quando lhe penetrou, ficou como um louco, pois as vezes era agressivo, outras era suave, o foi levando a um clímax, que gritou quando teve um orgasmo.

Raoul depois ficou rindo, pois já tinha tido o orgasmo antes, mas tinha seguindo lhe provocando, nessa noite fizeram sexo mais três vezes, ficou como um louco, quando ele sentou-se em cima do seu sexo, olhando nos seus olhos.

Pela primeira vez tinha algo assim. Quando ficaram abraçados, o dia começa a nascer, soltou menos mal que amanhã, é domingo, tenho folga.

Raoul soltou que normalmente nunca trazia ninguém a sua casa, ainda mais fazer tanto sexo, mas parece que tenho sede de ti.

Lhe contou que era professor da Sorbonne, que amava seu trabalho, dava aulas de árabe, bem como algumas derivações da língua de Israel.   Nasci lá, mas odiava viver pela opressão da religião, aqui me sinto mais livre.

Passaram o dia inteiro conversando, abraçados na cama. Dormiram, abraçados, fizeram sexo. Depois quando anoiteceu, foi com o Marc até sua casa, o convidou para subir, ele de brincadeira, disse que na sua cama, nunca tinha estado alguém.

Opa, temos que estrear, Raoul o provocou tanto que teve um orgasmo sem penetração.

Acabou soltando que gostaria de seguir se encontrando com ele.

Tinha encontrado sua meia laranja.  

Quando o Louis voltou nas férias seguinte, vinha chateado, sua mãe, estava vivendo com um homem, que era controlador.   Tinham tido vários desencontros, o advogado dela, o procurou pois iam se casar, o homem queria adotar seu filho.

Ele disse que nem pensar, falou com o Louis a respeito, ele soltou, esse homem está louco, como estava ali de férias, já com 17 anos, consultou um advogado, contou a história, o que podes fazer, é lhe dar a independência.

Falou com o advogado de sua mulher, essa bateu o pé, dizendo que seu novo marido queria adotar seu filho.    Isso ele não vai conseguir.

O jeito foi levar o Louis a um juiz, o deixou ali conversando, ele como cidadão francês podia pedir pela idade sua independência.   Marc tinha falado que ele tinha um fideicomisso para ir à universidade o ano seguinte.  Quando o juiz viu o valor, ele comentou que tinha juntado nesse fideicomisso, a herança de sua mãe, bem como o que ele deveria depositar todos os meses, que sua mulher tinha recusado.

Quando ela apareceu, já era tarde.   Ele tinha falado com a policia de Montreal, levantado a ficha do sujeito, estava metido em merdas, quando mostrou tudo para ela, ficou uma fera, mas piorou quando leu a decisão do juiz.

O ameaçou por ser funcionária do governo, o tiro saiu pela culatra, pois o juiz reclamou no seu departamento da ameaça.

A mandaram para outro pais, ao que teve que ir sozinha.

Louis ficou morando com ele, adorava ter largos papos com Raoul, antes de tudo explicou ao filho o que existia entre os dois.

Ele quando entrava na cozinha, via Raoul fazendo café, abraçado ao pai, ria muito, dois ursos se abraçariam melhor.

Ele chegou a um ponto que Raoul era o ar que respirava. 

Um dia numa perseguição, um carro bateu em sua moto, apesar da sirena, a mesma caiu sobre sua perna, outra vez para o hospital.   Os três o mimavam, mas vinha o pior, já não poderia andar mais de moto, pois a perna estava muito frágil, a partir de agora teria que andar de bengala, para sempre.   Conseguiu que o aposentassem, como estava de serviço, com o máximo rendimento.

Quando se recuperou, Louis que estava estudando árabe e hebreu, foram passar as férias em Tel Aviv.   Nunca tinha visto seu filho tão feliz, mais ainda quando falou que no fundo ele tinha ascendência judia, pois seu pai era judeu.

Viajaram por todo o pais, conheceram amigos do Raoul, ele tinha uma parte que era de seus pais, que era imigrantes na argentina.

Se surpreendeu que o receberam bem, viviam numa residência de pessoas de idade, estavam mais relaxados.

Quando voltaram a Paris, um dia que teve que ir ao Palacio de Justiça, por um papel de sua aposentadoria, deu de cara com seu pai.  Falou com ele, que tinha estado em Israel com seu filho, este não sabia que tinha um neto, disse que em sua família só tinham mulheres.

Quis conhecer o Louis.

Vou falar com ele, mas terás que ter cuidado, ele ficou muito chateado, por eu ter vivido sem um pai, quero que o senhor saiba que vivo com um judeu, assim terás que pensar antes.

Dias depois seu pai telefonou, pedindo para almoçarem juntos todos.

Louis a principio não queria, quem o convenceu foi o Raoul, se não gostares dele, já sabe por que oficialmente, o mais importante é saberes de aonde saíste, para conhecer seu futuro.

Já estava na Sorbone, estudando línguas, que era o que tinha verdadeira paixão.  No momento os dois decidiam se alugavam ou comprava um apartamento maior, para viverem juntos.

Ele tinha muito dinheiro aplicado, bem como guardado, seria a hora de pensar no futuro.

Como Louis estava catalogando os livros do Raoul, este arrumou para trabalhar no seu horário livre na biblioteca do departamento.   Isso apesar do seu fideicomisso, o deixava livre.

Depois do almoço, o velho chegou sem pose nenhuma, estava aposentado recentemente, disse rindo que não aguentava viver na sua casa, que nunca tinha estado um dia inteiro da semana com a família, que o estavam levando a loucura.

Nesse dia tinham ido ver um apartamento grande, justamente perto de Saint Paul, era antigo, precisava de uma reforma.

Quando se sentaram para comer, o velho não tirava os olhos do Louis, ao final tirou uma foto de seu pai, mostrando para ele.  Eram iguais.

Meu pai, teu bisavô escapou dos nazista, se transformou em Partisans, lutou toda a guerra contra eles, nunca o capturaram.

Se casou já muito velho, pois foi para Israel, participar da guerra da independência, mas não se acostumou a viver lá, dizia que precisava do ar podre de Paris.

Quando foram a sua casa, ele riu muito, fizeste uma grande obra nesse apartamento, a última vez que vim aqui, tua mãe, me falou que estavas trabalhando de infiltrado, tudo tinha cara de velho, de abandono.

As vezes nos encontrávamos, me falava de ti o tempo todo.  Mas minha vida era complicada, com a família que tenho, agora tenho que pagar por isso.

Se surpreendeu escutando o Louis falar, nunca é tarde para recuperar seu filho, seu neto, eu recuperei meu pai, pois quando o vi depois de tanta operações, me assustei, não era o homem que eu conhecia, o que via era um homem cheio de cicatrizes, que mal podia falar, nem a voz era a mesma de quem me contava histórias.

Mas começamos a nos escrever, nunca tinha deixado de ser meu pai, me falava de tudo, eu também lhe contava tudo.

Talvez seja a hora do senhor conhecer melhor esse outro lado da família.

Mais tarde, comentava isso com o Raoul, que tinha se surpreendido, teu filho é maduro para a idade que tem.   Um dia me contou desse encontro dos dois, estava com um livro de um escritor hebreu, que falava das cicatrizes da alma, ele leu, depois me comentou sobre o livro.

Que as cicatrizes do corpo são uma coisa, mas as da alma, são difícil de consertar.

Ele é muito mais maduro que os outros estudantes, o apresentei a um outro professor que é arqueólogo, que esta fazendo escavações em Israel, que precisava de alunos que falassem a língua, se surpreendeu que ele falasse árabe também, pode ser que na próxima temporada de escavações, nos dois estejamos sozinhos.

Mas claro, nem tudo é perfeito, um dia Louis se surpreendeu com uma colega, que estava na biblioteca, lhe perguntou se ele neto do juiz.

Ele disse que sim, que o tinha conhecido a pouco tempo.

Cuidado ele é manipulador, antes de ir encontrar com vocês, comentou coisas com a minha avó que me surpreendeu.   Primeiro falou da decepção de ter um filho gay, imagina os dois são dois homens imensos, o segundo a curiosidade a teu respeito, pois sabe que tens um fideicomisso muito bom, de aonde saiu esse dinheiro.  Como também andou verificando a vida do professor Raoul.

Raoul nesse dia estava raro, de mau humor, até que ele tocou no assunto com seu pai, contou o que a neta tinha falado.

Raoul soltou, que o diretor do departamento que era seu amigo, tinha lhe soltado na cara, o que ele tinha feito para um Juiz estar investigando sua vida.  Quando lhe perguntei quem, ele me deu o nome do teu pai.

Marc ficou furioso, escreveu uma carta, ele sempre se expressava melhor escrevendo, falou disso tudo, que sentia muito ter-se enganado outra vez com uma pessoa, decidimos entre os três não queremos ver mais o senhor.

Usava termos respeitosos, para manter a distância, perguntou ao filho se ele tinha ideia de aonde vinha o dinheiro do fideicomisso?

O senhor me informou a respeito, uma parte é dinheiro que herdaste da sua mãe, a outra o valor da pensão que me devias pagar por mês, que minha mãe recusava.  Este dinheiro ficou aplicado.

Isso, quero sempre que sejas independente.

Um dia ele apareceu com sua prima, apresentou o pai, bem como o Raoul, ela riu muito, ele tem razão, dois homens assim, eu queria ficar no meio.  Ria muito.

Soltou que era a ovelha negra da família, que fazia tudo ao contrario desde criança, o resto são formais como o velho.

Em Paris, ficou o Louis, esperando para partir com o grupo para as escavações, ao mesmo tempo que fazia um curso sobre o assunto que ia trabalhar lá.

Raoul, tirou uma excedência na universidade, Marc tinha escutado falar de um grupo que estudavam a religião, por não ter tido ligações anteriores.  Quem a ministrava era um rabino jovem, os dois se juntaram ao grupo, alugaram um apartamento em Tel Aviv, em frente da praia.

Esses encontros se produziam 3 vezes por semana, cada dia estudavam um tema, tinham que pesquisar a respeito.  Era interessante pois as ideias nem sempre eram concordantes, na verdade cada um tentava que a sua prevalecesse.

O Rabino, logo ao inicio desse tipo de trabalho soltou, isso aconteceu com todas as religiões, os homens a transforma em algo que os beneficie, raramente percebem que como o fazem distorciam a real ideia.

Bem como os jovens que aprendem decorando tudo, funciona como uma lavagem cerebral.

Nada é verdadeiro, salvo nossa própria essência.

As discussões eram boas, em casa conversavam muito entre eles sobre o assunto.

Um dia foram visto por outro do grupo, na praia gay, na seguinte reunião o mesmo tocou no assunto. O mesmo querendo provocar a expulsão dos dois, acabou surpreendido, mais da metade dos homens que estavam ali, inclusive o rabino, era gay.

Quando Louis chegou com o grupo, passou dois dias com eles, depois foi para as escavações, depois contaria do férreo controle por um lado dos judeus, por outro da igreja católica que sempre tinha gente infiltrada, preocupada que se encontrasse alguma coisa, relativa a Jesus.

Ele fazia seu trabalho, que tinha a ver com as línguas antigas.

Tinha encontrado um pergaminho, dentro de uma vasilha de barro, que datava de antes da vinda de Jesus.  Como não era nada religioso, mas sim, como se fosse uma carta, entre duas pessoas relativa a uma amizade.

Louis depois de atualizar tudo a língua atual, resolveu escrever a respeito.  Um mês depois, num extrato de terra mais abaixo, encontraram mais dois pergaminhos.  Um deles falava do amor entre dois homens.  Num mesmo pergaminho, tinha outros pequenos inseridos no mesmo, como se fosse uma correspondência.

Marc, ficou interessado a respeito, apenas leu o que o filho tinha atualizado, quando viu estava escrevendo um romance sobre isso.

Raoul só tinha que trabalhar mais um semestre, depois se aposentava, antes de voltarem, procuraram uma casa para comprar.   Viram muitas, mas acabaram se apaixonando por uma perto de Jaffa, não dentro da cidade, mas no campo, ficava 10 minutos da praia, tinha um pequeno campo para se ocuparem.

Louis se interessou em seguir seus estudos em Tel Aviv, foi o que fizeram, compraram a mesma, como numa sociedade entre os três, caso algum morresse essa parte passava para os dois seguinte, assim até o último herdeiro.

Louis contou que tinha conhecido um estudante Palestino, que os dois tinham tido um romance, gosto dele, mas para ele é complicado.

Raoul voltou para Paris, ele ficou cuidando da reforma, ia a cada dez dias para vê-lo, matar a saudades, não estavam acostumados a ficarem separados.

Seus encontros sexuais, eram fantásticos, cada um sabia aonde tocar o outro para provocar prazer. 

Foram ao mesmo tempo, separando livros, tudo que iam levar para a casa que tinham comprado, a mesma tinha uma parte que aumentaram, para fazer uma bela biblioteca.

Um dia comprando material que queria levar, deu de cara com seu pai, o viu mais acabado, este o convidou para tomar um café.

Lhe pediu desculpas, quando soube que passariam a viver em Israel, soltou sua veia de controlador, lhe parecia um absurdo, inclusive achava que estava pressionando o Louis.

Vejo que o senhor não conseguiu nem chegar perto de conhecer seu neto.   Ele decidiu terminar a universidade lá.   Nem pensa em voltar para cá.

O velho afinal soltou que apesar de ser como era, tinha gostado de conhece-los, mas tenho esse defeito sou controlador, perguntou se um dia podia visita-los.

Pensarei a respeito, mas não prometo, teremos os três ou quiça quatro conversar a respeito.

Quem é a quarta pessoa, a namorada do Louis.

Ele para provocar disse que Louis tinha um namorado da Palestina, foi um caos, chegou a chamar a atenção aonde estavam.

O senhor tem muito que aprender ainda na vida, primeiro é controlar seu gênio, segundo que o mundo não gira em torno a si, devias procurar um psicólogo.

Não lhe deu a direção, nem aonde viveriam.

Anos depois, foram informados que tinha morrido, tinha deixado uma parte de herança para o Louis, cheia de condições.   Este riu muito, escreveu uma carta ao advogado, dizendo que o velho devia enfiar isso no cu, pois ele nunca estaria disposto a condições nenhuma.

Mantinha um relacionamento com sua prima, se correspondiam, ela lhe contou que tinha morrido sozinho numa residência de pessoas de idade, pois tinha tornado difícil conviver com ele.

Marc falou que era uma lastima, se ele fosse uma pessoa cordial, o quanto podia ter lucrado convivendo conosco.

Ele escreveu as histórias do manuscrito, em hebreu, depois ele mesmo traduziu para o Francês, mandou para uma editora em Tel Aviv, outra em Paris, a de Paris o chamou, para uma larga conversa.  Sugeriram que ele fizesse um curso de escritura, que reescrevesse o livro dentro de uma pauta, o assunto lhes interessava.

Foi o que fez, um curso de escritura, bem como para roteiros de cinema.

Um diretor se interessou, pois tinha escrito o roteiro, como se passassem em duas épocas diferentes, uma no tempo antigo, outra num momento mais moderno, um israelita apaixonado por um simples estudante Palestino.

Foi um sucesso.

Louis, trabalhava na escavação, bem como seguia seus estudos na universidade. Seu romance ia em frente, os dois se entendiam, viviam com eles na imensa casa.

Raoul depois de montar sua biblioteca, perfeitamente ordenada, passou a fazer pesquisas na da universidade, como era originário dali, não tinha barreiras para consultas.

Era sim consultados por colegas a respeito de vários assuntos.

Estavam todo o tempo ocupados.  A pedido de um diretor de cinema, escreveu um roteiro, misturando ficção com a realidade, sobre os jovens gays do pais.  Para isso, conversou com várias associações, conheceu mais gente, levou cantadas, alguns homens iam atrás dele, mas ria dizendo que se fosse anos atrás aceitaria, mas tinha consciência que amava seu homem.

Que o tendo em sua cama, não precisava de mais ninguém.

As dores em sua perna voltaram, acabou tendo que amputar a mesma por causa de um câncer ósseo, usava uma prótese, mas dentro de casa se virava numa cadeira de rodas.

Estavam cada vez mais entregue um ao outro.  Quando tinham já quase 80 anos, Louis adotou duas crianças da palestina, que tinham perdido suas famílias, eram seus netos.

Quando chegou aos 85 anos, morreu dormindo, nos braços do Raoul, esse ficou desanimado, pois o amava com loucura.

Viveu ainda mais dez anos, cuidando dos netos.  Marc tinha transferido todo seu dinheiro para Israel, o dinheiro a tanto tempo guardado, era um fideicomisso, para seus netos estudarem.

Tanto Louis estava tranquilo em seu trabalho, numa ida a Paris, tinha se casado com seu namorado.  Foi o que fizeram Raoul e ele, dois anos antes dele morrer.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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