AGENTE
Durante muito tempo ia se lembrar desse
dia, porque sem querer tinha movimentado a roda de uma ação que não parava de
girar como se fosse uma antiga metralhadora.
Tinha sido agente do FBI, durante muito
tempo, até que resolveu sair da agência, estava farto, seu trabalho era
analisar perfil das pessoas, para saber como se comportavam num interrogatório.
Tinha acedido a muito custo, fazer uma
série de entrevistas, de um dos departamentos, achou estranho a princípio, mas
como devia favores ao seu antigo chefe, concordou em passar três dias
entrevistando, analisando as fichas de um grupo de agentes.
No primeiro dia, chegou, estacionou seu
carro velho, na parte de visitantes, o deixaria aí até o último dia.
No primeiro dia, analisou um monte de
curriculum desse pessoal, bem como suas fichas de trabalhos realizados,
gravações de interrogatórios que tinham feito, selecionou dez, eram um grupo
grande, inclusive incluiu o próprio chefe deles, que tinha um comportamento
físico, diferente, algo lhe chamava atenção.
Ele sempre tinha acreditado em seu instinto, nunca o deixava de lado
quando tinha que analisar algum perfil.
No segundo dia começou com as entrevistas,
sentia que vinham desconfiados, mas tinha um método próprio para isso,
insinuava que era uma analise para uma promoção, rapidamente a pessoa se
relaxava, começava a contar coisas que não interessavam, mas ao mesmo tempo, no
meio disso tudo, soltavam coisas que ele ia anotando.
Quando a pessoa deixava de fazer propaganda
sobre si mesmo, ele atacava, pegava os mesmos de calças curtas, pois não tinha
volta atrás, ele ia justamente aos pontos que a principio a pessoa tinha
pensado que passava por alto. O mais
interessante era que não usava nenhum sistema de gravação, inclusive examinava
a sala que usava antes, para saber se tinha alguma escuta, não era a famosa
sala de interrogatório, com um espelho, para esconder pessoas do outro lado,
era uma sala simples, aonde tinha mandado colocar uma mesa, bem como uma
cadeira, nada mais, nem microfone, nada, nunca gravava nada, estava tudo na sua
cabeça, além do único objeto que usava, uma caneta que era ao mesmo tempo
gravadora, um bloco de papel, além da pasta que continha as informações sobre a
pessoa.
Pegou os mais fáceis primeiro, assim ia
esquentando o motor de sua percepção, mas justo o primeiro que ao analisar suas
fichas, seu comportamento, lhe tinha deixado com uma pulga atrás da orelha, era
tudo perfeito demais.
A primeira pergunta não foi ele quem fez,
mas sim o sujeito, tinha vindo transferido de San Francisco, por algum motivo
não muito bem explicado.
Pegou por aí, sabia que o mesmo tinha
nascido na cidade, tocou nesse assunto, como tinha sido viver sua infância, bem
como sua juventude lá. Sabia que o
mesmo tinha sido recrutado ao estudar Direito.
Ele também tinha estudado direito, mas ao
mesmo tempo, informática, bem como terapia do comportamento em psicologia. Sempre tinha sido considerado um superdotado
desde jovem.
Nunca tinha atuado nas ruas, nem nas
cidades, sempre tinha sido funcionário interno.
Mas nem por isso, deixava de se treinar, ia
todos os dias fazer exercícios, atirar, hoje em dia como vivia no meio de uma
floresta, corria através da mesma, aonde tinha que ao mesmo tempo ter uma
atenção fantástica, para sortear os possíveis obstáculos do local. Em alguns trechos era capaz de andar com os
olhos vendados.
Em seguida soube com o homem que havia
alguma coisa mal explicada, foi como enfiando o dedo na ferida, até que o mesmo
soltou o que lhe incomodava, se mostrou um racista extremo, ao lhe chamar de
negro.
Resultava que ele era realmente uma mescla
de raças, mas de negro nada, era descendente de índios americanos, com mexicanos. Seu pai hoje era um general retirado, com
ele tinha aprendido muita coisa, essa casa no meio da floresta tinha sido
construída por ele.
Sorriu para o homem, tinha encontrado o fio
da meada, lhe fez várias perguntas, que o foi deixando cada vez mais nervoso,
um detalhe que não tinha lhe escapado, era que entre esse grupo, não houvesse
nenhum mulato, negro, descendentes de chineses, ou outra raça qualquer.
Quando passou ao seguinte, embora entrassem
sem se cruzar com o que tinha sido entrevistado antes, tinha pedido um lugar
que tinha inibidor de celulares, assim tampouco se podia comunicar.
Este entrou muito nervoso, sentou-se logo
soltou, que ele não tinha pedido estar nessa unidade, sabia que tinha sido
recrutado também numa região complicada, era alto, loiro, olhos azuis, o típico
personagem de raça pura. Tinha estado
infiltrado numa organização, de raça suprema.
Tocou nesse assunto, o outro soltou, depois
tive que passar meses fazendo terapia, porque essas ideias malucas, ficam no
fundo do teu cérebro, mas fiz com um psicólogo particular, pois sabes que os
daqui são cheios de manhas.
Agora estou conseguindo encontrar meu
equilíbrio, fazendo a maior parte do tempo, serviço interno.
O provocou de tal maneira, que o mesmo
finalmente se derrubou, já não aguentava mais estar na agência, estava buscando
uma maneira de sair dali, tampouco se dava bem com os colegas.
O terceiro, era parceiro do primeiro,
entrou olhando, examinando a sala, como era um lugar normal, não uma sala de
interrogatórios, se relaxou.
Ele foi direto ao assunto, analisei sua
ficha, bem como todo o material que mandaram sobre ti, vieste de Los Angeles,
sei que trabalhaste em zonas conflitivas, com traficantes de drogas, foi
tocando nos assuntos.
Quando ele soltou ao final por descuido que
odiava os mexicanos, os sul-americanos, todos os traficantes, notou que se
desequilibrava, aproveitou isso, para aprofundar no assunto.
Sem querer soltou que a pouco tempo, tinham
lhe oferecido para estar infiltrado numa gangs de drogas. Soltou que tinha se negado, pois creio que os
mataria todos já no primeiro dia.
Me desculpe, soltou, sei que você é negro,
mais uma vez, erravam ao analisar, pelo seu tom de pele, não quero ofender, mas
a maioria devia estar morta.
Quando via que ele fazia uma anotação na
sua ficha, ficava um pouco nervoso, se mexia na cadeira, na verdade ele não
estava escrevendo nada, não era tonto.
Os outros todos pareciam mais do mesmo, mas
quando chegou a vez do chefe, ele queria saber quem o tinha mandado fazer esse
trabalho com seu grupo.
Soltou simplesmente, eu estou aqui
obedecendo ordens nada mais.
O homem era irritante, se achava acima do
bem e do mal, depois de um certo tempo, sabia que ele tinha experiencia em
interrogatório, não usou nenhum técnica conhecido do FBI, mas sim uma analise
feita pela sua intuição, tocava em assuntos variados, quando o outro o chamou
de negro, entendeu, sem se ofender, começou a falar, que considerava na verdade
os negros como a raça mais pura do planeta.
Foi o toque, o outro se levantou, falou três absurdos, saiu da sala, sem
que ele desse por terminada a entrevista, tentou sair pela porta que tinha
entrado, que não abria por dentro.
O terceiro dia, passou a metade dele, com o
homem que tinha pedido que fizesse esse trabalho, sentou-se com ele, este
tampouco sabia que estava sendo gravado, analisou cada um dos entrevistados,
calcando que achava que ele tinha dentro do departamento uma celula de homens
de raça branca. Pelos vídeos dos
interrogatórios que esses homens estiveram, cada vez que a pessoa era de alguma
outra raça, passavam do limites. Eram
mais agressivos, uma série de detalhes que tinham lhe chamado atenção.
Nesses dias tinha dormido ali mesmo, na
área destinada a isso.
Quando saiu, depois de receber um
documento, confirmando a transferência de dinheiro, pagamento pelo seu
trabalho, já que não pertencia mais ao corpo.
Talvez por hábito, desconfiança, examinou
rapidamente seu carro, agora teria um largo caminho até aonde vivia, no meio de
uma floresta, ligada a um parque florestal.
Já começava a cair a noite, parou num posto
de gasolina, para encher o tanque, seu carro consumia demasiado. Aproveitou, comeu alguma coisa, mas notou que
tinha um carro estacionado, na entrada do posto de serviço, tinha visto o mesmo
mais de uma vez pelo retrovisor, aí tem, pensou, mas só conseguiria despistar o
mesmo quando começasse a entrar na sua zona de conforto, com chamava a
floresta.
Saiu como se nada, mais 100 quilômetros
adiante, começou a subir a estrada que levava realmente a entrada que ele teria
que tomar. Agora teria que se enfrentar
aos mesmos, estacionou em diagonal, numa zona que tinha um despenhadeiro pela
sua frente, soltou o cinturão de segurança, prestou atenção se sua arma estava
no lugar que devia estar, embaixo de seu braço, bem como trocou de lugar a
caneta com a gravação, essa era sua segurança.
Depois tiraria o microchips, o inserindo no
seu laptop.
Nisso percebeu que o carro, acelerava, lhe
batendo por detrás, o jogando ribanceira abaixo, sua cabeça começou a funcionar
como tinha sido treinado, apertou um sistema que abria todas as portas ao mesmo
tempo, seu pai tinha inventado isso, sem querer funcionava como para diminuir a
velocidade, ele aproveitou para saltar, pois não dava para ver o que a pessoa
fazia.
Rolou para a lateral, se afastando o mais
possível do seu velho carro, sabia que fariam alguma coisa. Viu quem era na parte de cima da estrada,
justamente os dois que ele tinha achado uns merdas.
Um deles tinha uma lança granada, que
apontou justamente para o tanque de gasolina, já que o carro tinha ficado
parado na beira do abismo abaixo, o rio que estava no fundo da ravina,
esconderia qualquer possibilidade do carro.
Idiotas, deviam vir até aqui, para saber se
estou dentro.
Mas não, lançou a granada, que fez o carro
explodir em mil pedaços, caindo em baixo no rio.
Só então os dois desceram, ele estava bem
escondido, sabia andar nesse tipo de floresta, sem fazer ruido, eles ao
contrário desceram como uma manada de cavalos.
Ele deu a volta se colocando por detrás
deles, viu que preparavam o lança granada, para ver algum movimento lá embaixo
no rio. Idiotas, pensou, se o carro
explodiu em mil pedaços o que querem eles, os dois tinham prismáticos desse que
detectam calor corporal, mas claro só veriam algum troço de fogo.
Chegou por detrás, os surpreendeu, nenhum
levava nenhuma arma na mão, os fez ajoelharem, colocou algemas nos dois, usando
a dos próprios, não ia usar uma sua para se delatar.
Depois tirou os revolveres dos dois,
começou um interrogatório muito sutil, dizendo eu percebi logo que vocês dois
são o pior do grupo, nem sabem atuar, disse os pontos que tinham errado.
Você não perde por esperar, nosso chefe
virá por ti.
Entendia, então era isso.
Outro soltou, ele desconfiava desde o
principio que o motivo disso tudo, era para lhe retirar a chefia do
departamento, mal foste embora isso aconteceu.
Isso é o que dá ser um merda, soltou.
Sabia que agora começaria uma caçada em
cima dele. Não podia perder tempo.
Com a arma de cada um deles em suas mãos,
atirou na cabeça dos mesmos, ou era eles ou eu, pensou, não gostava disso, mas
não tinha escapatória, os arrojou lá de cima no rio, bem como seus celulares,
além do lança granadas.
Ao se aproximar do carro, notou o porta-malas
aberto, ali havia uma pessoa morta, ou seja iam colocar essa pessoa junto com
ele, como um ajuste de contas. Examinou
os documentos do mesmo, era um dos quais ele não tinha entrevistado. Pediu desculpas, mas o jogou no rio com os
outros, sabia que a correnteza os levaria rio abaixo.
Ele tomaria a direção contrária, disso não
tinha duvida nenhuma, na parte do banco detrás, tinham mais armas, como um
rifle de precisão, caixas de munição.
Entrou no carro, seguiu o caminho
contrário, mas não sem antes tirar o gps do mesmo, examinar se não tinha nada
de seguimento embaixo do carro. Daria
sempre sinal de que estavam parado nesse lugar, levou até o precipício lançou
isso ao rio também.
Subiu rapidamente, tenho que sair daqui,
pois ao notar tanto tempo o gps parado, com certeza virão aqui para ver.
Tomou caminho contrário, subindo pela
lateral da montanha, quando chegou quase ao final da estrada, limpou o carro de
qualquer impressão digital, bem como abriu o tanque de gasolina, com uma camisa
que encontrou no porta-malas, fez uma tira, embebida em gasolina, se escondeu
atrás de uma árvore imensa, acendeu seu isqueiro, em breve o carro explodiu.
Ao invés de seguir, em frente, fez uma
volta grande, conhecia essa parte da floresta, agora não poderia voltar a
cabana que tinha sido a de seu pai, pois seria o lugar que chegariam de
helicóptero, foi sorteando o caminho, fazendo um zig-zag, até chegar à mesma
por detrás, não iria entrar na casa, tudo que precisava estava no celeiro, a
uns quinhentos metros da casa, isso porque sua mãe odiava o cheiro dos
cavalos. Rapidamente soltou os mesmo,
sabia que seu amigo Tim tinha vindo alimentar e soltar os mesmo no pasto, achou
estranho os mesmo estarem no pasto, foi quando viu o amigo com um tiro na
cabeça, filhos da puta, estiveram aqui antes.
Viu que a porta tinha sido forçada, a
fechou, não ia entrar, mas acionou um sistema que tinha desenvolvido, quando o
voltassem para procurar, se encontrariam no meio de um inferno.
Afagou a cabeça do Tim, me desculpa meu
amigo. Preparou dois cavalos, colocou mais comida que tinha escondidas no
celeiro, rifles de longo alcance, bem como munição, começou a subir por uma
lateral da montanha, não pelo caminho que se usava, mas ao contrário, tinha que
ir até o esconderijo que tinha desde criança, o tinha descoberto quando era um
garoto, manteve o segredo dele, por anos, a única pessoa que sabia do lugar era
sua mãe, mas essa tinha morrido justamente no ano que ele deixou o FBI.
Chegou um momento, que desceu do cavalo que
estava, foi levando os dois, procurando lugares fáceis, para passarem, até
chegar ao esconderijo, uma gruta, que devia existir a milhões de anos, afastou
os espinheiros que cobriam sua entrada, passou pela parte que estava cheia de
explosivos presos a parede, que era como ele podia fechar em qualquer caso a
entrada, foi entrando para o mais profundo dela. Só existia outra saída, que ele tinha
descoberto anos depois.
Levou os cavalos para o mais profundo,
depois os levaria para o outro lado.
Deixou as coisas ali, voltou a sair, de uma
arvore que tinha justo na frente da entrada, que era imensa, subiu, do alto
poderia ver sua casa muito mais abaixo.
Sentiu dois helicópteros chegando pelo
outro lado, ia aterrissar no campo, os cavalos se assustaram saíram a galope.
Ficou observando, como se aproximavam da
casa, viu que passavam por Tim, ali jogado, como se já soubessem que ele estava
ali, se aproximaram rodeando a casa, quando tentaram abrir a porta da frente,
imediatamente se viram cercados por uma série de explosões, que mantinha fogo
impedindo a saída dos mesmos, agora nem podiam entrar na casa, que se blindava,
nem podiam voltar para os helicópteros, o que ia acontecer em seguida, era que esse
fogo ativaria pequenos estouros de balas guardadas no chão, bem como pequenas
bombas, cheias de metal, quase podia ouvir os gritos. Nesse momento começou a ventar, o que era
normal, que parecia avivar o fogo.
Um rastro de foto, foi até um dos
helicópteros, que explodiu, o outro tentava levantar voo, ele desde aonde
estava, com um rifle de precisão o acertou em pleno ar, caiu por terra
explodindo.
Sabia que agora isso provocaria um aluvião
de agentes.
Iriam procurar com um sistema de calor,
aonde ele poderia estar escondido.
Mas claro ali, no profundo do seu
esconderijo, seria difícil.
O mais fácil seria, fechar essa entrada, a
outra não havia maneira, pois estava a quase um quilometro dali.
Levou os cavalos para esse lado, aonde
tinha como um celeiro. Ficaria por lá, algum tempo, o mais fácil era que saia
quase em outra província, ele tinha como se abastecer.
Não tinha nenhum celular, nada funcionava
ali embaixo. Tampouco se atrevia a fazer isso, pois o sinal chegaria pelas
torres.
Escutou durante uns quantos dias helicópteros
passando por cima, bem como pequenos aviões que voavam baixo, mas não
saiu. Quando muito localizariam veados,
animais que se moviam muito rápidos por ali.
Dez dias depois isso deixou de
acontecer. Tinha visto a cara dos homens
que vieram a sua casa, o puto chefe não estava, tinha que ajustar conta com
ele.
Até lhe dava uma certa preguiça, estava no
seu ambiente, dormia num saco de dormir, em cima do feno acumulado ali, para os
cavalos, os mesmo antes tinham estado inquietos, mas dias teria que os descer e
soltar no pasto, para não chamar muita atenção, mas antes, iria verificar se
não tinha nenhuma pessoa escondida por ali.
Nesses dias treinou, pois eram necessários
perfeição, usar um sistema que tinha aprendido com seu avô índio, um pequeno
tubo, com uma pequena pluma, na ponta como um alfinete, que podia ser embebido
em algum veneno, ele usaria uma coisa que tinha aprendido, que tinha ali ao
alcance de sua mão, veneno de serpente.
Aproveitaria o tempo, iria quase nu, pois
sua pele escura, servia para isso.
Quinze dias depois saiu, pelo parte detrás
de seu esconderijo, voltou em direção ao alto da montanha. Encontrou ali escondido um dos homens que
deviam ter ficado para vigiar, o mesmo devia estar farto da incomodidade, bem
como não ter o que fazer, lançou um dardo na altura da sua coluna vertebral, este
estava com fones de ouvido, escutando alguma música, se balançando ao ritmo,
vigiando desde ali, a casa lá embaixo.
Primeiro parou de se balançar ao ritmo,
depois foi caindo para frente, ficou como tombado em cima das suas próprias
pernas, esperou uns instantes até saber que o veneno tinha feito efeito.
Depois se aproximou, no seu braço cravou os
dentes de uma serpente, só tinha esses dentes como a parte da cabeça, isso iria
distrair os que fizessem autopsia.
Escutou que alguém falava pelo fone de
ouvido, localizou o mesmo do outro lado na outra vertente da montanha, o
sujeito dizia que já estava farto, esse sujeito já deve estar do outro lado do
pais, o filha da puta do chefe, não sei por que ficou furioso com ele.
Se deslocou para o outro lado, fez a mesma
coisa, isso agora lhe daria oportunidade, de levar os cavalos para o pasto,
junto aos outros, bem como usar seu veiculo escondido, nunca tinha deixado as
velhas medidas de cuidados.
Tinha visto que tinham retirado os homens
mortos, bem como os helicópteros, os filhos da puta limparam tudo. Entrou na casa por uma entrada secreta, os
muito idiotas, não sabiam examinar os locais direito. Entrou por uma lateral da
mesma, aonde estava cheia de uma planta cheia de espinhos, mas bastava afastar,
para se ver que um homem deitado podia entrar.
Não acendeu nenhuma luz, procurou o que
queria, afastou uma parede, abriu o cofre, que estava abastecido de bastante
dinheiro, assim não teria que chamar atenção para usar cartão de créditos,
embora tivesse uma conta no banco, com outro nome.
Saiu outra vez, depois de deixar tudo como
estava, era difícil achar esse cofre, coisas de seu velho, que nunca tinha
confiado em ninguém.
Era de noite, ao passar por um dos homens,
escutou que os chamavam, tenho que ser rápido, pois logo estarão aqui, tinha
aproveitado ao estar na casa, para pegar roupas normais, jeans, camisetas, um
casaco de plumas, raspou a cabeça, tomou um belo banho quente, levou um saco
com sua roupa suja, bem como seus cabelos, para guardar no esconderijo.
De lá, pegou o que lhe interessava, montou
num Rover, como muitos que havia por ali, com uma matricula falsa de outro
estado, abasteceu o mesmo, assim não teria que parar em nenhum posto de
gasolina, saiu por estradas secundárias, nada de autovias, assim não chamaria
atenção, só entrou em uma quando já estava chegando a NYC, ali tinha um bom
esconderijo.
Um pequeno apartamento no Bronx, num
edifício em que só viviam negros, ele passava por mais um deles.
Mas não usou, seu laptop, o tinha escondido
no mais fundo do esconderijo, nunca o encontrariam. De noite foi a um bar do outro lado de Manhattan,
um cibercafé, se dedicou a ler jornais de Washington a partir do dia que tinham
tentado mata-lo, havia uma pequena noticia que o homem que o tinha chamado,
tinha sofrido um atentado, estava num hospital militar, em coma.
O mesmo lhe tinha falado muito, que
suspeitava que esse grupo, devia estar fazendo tráfico de armas para um grupo
denominado Nação Aria.
Depois de uns dias, já não se falava mais
no assunto.
Ele teria que voltar a Washington, para
acabar seu serviço. Mas teria que ser
com calma, pois qualquer movimento agora, chamaria atenção.
No Bronx, ele passava com qualquer um dos
grupos de negros que estavam ali. Inclusive tinha um grupo de ex-marines, que
ele tinha ajudado no passado, o conheciam por outro nome, o que lhe dava uma
vantagem, todos odiavam o FBI, bem como a CIA, e os da Nação Aria, então era
fácil estar com eles, se vestia iguais aos mesmos, com uma mistura de roupas do
exército, camisetas negras, ia ao mesmo ginásio que eles, escutava as
conversas, os rumores.
Tinham dois que ele conhecia bem, comentou
com eles, sobre esses agentes que passavam armas para a Nação Aria, esses
ficaram de entrar em contato com os amigos que tinham em Washington para
descobrirem alguma coisa.
Tanto como a Nação Aria, eles também se
armavam, pois eram sempre atacados.
Numa coisa era verdade, não tinha nada a
perder, tinham sido sobreviventes no exército, aonde eram buchas de canhão, por
isso a maioria nem constituía família.
Foi com os dois se encontrar com os de
Washington, precisavam saber como agiam, ele informou aos que deviam seguir,
conseguiu entrar no hospital, aonde estava o homem que o tinha chamado, esse
estava bem protegido, se fez passar por um enfermeiro.
Falou com ele, este ria, sabia que só podia
contar contigo, pois uma coisa é verdade pensam que te liquidaram, engoliram a
história da serpente.
Precisas me tirar daqui, pois mais dias,
menos dias, viram me liquidar.
Com os do grupo de negros de Washington,
uma noite o retiraram do hospital, fizeram uma coisa, deixaram outra pessoa que
estava em coma no lugar dele.
Agora estaria protegido. O coronel, contou, aonde desconfiava qual o
arsenal que roubavam, nunca usam o mesmo quartel, mas tem gente sua em todos.
Numerou os que já tinha roubado, o negocio
agora seria os dois seguintes.
Ele montou um esquema com seus amigos, que
trouxeram mais gente de NYC, montaram um esquema similar aos que os brancos
usavam, ao mesmo tempo que uma arapuca.
Um sistema de gravação, deixado por eles,
gravariam quando chegassem, eles também tinham gente nos quarteis, entraram um
dia antes, roubaram o que interessava aos outros.
No dia seguinte, os mesmos entravam de cara
lavada, comandados justamente pelo homem que o tinha mandado atacar. Gravaram tudo, mandou para os altos mandos
do Pentágono, como faziam.
Esses quando descobriram que o que lhes
interessava não estava ali, ainda comentaram que teriam que voltar ao primeiro
quartel, pois lá tinha ficado mais desse armamento. Queriam atacar o Capitólio.
Entendeu imediatamente o que queriam fazer,
comentou com o Coronel, mandei para o Pentágono, mas me parece que não vão se
mover.
Seus homens agora seguiam os movimentos dos
agentes brancos como ele chamava.
Ele fazia uma coisa, observava o chefe,
quando ia trabalhar, como fazia, qual sistema que tinha em sua casa, etc. Tinha mandado dias antes sua mulher, bem
como os filhos para o interior, mandou um dos homens seguir a família.
Assim sem querer descobriram o reduto da
Nação Aria.
Ao mesmo tempo, começou a pesquisar a
linhagem do mesmo, ria muito ao final, pois ele no fundo era descendente de
negros, muito atrás, mas era, isso seria um trunfo final.
Sabiam os pontos de encontro deles, tudo
agora era gravado, os mesmo funcionavam relaxados, pois pensavam que ele, bem
como o coronel, estavam fora de jogo.
Foi quando avisado por um de seus
infiltrados, descobriu que tinham simpatizantes, dentro da policia da cidade,
bem como no Pentágono.
Foi quando atentaram contra o coronel, ou o
que pensavam que era ele, um doente terminal em coma.
Só então o Pentágono levou a sério o
problema, ele mandou um pen drive, para o chefe do Estado maior, denunciando os
que estavam envolvidos, dois eram filhos de senadores, que se elegiam na região
aonde funcionava a Nação Aria.
Discretamente foram mandados para fora do País, em uma missão do
exército, mas não sabiam que estavam sendo vigiados.
Isso provocou um certo nervosismo, no seu
inimigo.
A ação seguinte, foi roubar o que eles
queriam outra vez, antes deles. Agora
imaginavam que entre eles, existia um traidor.
Como quem não quer nada, conseguiu fazer
chegar aos da Nação Aria, os documentos que atestavam que seu inimigo era
descendente de negros.
Isso virou uma confusão, foi quando
atacaram de surpresa a Nação Aria, numa noite sem lua.
Ao contrário dos outros, eles eram negros,
vestidos de negro, numa noite sem lua.
As mulheres e crianças, ficavam aparte,
protegidos num edifício. Estavam nesse
momento julgando o que consideravam traidor.
Quando conseguiram chegar até aonde
estavam, a maioria não tinha armas, para usar no momento, rapidamente foram
detidos.
Seu inimigo, ficou frente a frente com ele,
o imaginava morto.
Foi franco com o mesmo, se pensavas que ia
te substituir nem pensar, estou fora disso, mas não gosto que me provoquem.
Foram entregues aos militares, que
recuperou parte de seu arsenal.
O mais interessante, é que se fosses
inteligente, teria pesquisado suas raízes, não passas de um negro branco, nada
mais.
Claro, este sabia agora, que seria motivo
de caça pela Nação Aria, denunciou a todos que conheciam, bem como os que
estavam dentro do FBI e da CIA, metidos no assunto, já o Pentágono tinham feito
uma limpa, nos infiltrados. O problema
eram os senadores, alguns metidos dentro da Casa Branca.
Quando tudo terminou, voltou a viver na sua
casa, levou com ele seus amigos do Bronx, mas só um se adaptou, mas jamais
mostrou seu esconderijo para ninguém, nunca se sabia o dia de amanhã. Pelo menos estava em paz.
Não acreditava que voltaria a lhe
importunar, mas isso de nunca, ou jamais, não se sabia ao certo era melhor
estar prevenido.
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