MORAL - IMORAL - AMORAL
Esta é a pergunta
que me fiz a vida inteira, aonde me classificava, como devia olhar meus
pequenos pecados pela vida afora. Na
verdade, isso não me incomodava, afinal, tinha feito uma coisa mais importante,
sobreviver. Na minha lógica, isso tudo
tinha sido válido sempre.
Meus pais, era um
problema sério, como muitos hoje em dia, drogas, problemas anteriores a sua
própria vida.
Meu pai
desapareceu, eu devia ter uns 10 anos, nunca ficamos sabendo se morreu, ou se
fudeu, essas são as palavras certas.
Minha mãe, fazia o que podia, trabalhava no que aparecia, nunca me disse
de aonde tinha saído. Era de uma certa
maneira uma estampa, tinha vindo segundo ela para Los Angeles, para ser
atriz. Era alta, com um corpo bonito,
cabelos ruivos muito escuros, pele branca, com uns olhos verdes
fantásticos. Eu herdei dela os cabelos,
os olhos verdes, o resto do meu pai, tinha a pele mais morena, um nariz que
parece cortado a faca em linhas retas, uma mandíbula quadrada, o que me dá uma
cara de macho alfa.
Quando meu pai
desapareceu, fomos descendo de nível, acabamos morando num parque de Motorhome,
ao lado de uma avenida, por detrás se subia para a parte alta de Hollywood,
aonde viviam os ricos. A maioria das
mulheres trabalhavam nessas casas fazendo limpeza.
Ela era uma
destas, ou quando não conseguia nada, de garçonete, ou mesmo de prostituta, ela
e sua amiga Leslie, se viravam juntas, a única diferença era que está tinha uma
pequena pensão pelo seu marido. O bom
era que controlava minha mãe, para não cair nas drogas ou bebida.
Quando as vezes
as duas saiam pela noite, nessa época eu tinha uns 14 anos, ficava com Andrea o
filho da Leslie, que tinha 16 anos, era a pessoa mais bonita que conheci,
odiava seu nome, pois muita gente confundia com nome de mulher. Eu dizia que ele era o culpado, pois usava
cabelos compridos largos, tinha umas pestanas quilométricas, muito femininas,
pouca barba, como pelos pelo corpo.
Descobri o sexo
com ele, fomos um dia a praia, ele viu que minha sunga marcava muito, perguntou
se meu piru era grande, eu ri muito, era sempre uma curiosidade na escola,
quando tomava banho depois de fazer natação.
Ele já não ia a
escola, dizia que não gostava de estudar, eu ao contrário queria ser alguém,
escapar dali, nessa época já tinha isso em mente.
Quando me viu sem
roupa, uma vez que ficamos sozinhos no motorhome de sua mãe, ficou louco, disse
que se eu me prostituisse ia ganhar um bom dinheiro, por causa do material que
tinha entre as pernas.
Me ensinou como
usar, claro ele como cobaia, cada vez que as duas saiam, ele dizia se elas vão
fazer sexo, nós também. Eu gostava, ele
era especial, carinhoso, tinha uma bunda com uma penugem, me ensinou tudo. Disse que tinha aprendido, as vezes se
escapando para se prostituir.
Uma vez fui com
ele, me tocou um homem velho, horroroso, tive que fechar os olhos, imaginar o Andrea. Não gostei, disse para ele que preferia
conseguir um emprego.
Fui trabalhar
numa licoreira, uma loja que vendia bebidas, mas que fazia entregas em
quantidades para todos os bares dessa parte de Los Angeles, quando apareci a
primeira vez, me disseram que precisava de alguém que dirigisse um furgão. Eu era alto para minha idade, tinha um bom
corpo, ombros largos, quadris estreito, pela natação, pois todo meu tempo
livre, estava nadando, seja na escola, ou na praia.
Falei com o
Andrea, ele riu, sem problemas, me levou numa autoescola, falou com um
professor, esse quando me viu, ele disse que eu fosse sem cuecas. O homem era até bonito, simpático. Me ensinou a conduzir, ao mesmo tempo, fazia
sexo seguro com ele, pois sempre fazia questão de me colocar a camisinha, antes
de sentar-se em cima. Inclusive me conseguiu um carta de motorista,
mudando a minha idade. Mas claro para
isso, tive que passar uma noite com ele num motel, ou seja nada disso me custou
dinheiro.
Aliás quando
precisava de algum mais telefonava para ele, dizia aonde me encontrava.
Saindo pela
direita de aonde vivíamos, dava para um bosque que tinha um caminho, até um
posto de gasolina, já na autopista, me recolhia ali. O deixava fazer tudo que queria, achava
estranho ele ter um piru grande, mas querer o meu. Dizia que o seu usava com sua mulher.
Um dia Andrea
desapareceu, depois telefonou a sua mãe, disse que tinha encontrado um homem
que o ia sustentar, quando apareceu com esse, era um dos seus clientes, um
senhor de uns 50 anos, só o voltei a ver anos depois, quando toda sua beleza
tinha ido para a casa do caralho, por drogas, bebidas.
Eu comecei a
trabalhar na licoreira, meu trabalho consistia em carregar o furgão, fazer as
entregas, as vezes ganhava gorjetas, para que entregasse no local
primeiro. Sempre ganhava um por
fora. Quando não tinha nada que fazer, eu
colocava as bebidas no seu lugar, anotava o que se acabava, para serem pedidos
novamente, ajudava a descarregar os caminhões de entrega. Mas claro trabalhava da parte da tarde até as
meia-noite ou duas da manhã, ia escondendo esse dinheiro para não gastar,
encontrei um esconderijo logo atrás da nossa motorhome, antes verifiquei se de
alguma outra se via, quando guardava tudo que faturava de gorjetas numa
noite. Os finais de semana eram
melhores, usava um furgão em que uma parte ia gelo, na outra bebida. As vezes era capaz de voltar outra vez para
abastecer, para atender os clientes, principalmente da zona da praia.
Meu patrão
encantado, dizia que era difícil encontrar um empregado assim. O melhor era que não tinha que cobrar
ninguém, tudo era pago pelo sistema de cartão de crédito, diretamente conforme
o pedido. Eu ganhava sim dinheiro com o
gelo, mas isso era outra história.
Um dia minha mãe
desapareceu, eu ia fazer 16 anos, a Leslie disse que iria ela dar parte, se for
você o serviço social, te vai pegar. A
foram descobrir na morgue, algum cliente a tinha assassinado. Claro nunca se descobriu quem.
Eu ganhava
suficiente para pagar o aluguel, me apertei mas segui em frente, as vezes algum
conhecido dos restaurantes, me dava comida, coisas que sobravam nas mesas, eu
não tinha luxo, tinha era que comer.
Sabia agora que
qualquer esperança de ir para a universidade eram nulas, não era mau aluno, mas
não tinha tempo para estudar, minha notas nunca seriam suficiente para ganhar
uma bolsa de estudos.
Um dia,
conversando com a Leslie, ela substituiu minha mãe, me protegendo, agora não
tinha seu filho, esse sempre lhe dava dinheiro, para que ela não saísse pelas
noites.
Comentei com ela,
sobre minhas poucas opções, entrar para o exército, ou para a polícia.
Ela me levou para
conversar, com um grupo de ex-combatentes que vivia ali no parque das
motorhomes. A maioria, lhe faltava
alguma coisa, quando não as vezes um parafuso na cabeça, alguns se equilibrava,
com as drogas, as recuperações, as bebidas, enfim, todos me disseram que só seu
fosse louco para perder o tempo precioso da minha juventude, lutando uma guerra
que não era minha. Diziam sempre,
polícia, que pelo menos teria um seguro de vida, assistência médica, um deles
ainda me disse, muitos fazem um extras com os subornos.
Tinha um policial
que sempre aparecia no final da sua ronda, pela loja de bebidas, ele sempre
fazia o turno da noite.
Ficava me olhando
trabalhar, sabia que me comia com os olhos.
Um dia chegava em
casa, depois de um dia duro, tinha tomado um banho, estava com umas bermudas
folgadas, sem cuecas, com uma camiseta velha, quando escutei uma confusão.
Sai, Leslie me
avisou, a mulher que vivia no motorhome na frente da minha, tinha sido
encontrada assassinada.
Esse policial
veio falar comigo, já que eu era um vizinho, disse que tinha acabado de chegar
do trabalho, além de que as janelas da motorhome dela, tinha sempre as
persianas abaixadas, não dava para ver nada.
O levei até a frente da minha, mostrei para ele, nem que a luz esteja
acesa, não se vê nada, ele aproveitou roçou sua mão no meu piru. Me disse baixinho, queres te divertir um
pouco. O homem tinha um corpo de
enfarte, um peitoral imenso de quem faz muitos exercícios.
Eu só sorri, ele
me disse que me esperava dentro de meia hora, no posto de gasolina. Chegarei
num jeep.
Quando eles foram
embora, me vesti, apaguei as luzes, sai de fininho. Ele me esperava aonde tinha me falado. Agora usava uma camiseta apertada, mostrando
todos os músculos, fomos para a parte alta, aonde havia um mirador, ali, mal
desligou o Jeep, meteu a mão, nas minhas calças, que sem vergonha, já vens sem
cuecas.
A tempos se
falava de um pédofilo que abusava dos jovens, mas entre uns 15 a 18 anos, que
alguns depois matava.
Na verdade
ninguém sabia do dito cujo, só se falava num carro que tinha, o Dodge antigo,
cinza.
Depois de mamar
muito, me perguntou se queria ir para sua casa, ele vivia ali perto.
Claro na cama
sempre era melhor. Concordei, achei estranho, a casa ficava numa parte da
montanha, aonde era um parque, ele disse que era a antiga casa do vigia de
tudo.
Tinha uma
garagem, quando entrou com o Jeep, vi um Dodge, igual como falavam. Fiquei
quieto. Me fez tirar toda minha roupa,
queria me fotografar, eu disse que de jeito nenhum, quando ele tirou sua roupa,
entendi por que olhava tanto meu caralho, o seu era diminuto, em comparação com
o tronco. Fizemos sexo, ele me disse
antes, não gosto de abraços, nem de beijos, o que quero é te explorar. Depois
de uma pausa, ele começou com um jogo diferente, queria me colocar algemas, mas
fui esperto, acabei o dominando, colocando nele, quando me pediu para pegar uma
camisinha na gaveta da mesa de cabeceira, vi que tinha ali um revolver, pensei
quem é esse louco.
Ele não gostou
que eu tivesse prendido um de seus braços na cama, começou a lutar comigo,
tinha uma força descomunal, com a mão livre, agarrou o meus pescoço, não sei
como se livrou da algemas, agora eram as duas no meu pescoço, vou te matar
filho da puta, tu eres como todos os outros, isso um filho da puta, mas sou
mais forte.
Realmente era,
estava quase perdendo o folego, pensei se não me concentro esse filho da puta
me mata. Estendi um braço, consegui pegar o revolver, encontrei seu tronco,
disparei.
Ele arregalou os
olhos, ficou me olhando assustado, creio que não esperava, soltou o meu
pescoço. Fiquei sentado respirando
pesado, enquanto ele morria.
Quando chegamos a
sua casa, eu fui ao banheiro, pelo espelho, vi que tirava dinheiro da mochila,
afastava uma cômoda, colocava ali um maço de dinheiro.
Já estava morto
mesmo, tomei o pulso. Resolvi explorar,
quando puxei o móvel, vi que a parede tinha um buraco, estava cheio de
dinheiro, bem como tinha o corpo de um garoto, todo encolhido, dentro de um
saco plástico. Que filho da puta pensei,
ou seja ele era o pédofilo, quem iria desconfiar dele como polícia, ninguém, a
não ser que alguém escapasse.
Abri a mochila,
no fundo tinha outro revolver, o deixei ali, fui colocando o dinheiro todo
separado em notas grandes dentro, até que encheu, procurei no armário, quando
abri a porta, estava cheia de fotos de garotos sempre com o piru grande,
algemados na cama, ao lado uma do mesmo morto.
Uma coisa rara era que a porta do armário era de metal, como tudo que
estava dentro.
Ali inclusive
tinham artefatos para sadomasoquismo, na estante, pilhas de cds de vídeo, com o
nome da vítima, uma caderneta de endereços com nomes, junto ao cds uma lista
para quem tinha sido enviado, nomes e direção. Encostou de novo a cômoda na
parede. Enrolou o filho da puta num
lençol, pegou a camisinha que tinham usado antes, jogou na privada, deu
descarga. Foi até a garagem, encontrou dois galões de gasolina, molhou a cama
inteira, bem como cortinas, indo por todo o resto da casa.
Quando tinha
elogiado o jeep, ele riu sarcasticamente, disse que o jeep, era de um
traficante que ele tinha prendido, encontrei na garagem da casa, o retirei
dali, porque queria muito um, troquei as placas num ferro velho, trouxe
inclusive outras, são todas para jeep.
As encontrou na
garagem. Colocou no jeep, bem como a mochila, a bolsa com o dinheiro. Foi até
aonde estava o rastro de gasolina, tocou fogo.
Se afastou com o
jeep, ficou até um certo ponto de longe olhando, vendo como subia o fogo.
Depois desceu a
colina, parou num parking abandonado, trocou as placas, foi se aproximando de
aonde vivia, o negocio agora seria levar uma vida por um tempo simples sem
tocar nesse dinheiro. Escondeu o jeep,
num estacionamento que não tinha câmeras, pagou para dois dias, deixou o ticket
ali no para brisa.
Levou com ele a
mochila, bem como a bolsa, para esconder no seu lugar secreto, o dia ia
começando, escutou ao longe sirenas do corpo de bombeiro, pensou, os daqui não
deram conta, tiveram que chamar de outro lugar.
Entrou em sua casa, acendeu a televisão, falavam num incêndio começado
na antiga casa do guarda bosque, que ao parecer tinha sido invadida por alguma
pessoa. Tinha apagado o incêndio, que
por pouco não chega ao monte, cheio de pinos que estavam secos. Faziam uma pergunta, porque seguimos plantando
pinos, que secam no verão provocando incêndios.
Tomou um banho,
eram os últimos dias de escola, acabava o curso. Fez a última prova, depois foi trabalhar como
se não estivesse acontecendo nada. No
jornal falavam do policial que tinham encontrado, bem como do armário, da
cômoda, comum garoto morto dentro, descobriram que embaixo da casa, ao lado da
garagem, um sótão cheio de cadáveres de garotos, além do Dodge todo
queimado. Diziam finalmente alguém
tinha encarado o sujeito, estava carbonizado, mas a dentadura mostrava quem
era, pior era descobrir que seu nome era falso, que ele vinha de outro lugar,
aonde tinha feito o mesmo.
Ninguém sabia
como tinha enganado todo mundo, vinha inclusive com carta de recomendação, seu
companheiro dizia que as vezes tinha um comportamento estranho. Acreditava que ele recebia subornos, ou
dinheiro, no tal armário, foram encontrados protegidos do fogo, duas caixas de
metal cheias de CDs de vídeos com garotos, que ele vendia por internet.
Não falava da
lista, para quem tinha sido enviados, nem sobre nomes.
No teto da
habitação tinha uma câmera de vídeo, mas tinha derretido no fogo, ou seja sua
última gravação tinha desaparecido.
Porra que merda, que
bem que o fogo tinha destruído tudo.
Diziam também que seu carro particular tinha ficado no estacionamento da
polícia, não sabiam como poderia ter saído da mesma. No momento investigavam não tinha nenhuma
pessoa incriminada pelo crime.
Ele acompanhou as
notícias, nos jornais, foi passando da primeira página, até desaparecer como
sempre. Ele continuava com o dinheiro escondido.
Se informou com o
policial que agora ia até a loja, como poderia entrar para a polícia, aonde
poderia se inscrever.
Lhe deu a direção
de internet, sobre a academia, ele usou o laptop da Leslie, falou com ela que
ia fazer o curso.
Se formou na
academia, logo quando surgiu praça, recolheu tudo que tinha, pediu translado a
San Francisco.
Com o dinheiro
comprou um pequeno apartamento em Castro em cima de uma loja que só abria
durante o dia, com isso tinha paz pelas noites.
A história a
muito tinha deixado de ser comentada, durante muito tempo até ter uma certa
idade, para escolher sua vida, tinha sido assim.
Na época dos
fatos, ele só tinha 12 anos, uns pais complicados, metidos até as sobrancelhas
de drogas. Já o tinha alugado mais de
uma vez a algum pédofilo, mas esse tinha sido especial, o tinham primeiro
sacrificado como diria mais tarde nos interrogatórios a São Miguel Arcanjo, o
protetor, na hora ninguém entendeu merda nenhuma, até investigar profundamente
a vida do torturador.
Ele tinha sedado
Jarred, para fazer o que queria, tinha lhe costurado nos omoplatas duas asas de
anjo, desses de procissão, mas para isso, tinha simplesmente medido
caprichosamente o espaço, aberto com um bisturi, costurou as asas, depois tirou
suas calças, envolveu o mesmo como se apresentam na igreja, com um pano branco
impoluto, em volta da cintura, só então abusou dele, depois se cansou, ria como
um louco, porque o anjo não protestava, então entre risadas estridentes, o
jogou pela janela, por sorte, o bar que ficava embaixo do edifício, tinha um
toldo, que o amparou, mesmo assim, acabou com as duas pernas quebradas em
vários lugares.
Quando chegou a
polícia, ambulância, o levaram para urgências, a confusão era tanta que nem
sabiam o que fazer primeiro, consertar as pernas, bem como um braço que estava
numa posição complicada, ou retirar as asas.
Então deixaram essas por último, tudo estava sujo em volta da costura do
louco. Tiveram que limpar muito o local,
como o mesmo tinha costurado com barbantes, a pele ficou toda com furos, só
podiam no momento, que tiraram tudo, usar as grampadoras modernas juntando a
pele, como tudo estava meio inflamado, demoraram em poder consertar.
Ficou em coma
vários dias, mas ao abrir os olhos, quando lhe perguntaram seu nome, só pode
dizer Jarred Baron. Seus pais foram
encontrados dias depois com uma overdose, no edifício abandonado aonde estavam
de ocupas.
Quanto ao
agressor, esse foi internado. Tinha sido
um sacerdote, expulso da sua congregação por abuso de menores, bem como
sadismo.
Depois do tempo
que levou no hospital, o pior veio em seguida, teve que aprender a andar, o
choque o tinha deixado mudo. Levou anos
em tratamento, recolhido numa espécie de hospital, aonde pessoas que sofriam um
traumatismo grave, eram tratadas.
Mesmo quando
voltou a falar, não podia se lembrar do que lhe tinha acontecido, o único
detalhe era que voava, mas que suas asas não respondiam ao seu desejo de voar.
Levou ao mesmo
tempo alguns anos em tratamento psicológico.
Enfermeiras,
médicos se apaixonaram por ele, pois nunca reclamava de nada, seus cabelos
loiros cacheados, olhos azuis quase cristalinos, uma cara de anjo.
Com o tempo seu
cabelo foi escurecendo, suas feições foram ficando de um homem duro, mas que ao
mesmo tempo tinha uma maneira especial de se comportar.
Nunca ficava nu
na frente de ninguém, na escola que tinha ido, nunca fazia os exercícios com
seus colegas, com o tempo poderia ter ido para um orfanato, mas foi adotado
pela cuidadora que o tinha salvado de tudo isso. O visitava quase todos os dias, no hospital,
depois, conseguiu sua guarda para que ele pudesse ir à escola, finalmente o
adotou.
Ele lhe seria
eternamente agradecido, visto ter finalmente uma família.
Alice e Barry
tinham perdido seu único filho, na guerra do Golfo, aonde foi para provar que
era um homem. Seu corpo foi recuperado
em pedaços depois que seu comboio fosse destroçado por bombas.
Então se
dedicaram totalmente ao Jarred, não o mimavam, mas o colocaram numa escola boa,
bem como ia ao psicólogo uma vez por semana.
Havia um lapso de
tempo que ele nunca se lembrava, ia até a hora que via os pais entregando a
esse homem, recebendo o dinheiro, esse lhe oferecia um copo de leite, que ele
se tinha recusado a tomar, sempre acontecia isso quando os pais o alugavam. Mas desta vez o tinham realmente vendido, por
um preço bem alto. Com isso tinha
podido meter-se tudo o que podiam de drogas.
A sua única
sensação, podia ser pelo fato de que ser jogado pela varanda do último andar do
edifício o tenha despertado das drogas que lhe tinha dado.
Barry era da
polícia, talvez por isso ele tenha resolvido ser policial também, embora tinha
feito primeiro a faculdade de direito.
Nessa época, sua
conversa com seu psicólogo era porque nunca sentia desejo sexual, por
ninguém. Era um trauma que tinha,
escutava seus companheiros de universidade falando de sexo, como se fosse de
escovar os dentes depois da refeições, aparentemente era uma conversa banal
entre eles, falar de sexo, com quem tinha feito, de que maneira.
A ele isso nunca
interessou, se criticava pelo fato. O
mais interessante que atraia atenções tantos femininas como masculinas.
Fazia ginastica
na faculdade, bem com esportes, gostava de nadar, quando a piscina ficava
vazia, o mesmo aconteceu quando entrou para a academia de polícia, sempre
estava com uma camiseta, que escondia as cicatrizes nas costas.
Se lembrou do dia
que pode olhar as mesmas faziam uma curva acompanhando o omoplata, de uma
maneira que eram como furos, marcas de grampos, acabou que nunca fez uma
cirurgia reparadora para esconder essas cicatrizes.
Quando acabou sua
formação, primeiro ficou um tempo com uma equipe de trabalhos nas ruas da
cidade. Los Angeles tinha várias
delegacias, levou nisso dois anos, com um instrutor, que acabou sendo seu
conselheiro. Estava já no final de
carreira, era um homem observador, lhe ensinou tudo que sabia. Como chegar a uma cena de um crime, observar
todo, qualquer detalhe que lhe chamasse atenção, que devia ficar parado,
olhando a tudo sem prejuízo nenhum, sem barreiras.
Isso o ajudou
quando foi promovido a inspetor, tinha uma ligeira coxeira, ao andar, mas
quando corria, isso desaparecia, se devia ao fato de ter as pernas quebradas em
muitos lugares.
Se vestia bem, o
que chamava atenção, mas nada exagerado, apenas a roupa lhe caia bem em seu
corpo musculoso pelos exercícios.
O rosto, as
pessoas diziam que tinha um olhar triste, mas isso não o incomodava.
Foram atender uma
chamada, feita por uma vizinha de um edifício antigo. Dizia que tinha visto um anjo voando pela
janela, que o mesmo estava atirado na área de serviço do edifício, que o mesmo
pelo que ela via se mexia.
Chegaram juntos
com a ambulância. Quando viu o garoto, teve uma espécie de paralisia, não podia
se mexer do lugar. Era como reviver o
passado.
A ambulância
levou o garoto, embora achassem que não tinha muito jeito.
Subiram pelo
edifício ao lado, batendo em cada porta, quando chegaram ao último, ali era a
cena do crime. Mas o apartamento estava
vazio, nada de moveis, somente uma mesa velha de cozinha, cheia de sangue. A cientifica, examinou o lugar todo, as
gotas de sangue iam em direção a janela, de aonde tinham atirado o garoto.
O porteiro do
edifício alegou que o apartamento estava para alugar, que a imobiliária por ser
pequena, mandava os candidatos com a chave.
Realmente existia essa mesa, tinha ficado para trás, quando os antigos
residentes se mudaram.
Como o edifício
era velho, não tinha vídeo de vigilância, tampouco o porteiro ficava ali,
estava fazendo limpeza no edifício ao lado, não tinha visto ninguém entrar ou
sair.
O garoto não
chegou vivo ao hospital.
Claro em seguida
os jornais falavam do antigo caso, pois eram similares.
Se informaram se
o criminoso do anterior estava vivo, se seguia internado.
Tinha falecido a
alguns anos atrás, portanto esse devia ser um imitador.
Este dia chegou
em casa, realmente confuso, pois tudo voltou a sua cabeça, tudo que tinha sido
bloqueado a anos, saia a luz.
Conseguia agora
se lembrar da cara do agressor, a dor que sentia como em outro lugar, quando
costurava as asas nas suas costas.
Teve pesadelos
essa noite, se levantou de madrugada, se sentou na sala do seu pequeno
apartamento, ficou olhando o nada.
No dia seguinte
depois de um banho quente, seguido de um jorro de água fria, se vestiu foi
trabalhar.
A cientifica, não
tinha nada a informar, a não ser que o sangue pertencia ao garoto. Quem fez isso usou luvas cirúrgicas.
Dois dias depois
tornou a acontecer a mesma coisa, outra criança, desta vez tinha uns 8 anos,
tinha sido jogado, mas já estava morto de antes, tinha sido enforcado, estava
numa posição, estranha, começou a analisar a postura, com seu companheiro que
era muito católico.
Este disse que
sabia aonde tinha visto isso. Foram a
uma igreja, mostrou um anjo, num altar, estava na mesma postura.
Desta vez
descobriram que na mesma igreja que faziam uma procissão, com as crianças que
iam fazer primeira comunhão, todas levavam uma asa nas costas, só que presas
numa peça de madeira, mas estas não estavam, as asas tinha sido costuradas como
tinham feito com ele.
Entrevistaram o
padre da paroquia, que lhes comentou, que a pouco tempo atrás, tinha tido um
ajudante, que ele pegou tentando alguma coisa de sexo com os meninos do coro.
Descobriram quem
era. Tinha sido expulso da ordem.
Levaram tempo
para localiza-lo, quando aconteceu o terceiro crime. Desta vez a criança se salvou, porque ficou
presa numa armação de secar roupas do edifício do lado. O modus operandi era o mesmo. Visitaram a imobiliária, reconheceram o padre
que tinha sido expulso da ordem.
Ninguém sabia
aonde vivia, visto, não estar registrado em lugar nenhum, não tinha família,
levantaram sua ficha, tinha vivido sua infância num orfanato, em seguida
entrado para a ordem.
No que
pesquisavam, descobriram que nesse orfanato, o padre que tinha abusado dele,
tinha trabalhando ali.
Talvez esse homem
tenha sido abusado em criança, por esse homem.
Não havia maneira
de descobrir aonde se escondia esse homem.
Até que escutou, uma denúncia que havia ocupas numa velha igreja
abandonada numa região, cheia de hispanos.
Foram até lá, a
maioria dos que viviam ali, reconheceram o assassino. Diziam que tinha desaparecido a dois dias
atrás. Ou seja no dia do último crime.
Visitaram o
orfanato aonde ele tinha vivido, ali só encontraram destroços, pois o mesmo
tinha deixado de existir. Mas num dos
espaços, tinha estado vivendo alguém.
A cientifica
achou restos do homem.
Pelo que deduziam
ele devia andar pela cidade, procurava mudar seu aspecto.
Finalmente uma
patrulha viu o homem arrastando um garoto para um edifício, o identificaram,
quando chegaram ele estava cortando as costas do garoto, para colocar as asas.
Para se defender,
se colocou atrás do mesmo, cortando sua jugular. Correu, se jogando pela janela, levava nas
mãos uma das asas que iria costurar.
A cientifica
encontrou nas suas costas, uma cicatriz idêntica à que fazia nos garotos.
Ou seja, o mesmo
sacerdote tinha abusado dele também, na época do orfanato.
Os jornais não
paravam de falar no assunto, ele resolveu tirar férias, para pensar.
Era duro encarar
essa realidade, agora sabia o que realmente tinha acontecido com ele.
Pediu
transferência para San Francisco, assim estaria longe do assunto.
Foi quando
conheceu o Matt Hollinguer, lhes tocou trabalhar juntos, uma das primeiras
perguntas que lhe fez se sabia de um lugar que pudesse nadar.
Depois te levo
aonde vou, como resolvi um caso ali, me deixam nadar pela noite depois do
trabalho.
Os dois foram se
adaptando ao ritmo de trabalho, junto iam resolvendo casos, principalmente por
causa da observação, eram bons nisso.
Não falava muito
da vida pessoal de cada um, os dois tinham em comum, terem vindo de Los
Angeles, mas tinham vivido em lugares distintos, bem como ido academia de
policia em épocas distintas, Matt era dois ou três anos mais velho que o
Jarred.
Matt nos dias de
folga usava seu velho jeep, agora negro, tinha conseguido uma placa mais
recente do mesmo, a não ser que fosse olhar para o número do motor, sim
poderiam chegar a algum lugar.
Jarred quando viu
o jeep se encantou, disse que aonde estava vivendo, tinha que vir para a
delegacia de ônibus, pois estava longe, peguei o primeiro apartamento que vi
nos jornais.
Creio que no meu
edifício, tem um que vai alugar, falarei com o proprietário que é dono da loja,
mas aviso são pequenos, o meu o comprei com umas economias, bem como uma
herança. Não ia contar que tinha sido
com o dinheiro roubado de um pédofilo, que o caso tinha tido muita publicidade
na época, pois o mesmo tinha matado muitos adolescentes.
Os dois nunca
comentavam, sobre seu passado, de uma certa maneira isso na cabeça de cada um o
protegia do seu passado, lhes dava alguma segurança sobre o futuro. Ou isso pensavam.
Um dia estavam
assistindo a palestra de um policial, retirado, que tinha estudado psicologia,
o mesmo falava uma coisa, sobre a Moral, Imoral ou Amoral, conforme o ponto de
vista, que na realidade são muitos, todo policial, esta como em cima do fio de
uma navalha, se escorrega, se mata.
É duro isso,
quantos recebem ofertas de suborno, para olharem para o outro lado, ou sofreram
na própria pele, abusos, estiveram expostos a fatos, que guardamos em caixas no
fundo da nossa memória, o grande problema é o dia que essa mesmas caixas por qualquer
motivo, saltam as tampas, lá vamos outra vez a enfrentar tudo que queríamos
ocultar.
Vou trabalhar com
vocês, nada de irem a central, para falarem com psicólogos, estarei na própria
delegacia, sei que muitos tem vergonha disso.
Principalmente os que se creem machos alfas, mas esta é uma delegacia, aonde
temos uma quantidade de pessoas gais, transexuais, então creio que poderei
ajudar a cada um.
Jarred foi de
férias, Matt passou a ter como companheiro um dos inspetores mais cotados,
Marthe, um policial transexual, fizeram logo boa camaradagem, pois notou que a
mesma era espetacular em suas observações.
Conversavam
normalmente o tempo todo, Marthe tinha sido a primeira a ir falar com
psicólogo, comentou que na verdade, seguia a muitos anos indo ao mesmo
psicólogo, que acompanhou sua transformação em mulher.
Fisicamente lhe
lembrava Leslie, comentou com ela sobre essa mulher que lhe tinha ajudado
muito, ainda mantinha contato com ela, vivia na mesma motorhome de toda a vida,
as vezes dizia que tinha quase certeza de ter nascido ali, pelo menos uma vez
por mês falava com ela para saber como estava.
Foi ela quem lhe
contou do Andrea, que não sabia enfrentar a vida, sempre vivendo sobre a
proteção de algum velho.
Nunca entendi
isso dele, comentou, foi o homem mais bonito que conheci em minha vida. Sem querer soltou, com ele descobri o sexo,
era fantástico. Mas não quero lidar com
isso de drogas. Minha mãe, graças a
deus Leslie a controlava para não ter recaídas, imagina num parque de
Motorhome, aonde a maioria dos residentes, são militares sempre se recuperando
das drogas, ou mesmo famílias inteiras caídas em desgraça, eu graças a ela,
entrei para polícia, me orientou, dizia que se Andreia a escutasse como eu, poderia
estar bem.
Mas ele tinha
tudo ao seu contrário, era belíssimo, não gostava de estudar, se sentia
perdido, segundo ele dizia tinha feito sexo com quase todos os homens que
estava ali no parque, eu nunca acreditei muito, mas antes de ir embora, ou
melhor desaparecer, nos deixou assustado, mas um dia apareceu com um homem
muito mais velho que ele, num carro do ano, apresentou sua mãe, a mim, o homem
se via que estava apaixonado por ele.
Se ele tivesse se
transformado em mulher seria belíssimo.
Como era o sexo
entre vocês?
Queres saber
detalhes, disse isso rindo as gargalhadas, eu escolhi essa delegacia, porque
talvez por causa dele me sentia melhor fazendo sexo com homens, ele queria que
eu me prostituisse como ele, mas isso não era para mim, fui sim trabalhar, mas
te respondendo a pergunta, eu talvez estivesse apaixonado por ele, pois não sou
bonito, ele sim o era.
Podes não ser
bonito, mas em termos de beleza masculinas, dentro dos padrões que se rege a
sociedade sim eres.
Tens cara de
macho alfa, um belo corpo, enfim, muita gente te olha, mas percebo que tu nem
percebes.
Outro dia me
perguntava, como podia ser isso, chegas ao lugar de um crime, logo paras
observa tudo. Mas parece nunca observar,
quando entramos num bar, ou restaurante que todo mundo olha para ti.
Percebo sim, mas
veja bem, podia ter aventuras, mas no fundo, não sinto a maioria das vezes
atração por essas pessoas, não é nenhum segredo aqui, todos sabem que tenho um
membro grande, a maioria das relações o que querem é isso, quando busco uma
relação de outra maneira.
Marthe ficou
rindo, sabes, eu quando ainda era um homem, me sentindo mulher, buscava isso,
uma relação, mas odiava o sexo anal. Um
dos motivos por que me operei.
Talvez o problema
seja esse, sempre queremos algo mais, mas escolhemos tanto, que não temos.
Eu pensava que
tinhas um relacionamento com o Jarred, vejo os dois trabalhando, acho incrível
a vossa comunicação.
Pois é mas nunca
sai com ele, o levei ao lugar aonde faço natação, ele vai nos dias que não
estou, o único comentário que me fizeram, era que ele nada de camiseta, como se
tivesse que esconder alguma coisa.
Na verdade sentia
falta dele, trabalhando, as vezes se virava para Marthe para fazer algum
comentário como fazia com ele.
Quando ele voltou
de férias, disse que tinha sentido muito sua falta, ele disse que ele também,
não fiz nada demais, fiquei sim procurando um apartamento aqui por perto.
Vi várias vezes
que saia com a Marthe, até fiquei com ciúmes, disse isso rindo.
Ela é uma grande
figura, agora será nossa chefe, pois foi promovida.
Os dois voltaram
a trabalhar juntos, um dia chegou a piscina, quando não havia ninguém, sem
querer viu o Jarred tomando banho, viu as cicatrizes nas suas costas.
Jarred ficou
parado quando o viu olhando. Ele na verdade tinha ficado atraído pelo resto do
corpo, pois era fantástico.
Esse quadril
estreito da natação o excitava. Entrou
nos chuveiros como se nada, começou a tomar banho, Jarred sabia pelos
comentários do tamanho do seu sexo.
Sem querer
estavam os dois fazendo sexo.
O levou para sua
casa, dormiram juntos, tinha sido fantástico, o do Jarred tampouco era pequeno.
Por sorte no dia
seguinte estavam de folga, Jarred sempre queria esconder suas costas, mas ele
não permitiu, não sintas vergonha disso, todos temos nossos segredos, nunca
irei comentar com ninguém.
Outro dia com a
Marthe, lhe contei um período da minha juventude, como tinha descoberto o sexo,
com um vizinho no acampamento de Motorhome que vivíamos.
Só não lhe contei
que meu pai tinha desaparecido a muito tempo, que as vezes para vivermos minha
mãe se prostituia.
Eu durante muito
tempo tive vergonha disso, quando esse amigo com quem fazia sexo, me sugeriu me
prostituir, primeiro pensei, assim serei igual a ela, mas depois me dava
asco. Queria fazer sexo com quem
quisesse, mas não vender meu corpo. Por
isso fui trabalhar, arrumei um emprego, contou para ele como tinha conseguido a
carteira de motorista, mas gostava de fazer sexo com esse homem, não entendia
isso do mesmo ser casado, mas querer ter sexo com outro homem, levei muito
tempo para entender.
Tinha um
companheiro assim, uma vez tive que lhe chamar a atenção, pois tinha problemas
em casa, com a mulher com filhos, ao mesmo tempo estava louco por um cara que
se prostituia. Isso lhe deu um nó na
cabeça.
Ele me chamava de
moralista, mas nunca foi verdade, eu só não entendia como funcionava sua
cabeça, as vezes isso interferia num caso que estivéssemos trabalhando, mas ele
nem se dava conta, tinha que cobrir os seus erros.
Só teve o azar
que fomos com toda a equipe, numa briga entre bandas, acabou morrendo. Seu enterro no fundo foi cômico, de um lado a
mulher chorando, de outro o amante igual.
Pelo que sei o rapaz, acabou a ajudando a cuidar dos filhos.
Jarred pela
primeira vez comentou com ele, o que lhe tinha passado, todo o tempo que tinha
ficado em hospitais, dos pais que finalmente teve.
Já morreram os
dois, mas não passa um dia que eu não agradeça o que fizeram comigo.
Não falaremos
mais no assunto, ok, mas não se esconda de mim.
Um dia estavam
tomando café, quando algo lhe chamou a atenção, mostrou para o Jarred, tinham
descoberto numa velha igreja que tinha sido vendida, no porão da mesma quando
estavam escavando, como um cemitério, de crianças com asas.
Obrigou o Jarred
a falar com o policial psicólogo, entre os três, começaram a pesquisar quem
tinham sido o pároco desta igreja.
Dois deles,
estavam a muito anos, sendo transferido de um lugar para outro, por casos de
pedofilia.
Um deles era o
mais complicado, quando o pegaram, esse também tinha tido asas.
Foi um horror,
ele fazia o que tinham feito com ele. Pelo que acabou confessando, era órfão,
tinha estado num orfanato católico, aonde todos os padres captavam jovens para
serem curas. O que tinha abusado dele,
colocando assas tinha sido um deles, foi expulso da ordem.
Levantaram todas
as paroquias por aonde ele tinha andando, em duas encontraram cadáveres. Ele tinha fixação em crianças com menos de 10
anos, com cara de anjos. Dizia que a
culpa eram desses anjos barrocos, que via nos altares, que lhe pareciam
lascivos.
Sentia que Jarred
andava num fio muito fino, procurava nunca o deixar só.
Lhe confessou,
que ele ao contrário nunca tinha estado interessado em crianças ou jovens, para
ele manter uma relação era complicado, não queria tirar a camiseta, tu foste o
primeiro a quem me entreguei totalmente.
Na delegacia o
único que sabia da história era o psicólogo.
Finalmente
conseguiram capturar o outro, que estava numa paroquia num bairro de latinos,
ali tinham desaparecido duas crianças.
Foram pelo dito
cujo, o pegaram de surpresa. Estava
colocando asas em um garoto totalmente dopado, se preparava para abusar
dele. No porão tinham duas crianças, as
mesma desaparecidas, o que revoltava o pessoal, era que ele ajudava as famílias
nas buscas das mesma.
Esse tinha estado
num seminário em Los Angeles, tinha sido companheiro do que tinha abusado do
Jarred.
Contou das
imensas festas que se faziam ali, que os padres mais velhos, faziam orgias com
os mais jovens, os mais bonitos vestidos com asas, mas nus, para serem
abusados.
O caso quando
levantado, a diocese tanto de San Francisco, como de Los Angeles, tentou abafar
o caso, mas os dois orientados pelo psicólogo, que tinha ficado horrorizado com
tudo, imagine meus anos na polícia, anos escutando casos dos policiais, que
veem de tudo, mas isso é imperdoável.
Filtrou através
de uns conhecidos jornalistas, o caso, o juiz não teve outra que não julgar,
bem como o FBI tomar rédeas da procura de mais casos.
Em momento algum
foi ventilado o caso do Jarred, mas esse de noite se agarrava a ele como uma
tabua de salvação.
Pelo menos tu
eres perfeito.
Lhe contou sua
história, não sou tão perfeito assim, falou do falso policial que matava
adolescentes.
Quando o vi nu,
entendi muita coisa, tinha um corpo fantástico, de muito ginásio, ou o que
seja, forte como um demônio, mas tinha o piru de um garoto. Claro deve ter lidado com prostitutos, que
como viam como era tentavam chantageá-lo, talvez por isso o matavam.
Contou da câmera
de vídeos, menos mal que se destruiu no incêndio, porque com certeza eu
aparecia, mas nunca fui sequer interrogado a respeito.
A policia também
queria camuflar, que justamente o homem mais buscado por ela, era do
corpo. Por mais que seus companheiros
reclamassem que ele recebia subornos de alguns traficantes, nunca levantaram
nada contra ele, pois de outro lado parecia um bom policial.
E o famoso jogo
de palavras, moral, amoral, imoral, estaremos sempre nos debatendo nisso.
Não sou perfeito
como pensas, nem nunca fui, vejo minha trajetória, imagino de alguns outros,
nunca nada foi fácil.
Jarred, começou a
estudar de noite psicologia, queria entender a psique humana, discutiam
longamente tudo isso.
Marthe dizia que
os dois faziam uma dupla perfeita, se encaixavam, quando soube que estavam
vivendo junto a algum tempo, disse que tinha tido inveja, quando estive
patrulhando com o Matt, pensei que ia surgir alguma coisa.
Mas creio que já
estava apaixonado por ti.
Quando foram a
Los Angeles ao enterro da Leslie, que se encontrou com Andrea, ficou arrasado
dias, aonde estava o garoto que agora sabia que tinha amado.
Era um caco de
pessoa, tinha conseguido ter dinheiro, por ser herdeiro dos amantes velhos que
tinha, mas agora ele fazia o outro lado, era ele que pagava para os
prostitutos, estarem com ele, além de fornecerem drogas.
Foi honesto de
dizer que não suportava isso da velhice.
Veja minha mãe,
por mais que eu quisesse a tirar do parque, sempre se negou, dizia que ali ela
sabia quem era.
Eu ao contrário
me perdi na vida, não sou, nem nunca fui nada.
Matt, quando
voltou, foi falar com o psicólogo, apesar de lidarem com prostitutos,
principalmente ali em Castro, ele nunca tinha misturado as estações. Sabia que alguns escolhiam esse caminho,
porque não viam nenhum outro, que era difícil tira-los daí.
Alguns até
achavam fantástico o que faziam, contavam histórias entre eles. Tinha exata noção de que não tinham outro
caminho, os que vinham de orfanatos, ou mesmo da retiros da assistência social,
já tinham sofrido tantos abusos, que pelos menos, era abusados, mas ganhavam
dinheiro para subsistir.
Por sorte como as
vezes diziam, acabaram saindo das ruas, o trabalho agora do Jarred, depois do
curso de psicologia era substituir o policial que os tinha ajudado. O do Matt era dirigir os inspetores, já que
Marthe era a chefa de polícia da cidade.
Além de que um
apoiava o outro nos casos complicados, podia falar qualquer coisa, tinha aberto
suas caixas fechadas no sótão de suas cabeças, se livrado de muitos segredos.
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