BEFALL - ACONTECE
Na noite anterior tinham tido mais uma
discussão, a mesma de sempre, pelos mesmos motivos, sua namorada não entendia
que ele sendo advogado, preferisse trabalhar de inspetor.
Era uma larga história, ela vinha de outro
meio, tinha tudo de bandeja, mal acabou a universidade, foi trabalhar no
escritório de um amigo de seu pai, sem problema, nenhum sem fazer estágios,
nada. Seu posto estava garantido.
Ele ao contrário vinha do exército, tinha entrado
para o mesmo, pois não tinha possibilidades de estudar de outra maneira, por
sorte pegou um período calmo, um coronel, a quem servia como ajudante, ao ser o
que tinha mais formação, lhe ajudou a isso, basicamente foi parar em
Washington, trabalhou em informação com ele no Pentágono, aprendeu mil coisas.
Tinha estado no orfanato desde pequeno, não
se lembrava mais da cara de sua mãe, por não ter sequer uma fotografia. Ao contrário dos outros garotos, uma maioria
negra, ele era loiro de olhos azuis, com os cabelos crespos, muito branco.
Mas descobriu logo que não valia a pena ser
adotado, primeiro as pessoas quando sabiam que vinha de uma mulher que tinha
vivido nas drogas, colocavam um pé atrás, depois da primeira adoção, que o
devolveram no dia seguinte, o homem quis abusar dele, nessa época tinha dez
anos, tinha escutado dos companheiros isso, abusavam, ou passavam para outra
pessoa, ou devolviam. Ele antes de ir
para a cama, levou uma faca que viu em cima da mesa, quando o homem tentou,
enfiou a faca na sua barriga, foi parar no hospital. Falou com o polícia o que tinha acontecido,
esse entendeu, disse que também tinha estado num orfanato.
Lhe deu um cartão, que ele guardou para
sempre, como se fosse um talismã.
Claro ao fazer uma universidade, meio
picotada, ninguém o queria para estagiário, quando conseguiu, num escritório,
era para defender traficantes, gente da pesada.
Trabalhou um mês, desistiu, mas já estava
fora do exército, foi quando telefonou para o homem que o tinha ajudado, veio
tomar um café com ele, explicou, estou quase me aposentando, mas o levou para
se inscrever para a Academia da Polícia, o curso começava em poucos dias.
Tirou uns dias de férias, depois foi para a
Academia, se destacou logo, por sua inteligência, bem como saber se virar nas
provas, acabou com boas notas.
Foi trabalhar aonde estava seu conhecido,
acompanhou seus últimos dois anos, o que foi para ele um treinamento, de como
se comportar numa cena de crime, saber analisar profundamente.
Quando esse saiu, muita coisa mudou na
delegacia aonde estava, sem saber por que recebeu um aviso para se apresentar
na Central, para falar com o chefe.
Foi pensando, o que fiz de errado.
Nada mais longe do que esperava, tinha sido
recomendado por seu amigo, ao chefe de polícia.
Queriam que ele fosse para uma delegacia,
aonde estavam tendo problemas, como disse o chefe de polícia, havia algo de
podre ali. Era num bairro conflitivo,
cheio de traficantes em eterna guerras entre si, a polícia de braços cruzados.
Esse tinha sido o motivo real da briga,
entre ele e sua namorada, ela foi embora de madrugada, só deixou um bilhete,
não me procure.
De um ponto de vista, ele entendeu, eram de
meios diferentes, pensavam de outra maneira, só se davam bem na cama, nada
mais. Talvez se ele fosse mulato, ou
negro, ela nunca teria olhado para ele.
Porque de certa maneira ele se vestisse
bem, mal sabia ela que ele tinha descoberto um lugar que vendia roupas de
segunda mão, então seus trajes eram de lá.
Tinha feito amizade com a proprietária, ela lhe avisava quando tinham
coisas que lhe poderiam interessar.
Mesmos seus colegas viviam dizendo que ele
devia gastar muito dinheiro com suas roupas, pois estava sempre impecável. Nada mais longe da verdade, estava sim,
sempre com seus sapatos brilhando, quando tinham que examinar algum cadáver
numa cena de crime complicado, ele colocava umas botas que tinha no porta
malas, só comprava roupas interior em alguma loja que estivesse em saldos, tinha
uma mania, por causa de uma das freiras do orfanato que dizia que para que
cuecas, se fossem brancas estavam sempre com a marca da última gota da mijada,
por isso ele só usava negras, as camisas era igual, raramente usava brancas,
somente azuis ou negras, eram mais fáceis de cuidar.
Acabava que sem querer essa maneira o fazia
destacar, pois ser branco, loiro, olhos azuis, o escuro lhe favorecia.
Escutou atentamente o chefe, voltas a tua
delegacia, por algum motivo que seu chefe vai fazer constar, é como se tu
fosses degradado, indo para essa delegacia, não faça o papel de bonzinho, mas
quero um relatório semanal. Lhe
apresentou a pessoa que se encontraria com ele, para entregar o relatório.
Um mês depois foi transferido, houve como
uma cena com o chefe da delegacia, era como se os dois tivessem brigado. No dia seguinte tinha a ordem de se
apresentar na nova delegacia.
Para os de lá, ele parecia um galã de
cinema, entendeu que tinha que arrumar outra maneira de se vestir. Foi a tal loja, comprou roupas mais simples, calças,
blazer que mais ou menos se encaixavam, mas que lhe tiravam sua aura de moço
bem.
Deixou o bigode crescer, ainda fez uma
coisa, seu apartamento era alugado, o proprietário o solicitou, pois o ia
vender, lhe perguntou se queria.
Ele estava juntando dinheiro para isso, mas
não queria no caso ficar preso a um empréstimo para sempre.
Na primeira semana foi trabalhando com
vários inspetores, para se adaptar, a primeira coisa que notou, foi um clima de
desconfiança entre todos, era como se fossem vários grupos, um jogava para o
outro as responsabilidades, as mesas estavam sempre cheias de casos sem
resolver. Era como se a ralé de todo o
departamento de polícia estivesse ali.
Um dia foram atender uma chamada de uma
senhora, que alugava quartos, encontraram um homem morto. O mesmo ocupava a parte de cima da casa, que
era como um pequeno apartamento, pelo visto o sujeito tinha sido agredido na
rua, pois as marcas de sangue, iam desde um carro mal estacionado, iam pelas
escadas, até o apartamento, estava sentado num sofá, aonde tinha caído
morto. Examinaram tudo, a consciência, viu que seu
companheiro cagava para o regulamento, ele sim colocou luvas, ia recolhendo
material.
Encontraram sua identidade, esse homem
tinha sido alguém que tinha indo descendo os degraus da vida, pelo jeito vivia
ultimamente nas drogas, mas pagava direito segundo ela, era o melhor inquilino
que tinha.
Lhe perguntou a senhora quanto cobrava pelo
quarto, ele riu quando ela disse o preço, falou baixinho para ela, eu fico com
ele, depois que levarem tudo, eu venho aqui para limpar, venho morar aqui.
Ela contente, pois teria segurança, um
policial, seria ótimo.
Lhe disse que tinha outra entrada por
detrás, lhe mostrou, havia como uma rua por detrás, como um beco, que
acompanhava todo quarteirão, se quiseres pode entrar por aí, a esse não lhe dei
a chave, se tens carro, podes usar a garagem, que uso com a máquina de lavar
roupas, que ele poderia usar.
Uma semana depois estava vivendo por
lá. Apesar do bairro ser complicado,
essa zona era como residencial de gente de várias raças. Uma
pequena saleta, com uma velha televisão, ele ia trazer a sua, uma dessas
cozinhas antigas dentro de um armário, com uma pequena geladeira, para ele era
perfeito, além do quarto que dava para os fundos, então tinha tranquilidade.
Acabou comprando uma moto de segunda mão de
um homem que vivia ali perto, tinha sua oficina mecânica, justamente no beco,
mas não comentou nada na delegacia.
Para ele era fácil, tomava um ônibus que
parava quase em frente a casa, depois andava um quarteirão, estava no trabalho. Não comentou com ninguém aonde vivia.
Tinha sido ele que tinha ido comunicar a
família do homem morto, esta vivia do outro lado da cidade, numa zona de
pessoas ricas.
Lhe atendeu uma empregada, que foi chamar a
senhora, apareceu primeiro um rapaz, que perguntou o que queria.
Ele disse que esperava a senhora.
Minha mãe está na cama, não se levanta a
muito tempo.
Falou do nome do homem.
O rapaz, perguntou o que ele tinha
aprontado desta vez?
Não sabemos ainda, foi encontrado morto, no
pequeno apartamento aonde vivia.
O rapaz ao escutar isso se sentou, cobriu o
rosto com as mãos, chorou um bocado, como pode uma pessoa descer tanto assim.
Contou que o pai, tinha sido advogado, a
família sempre teve posses, a dele mais que nenhuma, odiava sua profissão, quando
defendeu um traficante, foi na mesma época que minha mãe ficou doente, começou
a tomar drogas, um dia discuti com ele sobre isso, no dia seguinte tinha
desaparecido, não só aqui de casa, como do trabalho, isso que o escritório era
de seu pai.
Sabíamos que estava vivo, porque seu cartão
de credito se movimentava.
Foi com o rapaz, para reconhecer o pai,
ficou com pena dele.
No carro foi dizendo, que sempre tinha sido
um homem triste, se casou com minha mãe, porque meu avô o obrigou. Nunca foi feliz.
Como agora meu avô me pressiona para
estudar Direito, para herdar o escritório, o mandei enfiar no cu, me desculpe
falar assim, quer que eu seja infeliz como meu pai. Felizmente tenho um fideicomisso do meu avô
materno, posso estudar o que quero.
Lhe perguntou o que?
Literatura, gosto muito dos livros.
Eu também, foram minha salvação.
O rapaz perguntou por quê?
Lhe disse que tinha vivido num orfanato,
que sua única distração era essa ler.
Tem livros que li mil vezes, por não haver outros, hoje meu gasto
supérfluo são os livros.
Como foste parar na delegacia desse bairro?
Uma larga história, não podia comentar.
O rapaz depois de reconhecer o pai, disse,
que ia providenciar seu translado a uma funerária, ou então avisaria seu avô,
ele que nunca cuidou do filho, agora vamos ver como se comporta.
Trocaram telefone, o colocou num taxi,
pediu que avisassem do enterro, queria ir para ver se via algum suspeito.
Claro o caso, ao não se encontrar nada no
carro, a não ser sangue da vítima, seu companheiro o mandou arquivar. Mas ele seguiria a pista.
Realmente ali as coisas não iam em frente,
os objetos que ele separou, para analisar, foram parar no lixo, mas escondido,
os recuperou, mandou para a central para serem analisados.
Agora usava a moto, para ir se encontrar
com seu contato. Fazia uma coisa, tinha
feito um curso de informática, tinha um laptop, fazia o relatório, analisando
os companheiros, depois colocava num pen drive, tinha comprado uma caixa, todos
negros, ele mesmo tinha um disco duro, guardava ali uma cópia, encontrou uma
maneira de esconder o mesmo. Se
encontravam do outro lado da cidade, conversavam, lhe entregava o pen-drive,
depois ia se encontrar com seu novo amigo.
O rapaz aparentemente tinha crescido sem
pai, era um belo desconhecido para ele, falavam de livros, trocavam ideias.
Tinha até uma certa inveja dele, poder ir
estudar literatura, pois teria adorado fazer esse curso, tinha querido ser
prático, por isso tinha estudado direito.
Mês depois começou a ver com claridade o
que acontecia ali, a coisa ia desde cima, subornos, até que encontrou um homem
que fazia a distribuição de dinheiro, para um dos maiores traficantes dali.
Por um acaso socorreu o homem que tinha
caído na rua, alguém tinha tentado lhe matar.
Não queria ir para o hospital, quando soube
que ele era um policial, lhe perguntou por que ele não fazia parte da lista que
tinha.
Alegou não saber de nada. O homem lhe deu
um pen-drive com todos os nomes, o quanto recebiam todos os meses, como era o
negócio. Disse que o traficante queria
se livrar dele, liquidar os cabos soltos, encontrou um mais jovem para fazer o
serviço. Lhe disse quem devia vigiar. Dois dias depois o homem foi encontrado
boiando no rio.
A bala era de uma arma oficial, a roubou da
autopsia, a mandou para a central.
Depois de olhar o pen-drive do homem, ficou espantado, só sobravam ele,
bem como um que estava na entrada da delegacia, atendendo as queixas, o resto
todo estava na lista.
Fez uma cópia para si, entregou o pen-drive
para seu contato.
Este o avisou para ir a central, diga que
vais ao médico.
No caso ele tinha tido muita sorte, desse
material acabar em sua mão.
Falou com o chefe, que depois de ver a
lista do pen-drive, aonde aparecia mês a mês os pagamentos, o mesmo era feito
sempre no mesmo dia. Ele conseguiu
entrar no sistema da delegacia, que não tinha nenhum corta fogo, olhar todos os
vídeos, o homem que ele tinha conhecido, entrava todos os meses, se via que
dava um dinheiro ao da entrada, que ele pensava que estava fora, quando o homem
deixou de vir, agora era um mais jovem, mas conseguiu uma foto do mesmo, passou
para a central, ele de fora acompanhou quando prenderam o mesmo, seguia fazendo
uma lista dos que recebiam.
Um dia tinha se aproximado dele, com um
envelope, com seu nome, ele perguntou o que era, mesmo com risco de perder sua
camuflagem, disse que não podia receber dinheiro de quem não conhecia,
realmente não tinha ideia de quem mandava esse dinheiro.
Um dia estava almoçando sozinho, seu
companheiro vivia comendo sanduiches que cheiravam mal, o sujeito precisava de
um bom banho, pensava cada vez que entrava no carro com ele.
Estava ali pensando por que as análises do
caso do inquilino demoravam tanto.
Na frente dele, se sentou um homem, de uns
45 anos, com bom aspecto, o único detalhe que destoava, era que usava uma
camisa de gola alta, com um cordão de ouro imenso, numa das mão tinha vários
anéis grandes, bem como as duas últimas unhas grandes.
O mesmo não se identificou, foi direto ao
assunto, porque tinha se recusado a receber seu dinheiro.
Primeiro, o senhor não deve nada para mim,
depois eu não sabia de quem era, nem porque me dava dinheiro.
Estou acostumado com meu salário, não
preciso de muito para viver.
Isso eu sei, pois consegui entrar no
apartamento, a senhora não te dirá nada, porque tem medo, mas examinei tudo,
não encontrei nada demais, a não ser essa quantidade de livros, devias comprar
uma estante, porque o colocas em caixas.
Porque depois que leio, levo para alguma
biblioteca, ou orfanato, eu mesmo vivi em um, tinha que ler muitas vezes o
mesmo livro, pois se alguém não doava, não me importava ler outra vez o mesmo,
procurava sim descobrir coisas novas.
Ah, que dizer com toda essa aparência,
foste criado num orfanato?
Sim, minha mãe devia viver nas drogas, por
isso se teu dinheiro vem das drogas, agradeço mas não aceito.
O sujeito não sabia que estava sendo
gravado, continuou falando, que fazia isso, para que os da delegacia fizessem
vista gorda, com respeito ao eu fazia.
Lhe perguntou descontraidamente, se o homem
que alugava o pequeno apartamento antes, era cliente dele.
Sim, morreu me devendo dinheiro, sei que
era de família rica, o conheci, quando me representou num julgamento. O mesmo era um homem perdido, gay, tinha
aventuras desastrosas, gostava de jovens, como o filho dele, por isso se foi de
casa, em sua cabeça me disse uma vez, que tinha pensado em fazer sexo com o filho.
Por isso se drogava tanto. Mas não fui eu que o mandei matar, se vais
investigar, vá pelo pai dele, um velho horroroso, nunca perdoou o filho ter
abandonado seu escritório.
O mesmo representa todos os traficantes da
cidade, não seria difícil ter negociado a morte do filho, como aconteceu na
minha zona, vou procurar saber, te informo.
Por que vais me ajudar? Um dia eu posso ir por ti.
Não quero que pensem que mando matar meus
clientes, se estão mortos não consumem eu tampouco ganho dinheiro, além de que
era meu advogado particular, eu lhe pagava com drogas.
Agora entendia o que tinha acontecido, mas
como dizer isso ao filho.
Um dia recebeu um bilhete, para ir ao mesmo
restaurante, mas sente-se no fundo, para não atrair atenção da rua.
Estava sentado na última mesa, quando o
mesmo entrou pela cozinha, sentou-se com ele, foi direto ao assunto, caso
resolvido, foi o pai, encontrei quem o matou, é de uma gang rival a minha, não
quero essas coisas aqui na minha zona, nasci e cresci aqui, violência as
mínimas.
Lhe deu tudo de bandeja, foi embora.
Passou tudo que tinha, para a fiscal, que
disse que não podia fazer nada, pois teria que seguir os canais competentes,
passar pelo seu chefe.
Ele sabia que o mesmo ia ficar furioso,
passou o caso para o seu enlace, que ficou de resolver.
Foi um escândalo, pois havia chamadas
telefônicas, do pai do homem ao traficante, dizendo que limpasse seu nome desse
verme gay.
O chefe de policia resolveu tomar medidas,
foi transferindo, os complicados, para o mais longe possível dali, os mais
velhos os aposentou antes do tempo, o chefe da delegacia, foi para uma vida
melhor, pois morreu justamente nas mãos da gang rival.
A maior surpresa, foi que ele foi designado
chefe da delegacia. Fez uma coisa,
chamou o traficante, para conversar. Se
ele mantivesse seus homens discretamente, sem confusões, mortes, etc. tudo bem. Mas se ele visse algum fazendo tráfico nas
ruas, os prenderia.
Sei aonde te encontrar, irei por ti, se
alguém, se atreve a levar dinheiro aos meus homens, mando prender por suborno, mando
para a rua o policial que o fizer.
Seguiu vivendo no mesmo lugar. Selecionou ele mesmo seus homens, conseguiu
carros melhores, avisou aos seus, se pego alguém recebendo suborno, está
fudido, entenderam, ele mesmo, uma vez por semana fazia a ronda com algum
deles.
Um dia, pegou um traficante da outra gang,
estavam invadindo o território do que conhecia.
Não queria uma briga entre gangs ali, pois
sempre saia perdendo as pessoas que levavam a vida trabalhando.
Conseguiu ir pelo chefe dos mesmos, era um
homem jovem, devia ter uns vinte cinco anos, era ao contrário do outro, vendia
drogas de segunda, andava cheio de joias falsas chamativas, um dia o pegou,
cercou o carro do mesmo, o tirou de dentro, na frente de todos seus capangas,
tirou o cinturão do mesmo, daqueles largos, lhe disse, teu pai devia ter dado
muita surra em ti, mas não como essa.
Lhe deu uma surra como se fazia antigamente, sentado num banco da praça
com todos os seus olhando, depois o atirou ao chão, se te pego por aqui outra
vez, algum de vocês, vou fazer pior.
Sabia que muita gente estava gravando, não
fez nada para impedir. O sujeito tentou
de novo invadir o pedaço, ele prendeu todo seu grupo, ajudado pela swat,
colocou todo mundo na cadeia, embora soubesse, que outro assumiria seu lugar.
Quando viu sua ex-namorada defendendo o
mesmo, disse na sua cara, esse era o futuro que queria, defender bandidos, o
caso estava bem documentado, foi todo o grupo para a cadeia.
Ele tinha que seguir em frente, as ruas de
seu bairro agora era tranquilas, um dia estava lendo, quando bateram na porta
que dava para o beco, era o chefe que ele conhecia. Estava ferido, lhe pediu ajuda.
Disse que em seu grupo, havia uma briga,
pois queriam traficar armas, ele era contra, acabou que me tentaram matar.
Depois de o socorrer, lhe perguntou por que
levava essa vida, se percebia que tinha uma certa cultura.
Como tu, me criei num orfanato, quando fui
adotado, abusaram de mim, matei o homem, fui preso, a partir daí, uma coisa
levou a outra.
Tens dinheiro guardado fora?
Sim, sempre fui prevenido, conta num banco
com outro nome.
Então faça uma coisa, desapareça, vá amanhã
e esse banco, ou transfira para outro lugar, mude de nome outra vez, comece de
novo sua vida.
Sabe que poderia ter-me apaixonado por ti.
Podias ser qualquer coisa, mas escolheste
um outro caminho.
Sim é verdade, contou para ele da namorada,
me dizia que eu não tinha ambição, mas não queria ficar defendendo bandidos.
Agora a outra gang a ameaça, pois o chefe
foi para prisão, pois achou que era fácil defende-lo.
Cuidou durante três dias dele, um dia
voltou não estava mais, vou seguir teu conselho, era um pedaço de papel, no
livro que estava lendo.
Agora teria que se mobilizar, para acabar
com os que eram de seu grupo, foi de uma certa maneira fácil, pois o grupo
estava dividido em dois, brigando entre eles.
Todo mundo na cadeia, a cada grupo que tentava
pegar o lugar, ele ia em cima, acabou valorizando a área, era considerada bem
policiada, segura.
Foi
chamado a central, ele devia treinar pelo menos dois homens para seu lugar,
seria transferido outra vez, ficou imaginando como seu chefe não disse nada,
que seria para outro lugar problemático.
Escolheu os melhores homens, os colocou em
treinamento, a tempo, tinham revisto todos os casos parados, para assim poderem
seguir em frente.
Escolheu dois, os indicou ao chefe de
policia de Washington, este decidiu tudo depois de entrevistas com os dois.
Ele agora ia trabalhar diretamente com o
chefe de polícia, seu cometido era rever algum caso antigo que tivessem
reclamado por mala práxis, ou mesmo ir trabalhar em alguma delegacia para
observar durante um tempo.
Sua casa ficou a contra mão, a deixou para
o que ficou como chefe da delegacia antiga, arrumou um mais central.
Seguia se vendo com Jerry, o filho do homem
que ele tinha resolvido o caso.
Discutiam sobre livros, o que este estava fazendo, escrevendo um livro
sobre a história de seu pai, como ele tinha caído nas drogas.
Apesar da diferença de idade, gostava de
estar com ele, era muito maduro.
Um dia estavam conversando, Jerry virou-se
para ele, colocou a mão sobre a sua, estou esperando a muito tempo já, me
apaixonei por ti no dia que foste avisar da morte de meu pai, nesse tempo todo,
sempre sonhei contigo.
Levou um susto, lhe disse que não tinha
experiência, tinha medo de perder a amizade que tinham. Acabaram juntos quase
dez anos, mas ele fez questão de viver em sua casa, pois Jerry ainda vivia com
a mãe.
Um dia foi levar como sempre, livros a um
orfanato, escutou uma voz, se surpreendeu em encontrar o ex-traficante
aconselhando um jovem que caminho podia seguir na vida.
Ficaram depois conversando, eu ajudo aqui
no orfanato, principalmente com esse jovens que estão para sair, pois tem uma
confusão muito grande na cabeça, faço o que posso para encaminha-los, para uma
vida decente. Busco bolsa de estudos
para os mesmos seguirem em frente.
Começou a ajuda-lo nisso, quando Jerry
soube que estava ajudando outra pessoa, ao conhece-lo viu que entre eles havia
um elo diferente. Sua mãe tinha
morrido, ele queria aproveitar a vida, viajar pelo mundo.
Quando disse que nem pensar, que tinha sua
vida, foi como a namorada que tinha, foi embora na maior, ficou se perguntando
aonde estava esse grande amor, que dizia que tinha por ele.
A pessoa com quem se abriu, fui justamente
seu amigo, agora se chamava Walter.
Puxa eu nunca pensei que tinhas esse lado,
senão teria me atirado, disse isso rindo, foram devagar como um par de
namorados. Saiam, iam ao cinema,
tiraram férias juntos, alugaram uma casa na praia, faziam um casal diferente,
ele tão branco, o outro mulato, mas da mesma altura. Podiam conversar horas, Walter dizia, graças
a ele tinha encontrado um caminho, que de uma certa maneira procuro me redimir
do que era.
Ele não o julgava jamais, quando viram já
estava num relacionamento largo. Se
aposentou, foram viver num lugar mais tranquilo. Eram hoje em dia dois senhores, de respeito.
Aconselhavam jovens, Walter num orfanato,
ele numa escola, tinha experiencia, conversava justamente com jovens que tinham
problemas com as drogas, tentava fazer com que encontrasse um caminho, embora
as vezes a família não ajudasse, ao contrário complicasse tudo.
Mas seguiam seu labor, se um entre dez se
encaminhava, estavam satisfeitos.
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