THIRD
Peter Roeller, estava de visita ao seu pai,
como todos os anos, este quando chegava o inverno ia para a França, para uma
pequena casa, perto de Toulon, na praia, também para se livrar da família. Atualmente trazia seu neto maior, filho do
primeiro casamento de seu filho mais velho.
O garoto, vivia num internato, agora tinha
16 anos, no ano seguinte se prepararia para entrar na universidade.
Ele ao contrário era o terceiro filho,
fruto do segundo casamento de seu pai, que acabou em divórcio. Não foi difícil de resolver, porque tinham
se casado com separação de bens, ele simplesmente pegou uma quantia de
dinheiro, depositou, para sua educação.
Ela se casou logo em seguida, com um barão,
mas também com separação de bens, o sujeito tinha boa aparência, mas era um
idiota renomado, ela passou a dirigir tudo o que ele tinha, o salvando da
bancarrota.
Ele foi viver com seu avô materno, um homem
das antigas, tinha ficado rico pelos seus negócios. Ele quando chegou a hora de ir à
universidade, tinha pressão de todos os lados, mas por vias das dúvidas,
resolveu fazer direito, foi um aluno brilhante, embora não gostasse de se
imaginar, fechado numa sala, atendendo criminosos, gente sem escrúpulos.
Nem tinha terminado o curso, foi sondado
pelo MI5, contou para seus dois avós, os dois lhe disseram que nem pensar,
preferiam sustenta-lo a que ele aceitasse.
Logo em seguida, o entrevistaram para a Scotland Yard, aceitou porque
era para trabalhar como inspetor num departamento que analisava fraudes
fiscais.
Trabalhava a parte das coisas relacionadas
com crimes, tinha era que buscar, a parte financeira da pessoa, tudo que
pudesse ocultar, fez um curso se especializando em obras de arte, primeiro
porque gostava, segundo tinha de uma certa maneira aprendido isso desde
criança.
Tinha uma imagem que sempre se lembraria,
dele pequeno na grande biblioteca ancestral, que tinha passado de pai, para
filho a muitos anos, mas o que lhe aterrava era os quadros, daqueles homens
sérios, com a cara fechada, em distintas épocas.
Posteriormente foi aprendendo, buscando
quem eram os pintores que assinavam esses quadros.
Um dia se encheu o saco, encontrou por um
acaso um amigo da época de universidade, trabalhava numa das maiores empresas
de seguro do pais. Quando contou o que
fazia, que estava de saco cheio, este lhe convidou para trabalhar para a
empresa, não é muito diferente, mas tens a total liberdade de trabalho,
primeiro ao fazermos os seguros de obras de arte, ver se são originais, em caso
de roubo, investigar.
Além é claro de seu salário, que era muito
mais alto que na Yard. Aceitou sem
pensar, podia tirar férias picadas como ele dizia, no caso, como agora, tinha
tirado cinco dias, já que não tinha problema nenhum no momento.
Estava na praia com seu sobrinho,
conversando, sobre o que ele imaginava ser na vida.
Tinha uma bela confusão, mas seu ponto
forte, era que adorava a arte. Seu pai
atualmente era casado com uma mulher mais jovem que ele, pelo menos 15
anos. Segundo seu pai, uma malcriada,
idiota, arrogante, ele quando começava a falar dela não parava.
Se sentiu dona da minha casa, coloquei os
dois para correrem, na minha casa mando eu, como casa se referia uma mansão no
campo. Seu irmão mais velho adorava
organizar caçadas quando o pai estava na França.
Seu pai, veio até ele dizendo que seu
celular tinha tocado muitas vezes, que parecia uma coisa urgente, o trazia com
ele. Nesse momento começou a tocar
novamente.
Falou rapidamente com sua secretária, ela
lhe explicou do que se tratava, precisavam que ele fosse falar com um pintor,
que vivia em Saint-Paul de Vence, para autenticar um quadro, mandaria uma foto
do mesmo pelo celular.
Seu sobrinho sabia de quem se tratava. Telefonou para o mesmo, que lhe disse que
fosse no dia seguinte pela manhã.
Ele arrastou seu sobrinho, tinha a vaga
sensação que tinha visto esse quadro em algum lugar.
Saíram logo de manhã, no carro que seu pai
sempre tinha ali, subiram para a parte alta, iriam aproveitar para visitar a
Fundação Maeght, que tinha uma bela coleção.
Primeiro foram ao studio do pintor. Tinha uns setenta e tantos aos, mas em boa
forma, levava os cabelos curtos, já quase totalmente branco.
Quando viu a foto, disse rindo, esse foi
mais um presente, para um grande amigo inglês, a muitos anos atrás, quando se
casou pela terceira vez. Mas creio que
hoje em dia está de posse do seu terceiro filho.
Perguntou pelo valor, dos quadros da mesma
época.
Sei que um destes foi revendido a pouco
tempo num leilão em Paris, disse o absurdo do valor, imagine, na exposição se
vendeu por um terço disso.
Depois começou uma conversa com seu
sobrinho sobre pintura, acabou os acompanhando a Fundação, ia falando dos
pintores, escultores. Lhe deu a dica que
ele devia estudar em Paris, na École de Beaux Arts. Tirou seu celular, falou com uma pessoa,
marcou uma entrevista para seu sobrinho Raphael, este ficou como louco.
Ele chamou ao seu trabalho, confirmou que
esse quadro pertencia realmente a pessoa que ela dizia. Esta contou que talvez ele devesse voltar,
pois isso estava numa grande confusão.
Disse que no dia seguinte iria a Paris com
seu sobrinho, para uma entrevista, que depois que o colocasse no trem, iria
para o aeroporto, pegaria o primeiro voo para Londres.
Seu pai ria muito, pois tinha um sentido de
humor impressionante. Acho que adoras
estas confusões, nunca te deixam respirar.
Ficou surpreso, quando comentou da
entrevista do sobrinho.
Raphael merece, o pai dele é um idiota,
esta colocando em risco por muitos motivos o patrimônio da família. Queria administrar tudo, eu quase permiti,
mas depois que se casou de novo, fiz ao contrário, montei uma equipe para
administrar a fábrica, assim não nos metia em confusão. Estão sempre reclamando dele, que é um
irresponsável.
Mesmo estando casado com essa mulher, nunca
falava o nome dela, não toma jeito. Mas
eu me nego a cobrir seus escândalos.
Volta e meia, alguém lhe mete um processo pela goela abaixo.
Se Raphael quiser estudar aqui, sem
problemas, eu cuido da parte financeira, para que ele possa decolar nos seus
sonhos.
O rapaz estava radiante, confirmaram com o
professor que tinha acedido em atender, tomariam o primeiro trem para Paris,
meio de madrugada, chegariam por volta das dez da manhã.
Iriam direto para a École. Ele arrumou sua pouca bagagem, se levantaram
todos cedo, seu pai os levou ao trem para Marseille, de lá pegariam o primeiro
para Paris.
O trem ia cheio de gente que ia resolver
seus negócios. Depois de tomarem finalmente o café da manhã no trem, os dois
dormiram até chegar a Paris. Ao descer
do trem, ele comentou, nada como um TGV, para ir rápido em tudo.
Tomaram um taxi, chegaram uns vinte minutos
antes, o professor já estava lá, os atendeu imediatamente, mostrou toda a
escola para seu sobrinho, ao mesmo tempo, quando soube do que ele fazia, riu
muito. Tem professores, que insistem
que os alunos devem ir aos museus para copiarem quadros de pintores famosos, eu
sou contra. Ir para ver como o sujeito
usava os pinceis, cada um tem suas manias, tudo bem, mas daí a ensinar a fazer
copias, nem pensar.
Raphael, tinha por um acaso blocos de
desenhos, muitas aquarelas que tinha levado, o professor gostou do seu
trabalho, ele poderia se quisesse fazer um curso de férias, assim se integraria
para o seguinte semestre.
Foram almoçar com ele, ele insistia numa
coisa, falo sempre isso com meus alunos, poucos escutam é verdade, mas vivemos
um momento que as drogas circulam entre os jovens, alguns creem que isso os
ajudara, na verdade, se perdem.
Raphael, que vinha de um lugar, em que a
bebida tinha sido o pior que podia passar, de uma mãe, que vivia entrando em
saído de clinicas de reabilitação, entendia bem isso.
Ele falou com seu pai por telefone, esse
concordou, iria a Paris com o neto, para conseguir um lugar para ele viver,
além de trabalhar. Que viesse falar com
o professor Paul Landes, que esse ajudaria.
Depois de levar o sobrinho até a estação de
trem, no mesmo taxi, foi para o aeroporto, embarcou no primeiro voo para
Londres.
Foi para seu apartamento, era como voltar
ao que ele chamava de seu lar. Era
discreto, uma casa antiga que ele tinha reformado inteira, 10 Leigth Street, a
casa no interior, estava toda pintada de branco, no andar de baixo, existia uma
sala imensa, ele tinha retirado as paredes que dividiam a casa em pequenas
estancias, a cozinha, que tinha o necessário, assim como uma maquina de lavar e
secar roupa, para uma pessoa sozinha estava perfeita.
No andar de cima, tinha um escritório que
dava para a rua, outro quarto, um banheiro no corredor, para os fundos, um
quarto que era o seu, com um closet, com um banheiro.
Isso era seu paraíso, as poucas pessoas que
tinham ido, acharam diferente, ficavam imaginando uma casa clássica, disso
nada. Tinha sim no andar de baixo,
algumas obras de arte, que tinha indo comprando ao longo de seu trabalho, mas
nada terrivelmente caro.
As pessoas que ele tinha levado para sua
cama, estranhavam aquele quarto todo branco, sem nenhuma decoração na parede.
Ele dizia com razão, que assim se
despertava sem imagens para lhe atrapalhar, já que durante o dia podia ter que
ver muitas.
Tomou um bom banho, vestiu roupas
confortáveis, para correr, num jardim ali perto, foi o que fez, depois foi a um
ginásio, para fazer exercícios em máquinas, voltou para casa, mas parou antes
para fazer compras num pequeno supermercado.
Café, chá, pão para sanduiches, manteiga, fiambres, o resto se tinha
fome comprava nos chineses, indianos, ou o que houvesse por ali.
Na verdade muitas vezes almoçava com
clientes, esses pagavam normalmente, se eram metidos a fino, o levavam a
restaurantes caros.
No dia seguinte, se vestiu como sempre, um
bom traje, as pessoas pensavam que gastava muito dinheiro em roupa, nunca dizia
que as comprava em roupas de segunda mão, mas tinha bom gosto, o que era
importante. Com uma gabardine nos
braços, uma mochila de couro negro, foi para o trabalho. Quando saiu, o bafo do inverno, lhe tocou na
cara, sentiu falta imediata da praia, pensou com inveja, seu pai e seu
sobrinho, aproveitavam bem o inverno lá.
O que ele gostava, é que essa época
basicamente tinham poucos turistas, se podia fazer largas caminhadas pela
praia, coisa que seu pai gostava, com essas idas, esses passeio, tinham ao
largo dos anos, recuperado o tempo perdido.
Mais tarde telefonaria para eles, para
saber como iriam fazer, tinha se oferecido para ajudar o Raphael, não queria
que ele passasse pelas chantagens de seu pai, de sua mãe tão louca.
Tomou o metro para chegar a City,
normalmente se tinha tempo, ia de ônibus, assim ia vendo a cidade que de alguma
maneira amava.
Encontrou todo o processo em cima de sua
mesa, sua secretária que era super eficiente, uma senhora que beirava os 45
anos, mas que bem vestida podia enganar, além dos bons contatos que a mesma
tinha na polícia.
O proprietário pelo relatório estava fora
de Londres, trabalhando, alguém tinha entrado no apartamento, que era um
primeiro andar, pelo visto tinha buscado alguma coisa, sem querer tinha
liberado o cachorro que este tinha em casa, o mesmo devia ter mordido a pessoa,
que lhe deu um tiro. No fundo a única
coisa que tinha levado era o quadro que estava em cima da lareira.
Quando leu o nome do proprietário, se
lembrou imediatamente dele, Jay Landon, era um cozinheiro famoso, que levava um
pequeno restaurante ali mesmo na City, tinham tido uma aventura, mas como ele
dizia com seus horários malucos, era difícil levar uma relação.
Uma vez o esteve esperando durante mais de
duas horas, para estarem juntos, de última hora tinha uma mesa, com muitos
clientes, lhe explicou, isso é dinheiro.
Claro não deu certo, embora talvez tenha sido o homem com quem ele mais
tinha encaixado na cama.
Embaixo, tinha uma hora marcada com ele, no
meio da tarde, para irem olhar o apartamento, ela já tinha uma autorização da
polícia para isso.
De qualquer maneira chamou pelo celular
para confirmar, Jay atendeu com uma voz muito desperta. Reconheceu imediatamente a sua, ficaram
realmente de se ver por volta das quatro da tarde.
Leu tudo que ele tinha assegurado na
empresa, além do quadro, o seu restaurante, riu quando leu, livros de receitas,
que tinham passado de geração em geração, na mansão de sua família.
Segundo o Jay valiam uma fortuna para ele,
pois dali tirava receitas que ele atualizava.
Se tinham conhecido, porque uma vez foi com
um cliente, que era assíduo, dizia que gostava de comer bem, ali tudo era do
melhor.
No final, Jay apareceu para falar com o
cliente, tinha um restaurante diferente, da cozinha se via tudo, ele, com um
ajudante, no pequeno salão, um garçom, bem como um sommelier, que fazia as
vezes de chef, mas ele de qualquer maneira parecia controlar tudo desde a
cozinha.
O restaurante era pequeno, funcionava a
base de reservas, conforme a época com mais de semanas de antecedência.
Ele não abria aos domingos, nem na segunda
feira.
Leu o relatório da polícia, mas de qualquer
maneira, iria perguntar tudo de novo, pois com o tempo as pessoas se lembram de
mais coisas.
Esteve lendo um relatório de um caso
anterior, em que ele tinha provado, que o cliente tinha vendido o original, mandado
fazer uma cópia do quadro, mas ele tinha descoberto justamente como o professor
Paul Landes, tinha comentado, as pinceladas, quem tinha feito a cópia tentou
copiar, mas ele tinha visto um original da mesma época, o pintor, tinha traços
meio em diagonal. quando comentou isso
com seu chefe, em seguida o proprietário alegou que tinham roubado outra vez.
Evidentemente ao levantarem tudo sobre o
sujeito, este estava arruinado, tinha vendido ele mesmo o quadro, para um
árabe.
Na frente do relatório, tinha um bilhete do
diretor, sempre parco em demonstrações, só dizia, “bom trabalho”. O bom é que cada fraude que provava, recebia
uma bonificação, o que fazia engordar sua conta.
Voltou ao processo do Jay, releu tudo sobre
o mesmo. Telefonou para o gerente do
banco, que de uma certa maneira estava ligado a seguradora. Este confirmou que a conta de seu cliente, não
tinha problemas.
Foi comer alguma coisa, com sua secretária,
que o colocou em dia com os dias que tinha estado fora, perguntou pelo seu
pai. Ele lhe contou do seu sobrinho.
Devias ter estudado arte, pois entender de o
fazes perfeitamente.
A maioria dos livros de sua casa, era
justamente sobre arte, sobre pintores famosos, os antigos pintores
ingleses. Ele era apaixonado por
Willian Turner, principalmente as marinhas, barcos, tinha visto uma coleção de
uma família que tinha alguns, pesquisando descobriu que a maioria eram falsos,
dado que quando examinou as telas por detrás, eram recentes, tinha sofrido um
processo de envelhecimento mas eram falsos.
Ao final, se descobriu que um da família
encomendava os falsos para vender os verdadeiros, pois estava arruinado. Foi uma bela briga familiar, com a qual ele
ganhou um bom dinheiro em bonificação, pois a proprietária queria assegurar
todos. Tinha sido uma bela economia para
a empresa.
Ele realmente podia ser um professor de
história da arte, mas gostava como seu sobrinho de desenhar, pintar não era
muito o seu. No seu apartamento, tinha
uma mesa que usava para isso, nunca tinha mostrado para ninguém.
Riu se imaginando mostrar para o Paul
Landes.
Aproveitou quando voltou do almoço para
chamar seu pai. Esse ria muito, disse
que Raphael, parecia que lhe tinham dado um bolsa de caramelos, não parava de
falar no assunto.
Iriam no dia seguinte para Paris, arrumar
um lugar para ele ficar, o professor, foi muito atencioso, teu sobrinho disse
que ele olhava de maneira especial para ti.
Seu pai tinha sido o primeiro em saber que
ele era gay, na época, não podia falar disso com seu avô materno, pois esse era
chapado a antiga.
Seu pai, quando se encontraram em Londres,
para almoçar, o olhou direto na cara, lhe perguntou qual era o problema?
Ele estava apaixonado por um companheiro de
universidade, mas não sabia como agir, sem querer se viu falando disso para o
pai. Ao mesmo tempo que esperava um
escândalo dele.
Nada disso aconteceu, o velho olhou para
ele, nos olhos, lhe disse, dos meus filhos, eres meu preferido, sinto que tua
mãe tenha me afastado de ti, mas sempre soube disso. Eras o único que me fazia
um carinho, mesmo quando tua mãe fazia um escândalo, chegavas perto de mim,
colocava as tuas mãos sobre a minha, como dizendo, paciência. De noite nunca ias dormir, sem me dizer boa
noite, dar um beijo.
Terás que aprender a administrar isso. Veja bem, já não é fácil viver com uma
mulher, que são mais emocionais, é um mundo que está deixando de ser
proibido. Deves tomar cuidado com as
doenças, falou muito sobre os cuidados.
Quando saiu o problema da Aids, foi com ele
a um hospital, para fazer provas.
Sentou-se com ele, junto ao médico, tanto que ele pensou que era seu
namorado.
O velho riu muito, é meu filho, tenho que
me preocupar por ele.
O médico disse que se surpreendia, alguns
vem com a mãe, mas com o pai, é uma coisa rara.
Na verdade ele nessa época fazia anos que
não via sua mãe, quando muito falava com ela por telefone, mas os dois não
tinham intimidade nenhuma.
Chegou pontualmente na frente da casa do
Jay, este quando o viu, sorriu, pelo menos assim te vejo. Tinham terminado seu curto romance,
amistosamente, mas claro os dois não frequentavam a vida gay da cidade.
Entraram no apartamento, Jay foi
comentando, que estava em New Haven, na casa de um rico comerciante de arte,
fui no domingo de manhã, para preparar o jantar, eram para umas trinta pessoas,
quando estou fora, um vizinho que vive na parte detrás, do edifício, ele vem
aqui tirava o cachorro para fazer suas necessidades, o levava para passear,
três vezes ao dia.
Me contou, que o deixou aqui. Sua sala dá para a minha, já que os dois
apartamentos estão de fundos. Disse que
escutou um barulho de vidro se rompendo, mas temos entre as duas casas, um
desses depósitos de vidro, pensou que era alguém jogando garrafas fora.
Depois quando escutou o tiro, olhou pela
janela, viu um vulto, atirando alguma coisa para outra pessoa no beco, pulando,
estava escuro, ao parecer a pessoa estava vestida de negro, tudo que viu foi um
furgão pequeno, como o meu, parado no final, o meu é branco, ele diz que esse
era cinza, mas sem letreiros com o meu.
Correu para cá, para fazer isso, tem que
dar a volta no quarteirão, quando entrou, viu meu cachorro morto no chão,
chamou imediatamente a polícia, só quando lhe perguntaram se ele achava que
faltava alguma coisa, foi que viu que o quadro tinha desaparecido.
Não sei se imaginaram que atrás do quadro
tivesse um cofre, com alguma coisa de valor.
Eu quando reformei esse apartamento,
coloquei em algumas tomadas, um pequeno cofre, para o dinheiro que recebo como
caixa dois, quando realizo algum evento, ou mesmo jantares e almoços, fora do
restaurante. Se os declaro, pago uma
fortuna de impostos, normalmente cobro cinquenta por cento antes desses
trabalhos, mas sempre em dinheiro, se me pagam em cheque, ou mesmo em cartão de
crédito no restaurante, eu tenho que declarar.
Ou então a pessoa pensava que aqui estavam
os livros, que para mim valem uma fortuna, creio que fui idiota, pois a pouco
tempo uma entrevistadora me perguntou de aonde tirava as receitas que faziam as
pessoas lembrar das comidas das famílias importantes do passado, mas que
atualizadas.
Lhe contei que esse era meu tesouro. Eu era sempre largado na cozinha, sou o
terceiro filho, do terceiro casamento do meu pai. Minha mãe, era uma dondoca, nunca se
levantava cedo, então me largavam na cozinha.
Eu sentia aquele cheiro maravilhoso, ficava prestando atenção em como a
cozinheira fazia as coisas. Foi minha
primeira paixão na vida. Depois tinha
uma despensa, ali estavam os livros. A
maioria, a cozinheira do momento, os lia, depois ia anotando num outro seu, com
novos condimentos, com a sua maneira de fazer.
Como mudo sempre a carta conforme a temporada, no livro era igual, elas
seguiam as temporadas.
Por exemplo nesse jantar, eu servi
faisão. Entre outras coisas, seguindo
justamente isso, como faziam para depois apresentar o mesmo, com uma parte de
sua plumagem.
Mas a muito tempo os tenho no restaurante,
porque lá tenho sistema de alarma, além de estarem num cofre, numa sala que só
eu entro, no subsolo. Tenho ali a adega
de vinhos, no final tenho essa sala, as pessoas não percebem, pois o que parece
parede, é uma porta, mas só eu tenho essa chave. Ali está o sistema de vigilância, da rua, bem
como do restaurante.
Aqui só tenho esse livro, que como diria
meu. Anoto a sobremesas, antigas, como as modifico com materiais modernos. Tu sabes que aqui faço as receitas para a
semana inteira.
Seja quem tenha sido, fez uma coisa, mostrou
para ele, retirou os recipientes, destroçou tudo, jogando no chão. O cachorro quando não estou, ficava na área
de serviço, que é pequena, o sujeito deve ter aberto a porta, segundo a polícia,
deve ter mordido a pessoa, pois em sua boca se encontrou sangue, bem como nos
dentes restos de fibra de uma calças jeans negra. Por isso deve ter atirado nele.
Jurei que nunca mais vou ter animal nenhum
em casa, saia com ele de manhã, depois ao meio-dia esse senhor, fazia o favor
de vir aqui, leva-lo para passear, junto com o seu, de noite quando chego faço
isso outra vez.
Quanto ao quadro, sou honesto de não saber
quanto vale, mas ao mesmo tempo, vou sentir falta dele, pois era meu modo de
relaxar.
Foi um presente que meu pai me fez,
pensando que a mim não tocaria nada da herança, pois com o tempo a família
perdeu tudo. Quando foram vendendo
tudo que havia na velha mansão, com meus irmãos brigando por qualquer coisa, eu
só peguei os livros, ele fez questão de me dar esse quadro. Dizia que valia pouco, mas que o pintor, hoje
em dia estava no mais alto.
Nunca pensei nesse ponto de vista. O que me parece estranho, é que como essa
pessoa sabia que valia alguma coisa?
Você foi uma das poucas pessoas que eu
trouxe aqui, se tenho uma noite de sexo, prefiro ir na casa da outra pessoa,
assim nunca mais pensarei nela.
Despediste algum empregado?
Não, todos estão comigo a anos.
Foram interrogados pela polícia, bem como
analisaram dos mesmos, contas de banco, coisas assim, nenhum deles, apesar do
tempo que estão comigo, entraram aqui em casa, tampouco tive alguma aventura
com qualquer um deles.
Teus irmãos, entraram aqui alguma vez?
O mais velho está arruinado, volta e meia
aparece para me pedir dinheiro, foi o que mais me criticou por me tornar um
cozinheiro. Pode até ser, ele gastou
todo o dinheiro que herdou, bem como vendeu todas as obras de artes que lhe
tocaram.
Ria muito de mim, querer esses livros.
O outro a muitos anos, depois que meu pai
morreu, emigrou para os Estados Unidos, vive em Los Angeles, trabalha com
cinema, não o vejo a anos.
O mais velho, só quando aparece no
restaurante, para pedir dinheiro. Mas
me nego sempre, pois foi assim que meu pai o estragou. Era seu querido, seu primeiro filho, estudou
o que o velho queria, mas era um incompetente, no final foi ele que arruinou o
velho.
Eu já trabalhava nessa época, num dos
melhores restaurantes da cidade, faziam verdadeiras sacanagens comigo. O velho durante um tempo, nem falava comigo,
mas no final, viu que eu era o único que tinha uma profissão, ganhava dinheiro.
A polícia está atrás dele, mas sua mulher
se divorciou dele a anos, não sabe nada, por sorte não tem filhos pelo meio.
A não ser que ele tenha empenhado o quadro,
ou tentado vender para alguém, isso não tenho ideia. Porque a história dos doces, jogar tudo pelo
chão da casa, era uma coisa que ele fazia quando não obtinha o que queria. Se pedia isso na mesa de jantar, meu pai
dizia que não, se levantava, jogava a comida no chão.
Isso é o único ponto que tenho.
Estou vivendo num hotel, perto do
restaurante, tenho que esperar, que me troquem o vidro por aonde entraram, o
duro vai ser tirar esse sangue do chão, pois já se entranhou na madeira.
A casa dos dois se pareciam.
Nessa tarde teve uma reunião com os outros
chefes, comentou do assunto, o quadro está assegurado por um valor de muitos
anos atrás, para ele valia menos que os tais livros. Ele acha que iam atrás dos livros. Não comentou nada dos cofres que tinha pelo
apartamento, com dinheiro do seu caixa dois.
Se temos que pagar algo, será por esse
valor. Comento a visita ao pintor,
quanto valia um quadro dele hoje, o valor assegurado é menor que tudo isso.
Não comentei nada com ele, estamos em
contato com a polícia para saber aonde anda o irmão mais velho, segundo ele, um
dos potenciais suspeito, pois é o único que sabe dos livros, bem como do
quadro.
Finalmente encontraram o irmão, morto num
beco, no bolso do casaco, o recibo de uma loja de empenho, lá encontraram o
quadro. O tinha trocado por dinheiro
para comprar drogas que ninguém sabia que consumia.
Recuperado o quadro, Jay finalmente pode
voltar para sua casa, convidou para jantar, numa segunda que estava de folga. O interesse era outro, continuar de aonde
tinham deixado.
Mas a coisa não funcionou mais.
Seu pai já estava de volta, telefonava
sempre reclamando que preferia ter ficado na França, pelo menos lá não tinha
que aguentar as brigas dos dois filhos mais velhos.
Num desses dias, que se crê melhor ficar
escondido debaixo das cobertas, recebeu uma chamada de seu pai, seu irmão mais
velho tinha sido assassinado esta manhã.
Achas que devo avisar o Raphael?
Claro, quer queira ou não é seu pai.
Quando conseguiu falar com ele, já tinha
avisado a empresa que tinha sério problema de família para resolver.
Viu que ele ficava nervoso, passou o
celular para o Paul Landes, este disse que via o rapaz desnorteado, iria junto
com ele.
Me avisa do voo, que dou um jeito de vir
busca-los.
Tirou seu carro da garagem, tinha até medo
que não funcionasse, pois o usava pouquíssimo.
Tomou rumo ao interior, para ir a mansão
familiar, fazia tanto tempo que não ia, que alguns lugares do caminho, lhe
pareceram diferentes.
Foi pensando no seu irmão, desde jovem
tinha o dom de fazer inimigos. Se metia em brigas por qualquer motivo, só para
fazer valer sua vontade. Ao contrário
dele, era um homem de 1,90 metros de altura, de uma certa maneira atraente.
A mãe do Raphael, não o aguentou muito
tempo, quando pediu o divórcio, o levou a mal, depois trazia para os fins de
semana, modelos, putas de luxo, seu pai ficou uma fera, lhe disse que a casa
por enquanto era dele, que se quisesse fazer isso, o fizesse em seu apartamento
de Londres.
Com ele seu pai sempre perdia a paciência,
dizia que tinha saído a sua mãe, uma mulher complicada, que tinha perdido a
vida, com drogas.
A briga com seu outro irmão, sempre era
pela mesma coisa, as merdas que fazia na fábrica, brigas com sindicato, com os
chefes de departamento. Não sabia
argumentar, segundo este, sabia sim gritar.
Quando o pai lhe retirou toda a autoridade,
isso lhe caiu mal, mais ainda que seu filho vivesse interno, segundo vontade de
sua ex-mulher, que tinha a guarda do garoto.
Mas tampouco pelo que tinha descoberto com
o sobrinho, ia vê-lo. Depois seu
casamento com essa garota que mais parecia sua filha.
Quando chegou, viu que seu pai estava
abalado, pois a morte tinha sido ali, na parte do bosque, uma das paixões de
seu irmão, era sair quase de madrugada para cavalgar, os rapazes da
cavalariças, reclamavam que ele maltratava os cavalos.
Seu pai estava com seu médico que tinha
vindo prontamente. Quem tinha avisado
tinha sido um rapaz da cavalariça, ao ver o cavalo voltar sozinho.
O médico ao escutar um grito, soltou, essa
garota está histérica, mas metade é fingimento.
Ele foi com o rapaz até aonde estava o
corpo, a polícia já estava lá.
Se identificou, o policial da vila mais
próxima, disse que o inspetor vindo de Londres, estava examinando tudo.
Ele se identificou para o inspector, mas
claro já se conheciam. Este ao fez colocar protetores de sapatos, bem como luvas.
Pelo visto recebeu o primeiro tiro por
detrás, o que deve ter feito cair do cavalo, o segundo, foi já no chão, porque
segundo o forense, a bala o atravessou, entrando na terra.
Mas tem uma coisa interessante, a pessoa
que fez isso, pisou sua cara, como a terra esta molhada e mole, a cara ficou
meio enterrada. Isso pode significar que
quem o fez, tinha muita raiva. O cavalo
deve ter se assustado com os tiros, pois parece que voltou para o lugar aonde
se sente protegido.
Outra coisa, a pessoa que fez isso, o
pisoteou muitas vezes, veja a marca de uma bota em vários lugares do
corpo. Mas claro já estava morto.
Bom meu meio-irmão, era famoso por criar
complicações com muita gente, terás um leque imenso de possíveis culpados. Tinha por hábito pensar que estava num
sistema medieval, que ele sendo o filho do patrão, podia fazer o que quisesse, maltratava
inclusive os animais, isso desde criança.
Quando o forense deu ordem para virarem o
corpo, para levar, viram que seu pescoço estava numa posição grotesca, talvez
por que o tivesse matado, tivesse pisado do pescoço, mas isso só a autopsia
diria.
Sabes se usava drogas, lhe perguntou o
inspector?
Não tenho ideia, não convivia com ele, não
venho aqui faz muito tempo, minha vida é em Londres, vim por causa do meu pai.
Meu pai retornou de suas férias anuais na
França, por causa dele, segundo me contou, pois o tinha desafiado. Meu pai lhe tirou o controle da fábrica, a
ele isso caiu muito mal, lhe tirava o poder que gostava de ostentar.
Mas parece que durante sua ausência, andou
aprontando alguma coisa, mas isso o senhor terá que falar com ele, sou filho do
seu segundo matrimonio, quando meus pais se separaram fui viver com minha mãe,
depois com meu avô materno, raramente vim aqui.
Como meus pais se casaram com separação de bens, creio que abriu mão da
herança.
Já avisei o filho dele, que estuda em
Paris, chegaram no final da tarde.
Tampouco vivia aqui, mas sim internado num
colégio, costuma passar as férias com meu pai, na França, só que este voltou,
ele ficou.
Seu outro irmão?
Bom os dois viviam eternamente brigando,
mas sou honesto de dizer que não perguntei por ele, meu pai com certeza saberá
responder.
Voltaram pelo caminho, conversando, o outro
dizendo que ele tinha se livrado da Scotland Yard, por um emprego melhor.
Não creia muito, riu, só tem uma vantagem,
a cada caso resolvido, recebo uma bonificação.
Estive ao tanto da confusão do quadro
roubado.
Ah, as famílias sempre são assim.
Quando passaram pela cozinha pediu a
senhora que trabalhava ali, que mandasse café e chá para a biblioteca.
Perguntou ao inspector se queria que ele
saísse, para falar a sos com seu pai.
Não, pode ficar, até seria melhor, pelo que
me disse, você é o filho com quem ele tem mais relação.
Chegou o café, seu pai estava mais
controlado.
Como era seu relacionamento com seu filho?
Complicado, tive que voltar das minhas
férias, pois ele estava tentando vender a minha fábrica, tinha falsificado
documentos, em que eu lhe dava autoridade para isso, a dois dias tivemos uma
discussão imensa. Estava aqui o advogado
que me representa, que vem a caminho, o deserdei, lhe dei uma semana para
desaparecer daqui. Estava vendendo a fábrica
para uns chineses que lhe deram dinheiro adiantado.
Meu outro filho nesse momento está na China
com o advogado da fábrica, tentando resolver a situação, devolvendo esse
dinheiro.
Nesse momento sua mulher começava a gritar
de novo. O médico se levantou, vou
mandar leva-la para seu quarto, está é fazendo drama desnecessário.
A coisa piorou, ele saiu para tentar
resolver a situação. Aquela hora da
manhã, ela estava toda maquilada. Quando
ele reparou, ela disse que tinham chegado de madrugada, que estavam numa festa,
aonde seu irmão tinha brigado com alguém, por avançar em cima da mulher do
mesmo.
Que ao chegar ela tinha subido para seu
quarto, que ele tinha trocado de roupa para montar a cavalo.
Depois o inspector vai falar contigo,
contas essa história.
Ela pareceu ficar mais calma, uma das
empregadas a ajudava a subir a escada.
Essa ia dar problemas, pensou consigo
mesmo.
Mandou o médico examinar se não tinha
tomado drogas, pois tinha as pupilas dilatadas.
Esse riu, não tenho dúvida nenhuma disso.
Por fim disse seu pai, até com suas
mulheres ele dava problemas, essa mais parecia filha dele.
Nisso o telefone tocou, era seu outro irmão
desde a China para dizer que tinha resolvido o problema, quando soube do que
tinha acontecido, pediu para falar como inspector.
Que ele andava metido com uma mulher da
vila, que seu marido era guarda bosque de uma propriedade ao lado.
Seu pai, ainda comentou, ainda tinha isso,
não conseguia ficar com o piru dentro das calças.
Voltou a Londres para buscar seu sobrinho,
podia ter mandado um carro da casa, mas levou o de seu pai. Um Rover 4X4, assim
como anunciavam chuva era o melhor.
O inspector ia ficar hospedado na casa.
No aeroporto, seu sobrinho, se abraçou a
ele, até para morrer ele faz escândalo, foi a única coisa eu disse. Agradeceu ao Paul, por trazer seu sobrinho.
Enquanto este foi ao banheiro, seu sobrinho
soltou, ele veio foi para te ver, está sempre perguntando algo sobre ti.
Paul, não conhecia essa região, embora por
ser final de inverno, o dia já durava mais tempo.
Quando chegaram a cunhada estava outra vez
fazendo escândalo. Queria sair para
tomar chá com uma amiga, já que ali ninguém a entendia.
Estava maquiladíssima, arrumada como se
fosse a uma festa.
Raphael riu dizendo, deve ser para
comemorar.
Em seguida se abraçou o avô, o inspector lhe
fez algumas perguntas.
Não vejo meu pai a mais de seis o sete
meses, quando fui para a França com meu avô, sai diretamente da escola que
estudo interno, que já não voltarei.
Ele foi instalar o Paul Landes, aproveitou
para perguntar como ia o sobrinho na escola.
Me surpreendeu, tem um trabalho maduro, em
comparação com os outros alunos, ele se destaca.
Ficou contente com isso, comentou que a
tempos atrás, tinha pensado nisso, se especializar em arte. Para meu trabalho cada vez mais é importante.
Creio que com os cursos que tens, podes
entrar facilmente para a Sorbonne, mas te aconselho a fazer um estudo sobre
restauração, aonde se aprende muito como avaliar um quadro.
Queria ficar conversando mais com ele, lhe
disse que lhe mandaria alguém lhe avisar do jantar.
O inspector estava irritado, pois no
interrogatório com sua cunhada, ela só tinha falado disparates, que todos ali a
odiavam, a ela e ao marido.
No meio do interrogatório parou, para saber
se podia ir conversar com uma amiga, que era advogada, para saber se tinha ou
não, direito a herança.
Mandei investigar a vida dos dois em
Londres, inclusive sobre a festa que foram, com quem teu irmão discutiu.
O guarda-bosque, tem uma coartada, diz que
estava em casa dormido, com sua mulher, com seu filho. Segundo ele, teu irmão faltava com respeito,
não só a ele, mas a todos que tinham alguma mulher mais bonita.
Que segundo sabia, ele tinha uma amante,
cujo marido estava na guerra, era militar.
Estão buscando o mesmo, bem como a mulher,
pois desapareceram.
A marca das botas, parecem ser militar,
estão comprovando.
Puta merda soltou seu pai, a esse não
bastava essa franguinha, se atirava a todas as mulheres, para dizer que era macho,
grande idiota.
No dia seguinte, de manhã, ele tinha que
voltar a Londres, levou com ele, seu sobrinho e Paul, ficariam em sua casa,
apertados, mas tudo bem.
Raphael, iria de museus com o Paul. Lhe perguntou enquanto tomavam café, se era
estranho isso, que se tivesse sido ele, sentiria mais que, pela morte do pai.
Na verdade pouco convivi com ele, dizia que
não gostava de crianças.
Ele foi trabalhar, ficou pensando no que o
Paul tinha falado, como tinha uma reunião com o chefe, era porque tinha que
atender um cliente, que tinha herdado uma quantidade de quadros imensa, numa
repartição de uma herança, queria fazer um seguro, mas não sabia se todos eram
bons.
Como tinha alguns franceses, contratou o
Paul para dar uma olhada, segundo ele todos eram cópias, pois a maioria estavam
em museus, resultou que a herança era um engano, basicamente o proprietário
original tinha vendido os bons, substituindo por cópia.
Nesse meio tempo a polícia encontrou
finalmente o casal, ele estava para embarcar outra vez rumo a guerra, mas o
prenderam a tempo.
Seu irmão tinha ousado a abusar de sua
mulher, por isso o tinha matado.
Seu pai, estava as voltas com o problema da
herança do filho, se descobriu que a parte que lhe tinha dado não existia mais,
portanto a mulher não tinha direito a nada mais. Mas ela já estava em outra, com um noivo muito
rico.
Seu pai, disse que afinal teria sido melhor
deixar a venda para os chineses, pois ele não queria nada daquilo, quem acabou
assumindo foi seu outro irmão, que se revelou um grande administrador, resolveu
todos os problemas.
Ele resolveu pedir as contas, embora, deixou
as portas abertas, iria para Paris, fazer o curso, no final da estadia do Paul
em Londres, tinham começado um romance, pela primeira vez ele não queria perder
uma pessoa.
Estavam juntos a muitos anos, seu sobrinho
era agora o enfant terrible da pintura francesa, seu pai tinha resolvido viver
definitivamente na praia, aonde se sentia bem.
Eles as vezes iam passar uma semana com
ele, ou um fim de semana, agora era consultor de várias empresas de seguro,
ganhava o suficiente para estarem sempre bem.
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