VOLTA POR CIMA
Dar a volta por
cima que eu dei
Quero ver quem dava
Despertou com essa música na cabeça, sabia quem
a cantava, Beth Carvalho, tinha escutado mil vezes, quando ia para a
universidade lá no Fundão.
Atualmente era além de professor, chefe de
departamento, o queriam agora para reitor, mas isso nem pensar.
Estava farto, essa era a verdade, a questão
de seis meses, tudo parecia ir contra ele, tinha começado com a morte de sua
mãe, as vezes para ele, uma completa estranha, só houve um momento em sua vida,
que ela o apoiou, foi quando resolveu apesar da insistência de seu avô, de
estudar administração de empresas, foi estudar línguas que ele amava, depois
conseguiu uma pós-graduação na Sorbonne, para se especializar em Francês, que
tinha uma facilidade imensa, ela lhe deu dinheiro escondida do avô para ele ir.
Foram os melhores anos de sua vida, sem
dúvida nenhuma, quando voltou, fez concurso, tirou a nota máxima, foi ser
professor na Universidade.
No apartamento, um duplex, ali na Avenida Atlântica
em Copacabana, perto do Hotel do mesmo nome, eram os dois últimos andares, nos
debaixo, eram dois por andar, seu avô tinha comprado a séculos como ele dizia, reformado
o mesmo, no andar principal, tinha um vasto salão, uma bela biblioteca, duas
suítes, bem como as dependências de empregados, aonde viviam seu Otavio e
Miranda sua mulher, eles basicamente o criaram, no andar de cima tinham duas
suítes imensas, uma era do avô, outra de sua mãe.
Nos anos que ele esteve fora, ela acolheu lá
uma moça, filha de uma amiga dela, que tinha ficado gravida, o homem
desapareceu, o pai a expulsou de casa, a tinha como sua dama de companhia,
quando o Dudu nasceu, virou o neto que sua mãe queria.
Depois era muito agarrado com ele.
Seu pai era outros quinhentos, a suíte de
sua mãe era tão grande que tinha um quarto menor para ele, quando seu avô
morreu, passou a viver nesse.
Ele nunca se interessou pela fábrica, que
seu avô tinha no subúrbio, lá pros lados de Deodoro, basicamente tinha ido umas
duas vezes com ele, escutando o velho, bem como seu pai martelarem que ele
devia estudar administração, para cuidar da mesma no futuro.
Quando era jovem, tinha um grupo de amigos
vizinhos do prédio, com eles ia de bicicleta depois das aulas, para surfar no
Arpoador, porque na praia de Copacabana, não era bom.
Seu pai, era outro, um completo estranho
para ele, nunca estava disponível quando queria falar com ele, qualquer coisa,
dizia fale com tua mãe.
Adalgisa a mãe do Dudu, quando ele tinha
uns dois anos, se casou com um homem rico, viúvo, com filhos já grandes, foi
morar na Barra da Tijuca, num puto apartamento, só aparecia no aniversário
dele, ou antes do Natal, com algum presente, fora disso, se encontrava com sua
mãe algumas vezes em algum acontecimento social.
Era com ele, que Dudu conversava tudo.
Quando seu avô morreu, ele estava em Paris,
estudando, imaginou que a herança seria toda de sua mãe, nunca se preocupou,
ganhava bem na universidade, tinha casa, comida, roupa lavada, que mais queria.
Tinha sim se apossado da Biblioteca, lá
eram seus domínios, descobriu que uma parte dos livros eram aqueles de
decoração, quando voltou de Paris, com muitas caixas de livros que pagou caro
para trazer, fez uma limpa, Otavio se matava de rir, levaram semanas limpando a
biblioteca, ele separou o que lhe interessava, o resto o Otavio deu para um
rapaz que vendia livros de segunda mão.
Tudo dele era com o Otavio e Miranda, tinha
tomado a vida inteira o café da manhã, na cozinha com os dois, era mais fácil
consulta-los que aos seus pais.
Sua mãe, porque não se levantava antes do meio-dia,
seu pai, porque a estas alturas já tinha desaparecido com o velho para a
fábrica, quando esse morreu, fazia igual.
Dudu se levantava de má vontade, porque
Miranda o chamava várias vezes, esse saiu a sua mãe, dizia ela, ela o vestia,
depois Otavio o levava a escola, ao Instituto Bennett.
Ele pegava seu velho carro na garagem, riam
dele pelo carro, mas o adorava, um velho chevrolet, que tinha sido de seu avô,
ia com ele para a universidade, dizia rindo, que esse carro ninguém se
interessava em roubar.
Saia cedo de casa, pois por sorte pegava o
transito ao contrário, assim chegava cedo, podia ter tempo de ver o que ia
trabalhar nesse dia, dava aulas de francês, bem como de Literatura Francesa,
atualmente dava aulas de pós-graduação, pois era o único ali que tinha feito a
sua na França.
Agora como era chefe de departamento, via
os papeis que tinha que assinar, assuntos a tratar, com sua secretária, odiava
essa parte. Por isso quando falaram
nele para reitor, disse que nem pensar, sua mãe ainda era viva, quando lhe
comentou que não ia aceitar, ela reclamou que ele era o sujeito menos ambicioso
que conhecia.
No dia que ela morreu, ia entrar na
biblioteca, quando escutou uma discussão no salão, entre os dois, era sobre
ele, não dava para saber o que era.
Estava mergulhado no texto de seu segundo
livro, estava revisando o mesmo, o primeiro tinha feito sucesso, tinha ganho um
bom dinheiro com o mesmo, na época o depositou tudo no banco, em uma conta a
parte que tinha, pensando se pressionam o Dudu, posso mandar que ele faça o que
queira de universidade.
Mas já tinham lavado a cabeça dele, iria
fazer administração de empresas.
Ele deixou a conta no banco em aplicação,
já se veria.
Foi quando Otavio entrou correndo, seu pai
tinha ido embora, sua mãe tinha um princípio de enfarte, já chamei a
ambulância, da Clínica São Vicente, lá pros lados da Gávea.
Ele foi correndo, ela estava no chão do
salão, ficou segurando sua mão, quando a ambulância a levou, avisou sua
secretária, que não ia hoje para lá.
Foi um deus nos acuda, na clínica ela teve
outro, lhe disse segurando sua mão, retire esse cordão do pescoço, tem uma
chave, da mesa de cabeceira, leia com atenção o que está lá, morreu horas
depois.
Avisou através do Otavio o velho advogado
da família, o velório segundo ela queria, foi no cemitério do Caju, na parte
dos Judeus, ia ser enterrada no mausoléu da família, ele sempre tinha achado
interessante, levava como sobrenome o do seu avô Rotschild, esse fazia uma
gozação que faltavam duas letras para serem parentes dos milionários.
Dudu, já estava na universidade, veio
correndo, adorava a avó, como ele a chamava, nunca tinha conhecido os do lado
de sua mãe.
Havia muitas mulheres no enterro, amigas de
sua mãe de jogar Bridge no club que frequentava, ele não ia nunca, nem para
nadar, odiava tudo que se relacionasse com sociedade.
Era como se tivesse uma vida a parte.
Nesse dia foi avisar o Osorio, seu
namorado, esse tinha um apartamento na rua Fernando Mendes, quando entrou,
tinha chave, o mesmo era professor como ele, mas só que na PUC, sabia que esse
dia, ele estaria em casa, estavam juntos a três anos, mas cada um, na sua casa.
Escutou gemidos, abriu a porta do quarto
devagar, lá estava o mesmo, de bunda prá cima com um mulato imenso, lhe
enfiando o pau no cu.
Saiu de fininho, deixou as chaves, com
chaveiro incluído, na consola de entrada.
Desconfiava disso, pois ultimamente, ele
frequentava a praia ali, com uns amigos, um mais viado que o outro, todos
tinham a mesma idade.
Desceu pensando nisso, ele não podia dizer
nada, em breve faria cinquenta anos, embora não aparentasse, não tinha nenhum
fio de cabelos brancos na cabeça.
Quando seu pai, apareceu de tarde, o viu
descontrolado, volta e meia, falava coisas que não tinha sentido.
O advogado lhe tinha dado uma carta, que
ele enfiou no bolso do casaco.
Depois do enterro, com a história do Osorio
na cabeça, voltou a trabalhar, pois era a melhor maneira, apesar do outro não
parar de lhe chamar pelo celular, não atendia.
Por sorte pensou, não viviam juntos, tinha
conhecido o Osorio numa festa na Aliança Francesa no centro da cidade, uma
coisa levou a outra, ele inclusive era mais velho do que ele.
Os amigos dele sempre batiam na mesma
tecla, queriam sangue jovem, para recuperar a juventude, achava uma besteira,
ele seguia quando podia ir fazer surf no Arpoador, era do grupo que chamavam de
vovôs do Surf, embora ele tivesse um corpo enxuto, nunca tinha tido problemas
para engordar.
Estava numa reunião, quando sua secretária
fez um sinal da porta, que era urgente, pediu desculpas, lhe disse, seu pai
está tendo um surto, segundo seu Otavio na fábrica, ligaram para sua casa, ele
ligou para cá.
Tinham pedido uma ambulância da Clínica São
Vicente, ele imaginou o tempo que iam levar para chegar.
Quando chegou, um dos homens que trabalhava
com ele, disse que ele andava estranho a dias, falando sozinho, agressivo, mas
hoje queria destruir uma máquina, que estava com problemas, agrediu dois
funcionários, foram necessários vários para o controlar.
Os enfermeiros chegaram lhe deram uma
injeção, o levaram, ele foi atrás no seu carro.
Ficou surpreso, pois ao que parecia, ele
tinha feito um exames exaustivo um pouco antes de sua mãe morrer.
Tinha um Alzheimer galopante, mas o seu era
dominado pela agressividade. Teria que
ficar internado.
Sugiro que o senhor o inabilite, lhe deu um
papel com todo o diagnóstico. No que ele
enfiou a mão no bolso, ia ligar para o Osorio lhe dar o telefone do advogado.
O envelope que ele tinha lhe dado estava
lá.
O mesmo lhe atendeu, perguntou se ele tinha
lido a carta que lhe tinha dado.
Foi honesto, disse que não.
Pediu que ele fosse até o escritório, ele
fez uma coisa, passou por casa, deixou o carro, tomou um taxi, pois no centro
da cidade era um horror para estacionar, principalmente que o carro era grande.
Quando chegou entrou imediatamente na sala
do advogado, achou interessante, ali estavam seus filhos, um diferente do
outro, um era loiro, o outro moreno.
No caminho tinha ido lendo a carta, o mesmo
dizia que ia se aposentar, que passaria tudo da família para um de seus filhos,
ele tinha que escolher.
Achou interessante isso.
Comentou o que tinha ido fazer, inabilitar
o pai.
O moreno que parecia ser o mais velho,
disse que sempre tinha lidado com ele, ultimamente não andava bem, segundo me
disse, veio aqui depois da morte de tua mãe.
O velho o cortou, perguntou por que ele não
tinha vindo a leitura de testamento?
Nem sabia disso, ninguém me avisou.
Como não, seu pai recebeu as cartas, me
disse que o senhor não estava interessado.
Ele agora entendia algumas coisas, soltou
na cara deles, primeiro ele não era meu pai, foi um casamento combinado, pois
minha mãe já estava gravida de outro, um francês que andou por aqui.
O velho começou a rir, coisas do teu avô,
mas veja bem, casaram com separações de bens, ele tinha algum dinheiro, mas
nunca foi rico, ficou foi administrando as coisas de teu avô, esperava que o
mesmo deixasse a fábrica para ele, pois tua mãe não se interessava.
Quando o velho morreu, vieram os dois a
leitura do testamento, o senhor estavam em Paris na época.
Mas na verdade, retirou um envelope da sua
gaveta central, o guardo aqui, por desconfiança, olhou para o filho mais velho.
Mandou os dois se sentarem, já que o senhor
não tem muita pressa, aproveitamos, lemos o da sua mãe.
O teu avô deixou nas mãos dela, uma pequena
parte, mas a totalidade da herança, era do senhor, isso inclui o apartamento aonde
vivem, a loja que está embaixo, além de um outro apartamento no primeiro andar,
um outro na praça do Lido, que estava alugado até a pouco tempo, bem com
escritórios aqui no centro, todos alugados, lojas no Saara, depois lhe dou uma
lista, a conta no banco em nome de sua mãe, bem como uma em aplicação, que é
parte de sua herança.
Ele devia estar de boca aberta, pois o
velho ria.
Eu tentava lhe avisar para vir aqui, mas
ele dizia que administrava tudo para ti.
Bom então a coisa está feia, passou para o
advogado o relatório médico, ele esta com alzaimer, é agressivo, terei que
encontrar um lugar para interna-lo, hoje agrediu duas pessoas na fábrica, ao
mesmo tempo tentava destruir uma máquina, ninguém entendeu por que gritava,
isso nunca vai ser meu.
O mais jovem soltou, isso ele disse da
última vez que veio aqui, quando soube que a fábrica não ficava para ele.
A verdade é que depois que minha mãe
morreu, mal falava comigo, as vezes quando se levantava para ir para a fábrica,
tomava café conosco, mas sempre parco de palavras, mas ultimamente dizia que
tomava no caminho.
O mais velho tomou a palavra, ele tinha um
apartamento em Santa Tereza, que deixa para o Senhor Dudu, é sua única
propriedade, as outras parece que perdeu em investimentos mal resolvidos.
O mais jovem, disse que a fábrica não ia
bem, que havia duas empresas interessadas.
O irmão o cortava sempre.
Ele se virou para o velho, sinalizou o mais
jovem, como se chama?
Carlos Eduardo, por quê?
Fico com ele, porque o outro sabia que o
velho não era herdeiro de coisa nenhuma, não fez nada para me avisar, só o
senhor, bem como o Carlos Eduardo, sabem da situação.
O outro só faltou espumar, saiu batendo a
porta.
Bom, vamos ao que interessa, me prepare um
levantamento de tudo, depois marcamos para amanhã, que entro de férias, para
irmos aos bancos, passar tudo para meu nome, bem como sentar para discutir tudo
isso.
Prefiro que seja na minha casa, estou lendo
o diário de minha mãe, que nos últimos tempo como prevendo alguma coisa,
resolveu escrever tudo.
Disse que hoje ele iria até a universidade,
vou pedir férias antecipadas, para resolver problemas pessoais, assim a partir
de amanhã, estou ao teu inteiro dispor.
Eu me levanto as seis da manhã, corro todo
os dias pelo calçadão até o posto 6, paro para fazer exercícios. O que achas das 8 da manhã para começarmos?
Sei que o senhor corre, nos cruzamos várias
vezes, mas não me conhecia.
Perfeito então, recolha tudo que possa
levar, assim discutimos o que vamos fazer.
Levou com ele só o testamento de sua mãe.
Apertou a mão dos dois, foi embora.
Não sabia se rir ou chorar.
Avisou sua secretária que ia até em casa
para buscar seu carro, avisou o Otavio, quando chegou lhe deu o envelope, disse
que o deixasse em cima da mesa da biblioteca.
Teria que falar com o Dudu, tinha achado
estranho, ele tinha terminado a faculdade, sua mãe lhe ofereceu um semestre
sabático na Europa, de vez em quando chegava um postal, nos últimos tempos
depois da morte da sua mãe, sua avó querida como ele dizia, estava arredio.
Portanto não se questionou muito.
Foi para o Fundão, acertou tudo, teria que
vir mais umas duas vezes para resolver alguns problemas administrativos,
perguntou a ela se tinha direito a uma coisa que existia, que era um ano
sabático.
Ficou de informar tudo para ele, tinha
confiança nela que estava ali a anos, a tinha herdado de seu antecessor, só
disse, se o senhor for se aposentar, me avisa, que peço a minha também.
Passou o resto do dia vendo e assinando
papeis.
Quando chegou em casa, Otavio disse que
Dudu tinha chamado desde Paris, disse o nome do hotel, era o que ele ficava
sempre que ia, uma coisa que fazia a cada dois anos, uma reciclagem na
Sorbonne.
Telefonou, ele não estava, deixou um
recado, que lhe chamasse quando voltasse.
Sentou-se para ler tudo do testamento,
chamou ao Otavio, tu vais lendo, qualquer coisa me fale, Miranda apareceu,
disse que se queriam comer. Os dois
pediram sanduiches, nada mais.
Quando acabou, ficou rindo, de boca aberta.
Comentou com ele, que estava lendo o diário
de sua mãe, acho que ela sabia que podia morrer de uma hora para a outro, nele
conta por que só tenho o sobrenome de meu avô, quando lhe perguntei uma vez, me
disse que era mais importante que o de meu pai.
Agora sei que ele não é nada meu, tinha
comentado com ele antes, temos que encontrar algum lugar que ele possa ficar,
não creio que uma residência de pessoas de idade o aceite, pois é agressivo.
Contou ao Otavio das ofertas que tinha para
a fábrica, terei que analisar, para saber qual a melhor, que não afete os
empregados que estão lá a anos.
Otavio soltou que o velho andava estranho
ultimamente, o peguei uma vez aqui na biblioteca tentando abrir, o cofre, mas
sei que o mesmo só tem coisas do senhor.
Quando o velho morreu, tua mãe fez uma
limpeza com o velho advogado.
Ele falava sem parar, depois de tudo que eu
fiz, me deixam na mesma merda quando cheguei.
Repetia isso mil vezes, só parou quando me
viu na porta, comentei com ele, que ali só tinham papeis do seu livro, bem como
o que estava escrevendo agora, que o senhor tinha o habito de guardar no cofre,
pois tua mãe tinha mania de ler e comentar com as amigas.
Se levantou feito uma fúria, varreu a mesa
com o braço, esse viado, ainda fica com tudo.
Estava para se deitar, quando o Dudu
chamou, comentou com ele, que seu pai, não ia lhe contar nada por enquanto,
estava internado, com Alzheimer, galopante, além de ser agressivo.
Quer que eu volte?
Não, acabe de aproveitar esses dias, depois
claro te toca a realidade.
Levou tempo organizando tudo com o Carlos
Eduardo, semanas na verdade, ele vinha sempre de manhã, tomavam café na
biblioteca, sentia falta de ser na cozinha.
Mas as coisas estavam confusas, ele foi
sincero, é meu irmão mais velho que levava isso com seu pai, mas tem muitos
alugueis atrasados.
Talvez por isso, queria seguir levando em
frente.
Faça um levantamento do mesmo, vamos ver o
porquê disso tudo.
Mas foram aos bancos, sua mãe tinha conta
ali no Banco do Brasil em Copacabana, bem como uma conta na central na cidade.
Uma era só dinheiro entrando, a de Copacabana, era dinheiro para gastos, como
tinha conta nesse, fechou a sua, passou tudo para ele, eram na verdade contas
das coisas do apartamento.
Havia mais em um Banco em Deodoro, dos
lucros da fábrica, tiveram que ir até lá, o duro era que estava no nome de seu
avô, tiveram que provar que estava morto, bem como sua mãe, ali se depositava
todo o dinheiro, só o homem que ele pensava que era seu pai tinha acesso, mas o
interessante que não tocava nesse dinheiro.
Tinha uma outra conta no mesmo banco, que
ele viu que tinha ingressos fantásticos, ou seja o mesmo desviava dinheiro,
teria que aguardar agora ordem do juiz.
Carlos Eduardo, disse que tinha descoberto
que o irmão sabia disso, mas tinha ficado quieto, imaginava que o velho ia
herdar tudo.
Nesse meio tempo, dois dias depois que o
Dudu chegou, o velho morreu na clínica, tinha se liberado da cama, aonde estava
preso, ninguém sabe aonde conseguiu um bisturi, tinha cortado a jugular, além
de ter ferido uma enfermeira.
No enterro, só estavam o velho advogado, o
Carlos Eduardo, o Dudu, bem como a mãe dele.
Esta quando soube que ele tinha herdado
tudo, ficou com cara feia.
Lhe disse ao Dudu do apartamento que ele
tinha deixado para ele, estava no seu testamento, bem como esse dinheiro
desviado, resolveu deixar.
A cara do Dudu, era o máximo, entendeu, ele
era filho do mesmo, mas só entendeu quando chegou do meio do diário de sua mãe
para frente. A mãe do Dudu tinha
imaginado que ele herdaria a fábrica, seguiam sendo amantes, descobriu que eles
tinham um pequeno apartamento na barra, para esses encontros.
Um dia estava na biblioteca, escutou a voz
dela na entrada, foi ver o que queria, não tinha comentado nada com o Dudu
ainda, só do apartamento e do dinheiro.
Ela estava com uma moça ao lado dela,
dizendo o que deveria fazer para reformar o apartamento, que um dia seria de
seu filho.
Apresentou a moça como a noiva do seu
filho.
Creio que há um engano, o Dudu não é meu
herdeiro, nem mora mais aqui, esta vivendo em Santa Teresa no apartamento que o
pai dele lhe deixou, a senhora ainda não contou para ele verdade, nisso ele
entrava, o que não me contou, porque a senhora pegou a minha chave daqui.
Quem é essa moça?
Ou seja a outra estava tramando alguma
coisa.
Ele mandou o Otavio arrumar um taxi para a
mesma, mas essa disse que tinha seu carro na calçada.
Ele se sentou com os dois na biblioteca,
tua mãe, não te contou que o velho era seu amante, por isso te deixou o que
tinha de herança, eras filho dele, mas minha mãe te criou, nada mais que isso,
agora acha que vais herdar tudo que é meu, deve ter isso na cabeça por culpa do
teu pai.
Sim ele me disse sempre que seria dono da
fábrica, quando descobriu que nunca seria, ficou furioso, quebrou quase todo o
apartamento aonde nos encontramos.
Ou seja que a senhora mesmo casada, era
amante dele?
Ela abaixou a cabeça, meu marido é velho,
ele também era, mas era fogoso, virou-se para ele, tua mãe aceitou, pois assim
não tinha que fazer sexo com ele.
Bom isso se acabou, pediu a chaves do Dudu,
tens teu apartamento, dinheiro, construa uma vida para ti, mas te aconselho,
longe dela.
Ficou super ofendida, sem querer riu
dizendo, sabe aquelas meninas que trabalham no bar ali no Lido, é quase igual.
Ela andava super maquilada, coisa que não
era normal, se via que já tinha feito alguma que outra cirurgia estética.
Ficou com pena do Dudu, sempre serás bem
vindo aqui, se necessitas falar comigo como sempre, estou a teu dispor.
Pensar que me deixei convencer de fazer
esse curso, porque viviam dizendo na minha cabeça que um dia eu ia dirigir a
fábrica.
Pois é se acabou, já fechei negocio com uma
empresa francesa, a do sul quer sucatear a mesma, para não fazer competência, a
outra não, que produzir aqui, exportar para toda a américa do Sul, posso tentar
conseguir um emprego lá para ti.
Me deixa pensar, no assunto, a poeira
assentar.
Faça como eu estou fazendo, dar a volta por
cima, descobri também que o homem que pesava que era meu pai não tinha nada a
ver comigo, inclusive passei anos de minha juventude indo a psicólogo para
entender por que ele não se aproximava de mim, mesmo minha mãe, era mais
próxima a ti, do que a mim, o único que me adorava era meu avô, além claro do
Otavio e Miranda que basicamente me criaram.
Sua mãe queria que ele falasse com os novos
compradores, que ele fosse o novo diretor da fábrica.
Ficou olhando para ela, não terás o mesmo
problema do velho, alzaimer, verdade.
Se levantou furiosa, saiu batendo a porta.
Eu achei estranho ela ter de dado essa
viagem à Europa, acho que os dois planejavam algo, como me tirar do caminho
deles, acho que ela não esperava que ele tivesse esse problema.
Pior que ela me disse que tinha pedido
divorcio do seu marido, agora está numa enrascada.
Quer me casar com essa garota, pois a
família tem dinheiro.
Caia fora enquanto pode, mude tua vida.
Depois que ele recolheu o resto de coisas
de seu quarto, o ajudou com o Otavio levar para o carro dele, esse ainda
perguntou se tinha que devolver o mesmo.
Riu, não sou como eles, pode ficar, foi um
presente de minha mãe para ti.
Subindo disse ao Otavio, que merda tudo
isso, as máscaras caem. Fez uma coisa
que nem pensava, disse ao mesmo, para chamar um chaveiro, trocar a fechadura da
entrada, bem como a de serviço, procure um lugar aonde tenha sistema de alarma,
para colocarmos uma câmera de vídeo, na porta de entrada, outra na detrás.
Parece filme policial.
Tinha descoberto na confusão, um
apartamento no Leme, perfeito para os dois, tinha mandado colocar o mesmo no
nome deles.
Quando sua secretária, lhe conseguiu a
informação que ele queria, solicitou essa licença que tinha direito, mas lhe
disse que não voltaria a trabalhar lá, quando volte, embora seja uma aposentadoria
com só 70% do meu salário, vou pedir a mesma.
Carlos Eduardo, com o nome que sua mãe
tinha anotado no diário, buscou saber se essa pessoa existia realmente na
França.
Riu muito, era um desses bom vivant, que
tinha gastado todo dinheiro da família, vivia de aparência.
Como sai completamente diferente deles
todos.
Realmente se fosse analisar, era como um
estranho no ninho.
Como dizia, talvez por ter sido criado na
realidade por Otavio e Miranda.
Quando sentou-se com os dois, entregou o
documento do apartamento do Leme, nesse momento, estão reformando o mesmo, é
para vocês.
Eu vou sair de viagem, não sei quando
voltarei, quero ver a cara desse filho da puta que é meu pai verdadeiro, bem
como pensar no que vou fazer da minha vida.
Quando fechou o negocio da venda da
fábrica, fez de uma maneira que 60% do valor fosse depositado em Luxemburgo,
assim, tinha dinheiro por lá.
O acordo era que não mandariam ninguém
embora.
Falou com o Dudu antes se queria que pedisse
um lugar para ele.
Não tio, sempre o tinha chamado assim,
tenho que descobrir o que quero, estou escapando de minha mãe por todos os
lados, ela quer que me case com essa moça, ao parecer a mesma está gravida de
um surfista.
Deus me livre, isso parece um filme de mal
gosto.
Tinha pensado em me mudar para bem longe,
talvez Australia, quem sabe não consigo um bom emprego por lá, dinheiro eu
tenho para fazer isso, começar uma nova vida, deixo o apartamento daqui
alugado.
Uns dias depois, enquanto terminavam de
resolver os negócios, viu o Carlos Eduardo preocupado, esse lhe disse que seu
irmão era filho do primeiro casamento de seu pai, o seu avô era o dono original
do escritório, agora será dele, disse que não me quer lá.
Ficou olhando para ele, lhe deu pena, essas
família sempre complicadas lhe enchiam o saco.
Disse para ele, por que não abres um
escritório para ti?
Preciso de clientes e dinheiro.
Não tem um dos escritórios ali perto,
vazio, mude-se para lá, pelo menos tens a mim como seu cliente, creio que isso
dá para começar, tens que administrar tudo isso para mim.
Ele começou a rir, meu pai me disse o
mesmo, mas eu não ia sugerir isso.
Confio em ti, uma coisa, como vou de
viagem, quero que dê atenção, ao Otavio e Miranda, afinal me criaram, consigas
contratar uma empresa de limpeza, aquele apartamento é imenso e pesado para
ela, se eles quiserem o apartamento do Leme, já está quase pronto, podem ir
viver lá, todas as despesas para mim.
O mais interessante era que o Osorio, não
parava de procura-lo, um dia sem querer esbarrou com ele num restaurante,
estava com um velho amigo, conversando o que ele ia fazer, estava contando como
a história que ele escrevia no momento se passava em Paris, ia justamente aonde
tinha imaginado a mesma, para escrever por lá, assim seria mais completo,
depois já se veria, ao mesmo tempo o livro que já tinha editado, estava
traduzindo para o francês.
Não teve como escapar dele.
Começou pedindo desculpas, agora sabia que
ele de uma certa maneira era milionário, mas o escutou, me deixei levar por
meus amigos que não para de falar nos jovens.
Bom creio que já eres velho para saber que
esses teus amigos são uns vagos.
Na verdade no primeiro ano estava
apaixonado por ele, depois tinha sido acomodação, tinha sim ficado chocado com
essa realidade, de que a partir de uma certa idade, essa história de ter um
amante jovem.
Ele que lidava com jovens universitários,
nunca tinha sentido atração por nenhum, ao contrário achava a maioria perdidos,
alguns faziam o curso, porque achavam que era mais fácil, mas acabariam todos
como professores de secundária, nesse ano, ele só tinha dois do curso anterior
que faziam pós-graduação, isso porque tinham ganhado uma bolsa, mas tampouco
quando conversava com eles, sabiam o que queriam em realidade.
Tinha recebido notícias do Dudu, estava em
Sidnei, tinha um emprego, já tinha um lugar para viver, lhe mandava o endereço,
mas pedia pelo amor de deus para não dar o mesmo para sua mãe.
Conversou muito com o Otavio e Miranda, foi
com os dois ao apartamento do Leme.
Explicou que não os estava afastando dele,
ao contrário, vocês são a família que tenho.
Disse como o Otavio tinha que fazer para
mobiliar o apartamento, compre, leve as notas no novo escritório do Carlos
Eduardo, ele te devolve o dinheiro gasto.
Uma vez por semana uma empresa virá fazer a
limpeza no apartamento, se vocês acharem importante venham, só não quero que
mexam na biblioteca.
Se despediu dos dois com um jantar fora.
No dia que embarcou, foi interessante, ia
de primeira classe pela primeira vez na sua vida.
Se encontrou dias depois com um advogado
que o Carlos Eduardo tinha lhe recomendado, observou seu pai de longe, de uma
certa maneira era parecido com ele, magro, alto, era um bonitão, ele puxava
mais ao lado da sua mãe, tinha cara de judeu.
Sentou-se numa mesa ao lado, escutou o
outro contando vantagens para os amigos, das conquistas, da boa vida, mas sabia
pelo advogado que ele estava fudido.
Vendia a mansão familiar no sul, numa praia
perto de Nice, perguntou o preço, mas o advogado, disse que seriam necessário
duas vezes esse valor para recuperar a casa.
Quando ficou só um dos amigos dele, contou
que estava fudido, vender essa mansão é minha salvação, mas precisa de uma
remodelação total, inclusive chove no andar de cima.
Ele por curiosidade, foi lá dar uma olhada,
riu, era um lugar perfeito.
Mas descobriu que existiam várias assim
naquela zona de gente rica.
Uma senhora de uma imobiliária, soltou que
quem comprava essas mansões, era novos ricos, para fazerem festas.
Se quiseres um lugar calmo, eu te levo para
uma vila aqui perto, tenho uma perfeita, por agora o dono aluga. Foi conhecer, adorou.
Voltou para Paris, falou com o editor que
tinha contato, eles tinha revisado o livro publicado, bem como sua tradução,
perguntaram do livro novo.
Ele disse que estava fazendo sua tradução,
lhes interessava também, tive uma época complicada por problemas familiares,
para terminar o mesmo.
Aproveitava para revisar o mesmo.
Um dia foi almoçar com o mesmo, esse
encontrou com um homem, um israelense, que eles editavam os livros.
Quando escutou seu sobrenome, disse que
tinha um professor da universidade de Tel Aviv, com o mesmo.
Lhe passou o contato.
Quando o fez, este disse que seu avô tinha
contado de um irmão que tinha ido para o Brasil, marcaram de se ver, lhe
explicou que terminava de revisar e traduzir seu segundo livro, o outro também
escrevia, além de ser professor.
Quando ficou livre, ainda fez uma loucura,
foi ao Brasil, para saber se estava tudo bem.
Com tinha ficado esse tempo fora, parecia
que seus velhos, estavam mais velhos, o Otavio reclamou que sentia falta do
movimento do outro apartamento.
Não seja por isso, voltem para lá, aliás quero
fazer uma reforma, podias cuidar para mim.
Contou o que tinha descoberto, que iria até
lá para conhecer o mesmo, depois iria ao lançamento de seu primeiro livro em
Paris.
Contratou um arquiteto, sentou-se dois dias
com o Carlos Eduardo, esse riu com ele, muitos clientes vieram para cá, dizem
que meu irmão é complicado, gosta de uma maracutaia.
Os sérios vieram me procurar, sabem que
cuido de tuas coisas.
Lhe apresentou um arquiteto que era seu
amigo, depois descobriu que os dois eram namorados.
Foram até o apartamento com o Otavio e
Miranda lá de novo, disse o que queria, reformar o andar de cima inteiro, como
queria o quarto, o outro lado, transformar no que era originalmente uma grande
varanda.
No andar debaixo, uma das suítes agora era
do casal que o tinha criado, nada mais de quartos de empregados.
Mas seguiam com o contrato da empresa de
limpeza, não queria cansar a Miranda.
Estendeu a eles, o contrato que tinha com a clínica, assim se sentia
melhor.
Foi direto para Israel, seu parente lhe
esperava, levou os documentos de seu avô, riram muito afinal eram parentes.
Até se pareciam muito. O mais interessante é que realmente seus avôs
eram irmãos, tinha emigrado cada um para um lado, depois da guerra.
Ficaram amigos, agora sabia que tinha
família.
Depois foi visitar o Dudu na Australia,
agora podia se dar esse luxo, viajar, ir por aí, sem lenço, sem documentos.
Conversaram muito, o Dudu, comentou que
sempre tinha desconfiado do que era seu pai, pois apesar de ser um homem seco,
sempre lhe passava a mão na cabeça, mas igual a tua mãe, ninguém, me aceitou,
me tratava bem.
Agora penso sempre na sacanagem, da minha,
viver na casa da outra, ainda por cima se fazer de dama de companhia, até
arrumar um trouxa rico para se casar.
Nunca me deu importância nenhuma, um dia
antes de um aniversário, escutei tua mãe lhe chamando a atenção, pois tinha
telefonado dizendo que não ia aparecer, a obrigou a ir, disse que o Otavio
estaria com o presente que eu queria na portaria, mas se não viesse ela ia
colocar a boca no trombone.
Isso sempre, todos os presentes, que me
dava, eram comprados por tua mãe, pois era a ela que eu fazia a confidencia do
que queria.
Tampouco nunca fez a famosa chantagem de
que eu fosse estudar administração de empresas, para cuidar dessa puta fabrica.
Acho que acabei odiando tanto como tu.
Pois é fui poucas vezes lá, não gostava,
queria outra coisa, isso ela apoiou, talvez por ter sido obrigada pelo pai a se
casar, com quem não queria, fingir uma vida idiota.
Nunca entendi por que depois que ele
morreu, porque não dava seu grito de liberdade, aguentando esse homem.
Sim é difícil de entender, quando li esse
diário que escreveu, como querendo esclarecer tudo, nunca fala que foi feliz,
em nenhum momento disse isso.
Mas no momento final, me disse aonde estava
esta história, para que eu soubesse a verdade.
Por sorte como fui a luta, era independente
de tudo isso.
Transferiu dinheiro de Luxemburgo, comprou
uma casa na praia para o Dudu, esse lhe contou que a mãe, tinha tentado entrar
no apartamento de Santa Tereza, o que ela não sabia era que eu tinha mandado
uma procuração para o Carlos Eduardo vender, foi parar na delegacia, pois
queria invadir o mesmo.
Quando pensou que ia ficar com tudo, creio
que os dois planejavam te matar, o outro ficou louco, fudeu tudo, pois ela
tinha pedido o divorcio do velho, ficou no hora veja.
Sei que ela apareceu no escritório do velho
advogado, agora administrado por seu filho mais velho, que lida com bandidos,
pedindo dinheiro, pois já gastou tudo que tinha.
Com sua família, ela se fudeu, pois os
irmãos não a reconhecem como tal, não herdou nada dos pais.
Brincando dizia que agora que ele tinha uma
casa, a ia mandar para ficar com ele.
Dudu tinha mudado completamente, namorava
um surfista, os dois trabalhavam numa boutique da cidade. Usava os cabelos
compridos, tinha boa estampa.
Voltou correndo para o Brasil, pois Carlos
Eduardo lhe avisou que Otavio estava no hospital, chegou nos seus derradeiros
momentos, lhe agradeceu muito ter sido um pai perfeito para ele.
Miranda, não aguentou muito tempo mais, mas
seguiu vivendo com ele até o final, os dois deixaram o apartamento do Leme para
um sobrinho deles.
A mimou tudo que pode, pois devia muito aos
dois.
Escreveu mais dois livros, um que fez um
sucesso impressionante, falava disso, que as vezes a família, é a que queremos,
não a que nascemos.
Dedicava o livro aos dois.
Agora conseguia publicar seus livros também
na França.
Um belo dia, já com quase 70 anos, resolveu
fechar para balanço como dizia, vendeu tudo, doou dinheiro para orfanatos,
obras sociais, recolheu suas coisas, os livros de sua biblioteca, deu para a
universidade, visitou a sua sempre secretária, lhe deixou um belo apartamento.
Nos dias que tinha estado com o Dudu, num
pais que ele nunca tinha imaginado, tinha sido feliz, relaxado, despreocupado,
fazendo surf.
Foi para lá, comprou uma casa na praia,
pequena como a dos dois, foi vivendo, se levantava de manhã, muito cedo,
caminhava pela praia, depois ia fazer surf, era um dos muitos vovôs do surf da
praia, tinha já deixado nas suas vontades, que quando morresse, o cremasse,
colocasse além das ondas, na sua prancha preferida, que essa o levasse para o Valhalla,
o mundo perfeito dos vikingos.
Mas ainda viveu muito tempo, teve tempo de
escrever dois livros sobre a vida que tinha escolhido, viver e deixar viver.
Carlos Eduardo ainda foi visita-lo, bem
como seu primo de Israel.
Carlos Eduardo contou, que bendita a hora
que o convenceu de sair e fundar sua própria empresa, seu irmão estava preso,
tinha acabado com o escritório do pai, o envolvendo em mil merdas.
Seu primo, tinha finalmente decifrado de
aonde os dois tinham saído, de uma pequena vila na Bélgica, invadida, os dois
tinham estado na resistência.
Escreveu um livro imaginando o avô chegando
ao Brasil, a terra aonde tudo se plantando dá.
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